terça-feira, 4 de maio de 2010

SONHO COM DEUS TORNA-SE REALIDADE...

Pracidina Chagas Correia
Márcia

SONHO COM DEUS
TORNA-SE REALIDADE!





Prefácio


“Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Rom 8,38




Às vezes nós queremos fazer o papel de Deus, resolver tudo, e não é bem assim. Precisamos e temos que ter paciência e saber esperar a hora d’Ele, se colocarmos Deus em nossos vidas, com certeza nossos sonhos realizará!








AUTO-SUFICIENTE
Era muito doloroso necessitar da ajuda das pessoas, pois eu era sempre tão auto-suficiente, sofri muito por isso, mas em parte me ajudou a perceber que o ser humano precisa um do outro por mais independente que seja.
Hoje tenho certeza, Deus tinha um plano em minha vida. Passei por tudo isso e continuo a viver porque Deus tinha e tem algo de bom para mim. Acredito que tudo que Deus faz tem uma razão de ser. Passei por muitas provações, portanto com a graça de Deus tenho superado. E nossa luta é contínua. Temos que estar sempre em busca da nossa conversão e eu estou nesta busca.
Eu não conhecia o Amor de Jesus Cristo por mim e muito menos pela a humanidade. E na minha ignorância não percebia o que Deus tinha feito e estava fazendo em minha vida. Ele havia operado dois milagres, um que eu não ia falar e estava falando, não tão bem, mas todos entediam. Outro, eu não iria mais raciocinar e estava raciocinando muito bem. Tudo isso era a graça de Deus se manifestando em mim, entretanto nada disso eu enxergava, estava voltada apenas para mim mesma. Passei muito tempo de minha vida só lamentando, ainda bem que tudo passou e hoje reconheço o poder e a graça de Deus se manifestando todo o momento em minha vida. Graças ao Nosso Senhor Jesus tudo se transformou.
Deixo aqui uma palavra de animo e incentivo para os deficientes ou pessoas que estão desacreditadas, não deixem de estudar e nem fazer o que faziam antes, com a ajuda de Deus você pode tudo, é só querer. Não é porque aconteceu um acidente ou algo de diferente que vai deixar de viver ou fazer o que faziam. A vida continua e o nosso sentido é o mesmo, que é Deus. Temos que colocar sempre o sentido de tudo nEle, sobretudo Jesus Cristo é nossa razão de ser. Quando você cultiva um sonho, cedo ou tarde você consegue realizá-lo.





Agradecimentos

Agradeço a Deus por ter preservado minha vida e por me dar a chance de conhecer o seu Infinito Amor por mim e pela a humanidade.
Agradeço também a todas as pessoas que fizeram e fazem parte da historia de vida minha, contudo, foram elas que me ajudaram e incentivaram a escrever.
Gostariam de ver todas as pessoas do mundo inteiro com um só pensamento um só objetivo que é seguir Jesus? Sei que essa é a sua vontade Senhor! E agora é o meu maior e principal sonho.
Reconheço que demorei muito para descobrir essa importância. Daí-me sabedoria Senhor, para saber levar conhecimentos às pessoas e conscientizá-las que o Reino de Deus está bem próximo delas para que elas venham nos ajudar na construção do teu Reino.










Dedicatória

Dedico em particular as minhas quatro irmãs madrinha Maria, Celina, Jorgina e Lindóia In-memorian, meus cinco irmãos Jerônimo, Salvino, Juramy, Geraldo e Ismael In-memorian. E todos meus queridos sobrinhos. Eu os amo muito!
Com carinho ao meu filho Marco Antonio e a Lucia que é filha do coração. Vocês completam minha vida!
E em especial ao Frei Leodir por me conscientizar sobre a importância de Evangelizar e ao Frei Fernando por me ouvir quando estava angustiada e preocupada com meus problemas pessoais ou da minha comunidade.
Por fim a todos da minha comunidade São Francisco e aos grupos pastorais, principalmente o Grupo da Pastoral familiar onde aprendi que o Reino de Deus está aqui no meio de nós e onde encontro respostas para os meus problemas e forças para continuar a minha caminhada. E aos amigos e amigas missionários de Nossa Comunidade. Obrigada por tudo amigos!
Aos meus pais Antonio Jacob Chagas e Sebastiana Chagas Correia (in memória). Agradeço também a um casal de amigos, Senhor Jacob de oliveira e Dona Olívia que são como uns pais para mim.








Depoimentos de amigos
Conheci a Plá há três anos atrás, e sem soma de dúvida é uma mulher iluminada por Deus entre a humanidade, hoje cheguei à conclusão que não existem palavras suficientes para explicar quem realmente ela é, vejo nela uma mulher constituída de amor, porque acredita no amor gratuito que é inspirado por Deus e sempre tem Jesus como centro de sua vida.
Manoel Gerdiane

















A proeminência
Fim de tarde, para ser mais precisa às 19h15 min, um ônibus pára, desce uma mulher com seu filho de 3 anos e com a companhia de seu irmão de uns quatorze anos de idade. A Avenida Presidente Ponce de Arruda estava calma, poucas pessoas, somente alguns carros passando. De repente surge uma camioneta F1000, dentro um irresponsável literalmente embriagado fazendo “cavalo de pau”, este acabou atropelando a mulher e o garoto.
O motorista irresponsável logo após o acidente percebendo o que havia acontecido, deu a volta e saiu em disparada, o menino de uns três anos mais ou menos ficou chorando ao lado daquele trágico incidente olhando sua mãe e seu tio inerte no meio da rua. Chocado com tudo aquilo apenas dizia: A luz, a luz o pegou minha mãe e meu tio. Nisso apareceu varias pessoas para ajudá-lo. Uns levaram sua mãe e seu tio para o hospital mais próximo, outros o levaram para casa do garoto indicado por ele.

SONO PROFUNDO
Ouvi vozes, alguém disse:
- Tire toda a roupa dela, se não tiver jeito pode rasgar.
Pronto, mais nada, mergulhei num mais profundo sono. Só fui dar por mim doze dias depois. Posteriormente me disseram que, quando cheguei ao hospital houve grande agitação pelos corredores. O Ari meu marido, meus pais e meus irmãos estavam no maior desespero, todos pedindo a Deus que nos salvassem.
Fiquei doze dias em estado de coma. Acordei com uma luz em meus olhos, olhei e vi um homem me perguntando se estava tudo bem, era o medico me examinando. Lembro-me que não consegui falar, ele insistiu e eu tentava, porém a voz não saia. Ele disse:
- Se estiver me ouvindo fecha os olhos e abra novamente.
Atendi o seu pedido, conforme perguntava eu respondia com os olhos, portanto nada de voz. O médico fez varias perguntas e minha mente viajava tentando recordar de alguma coisa e o medico persistiu, vou espetar uma agulha em seu corpo se você estiver sentindo faça um sinal com os olhos, eu fiz o que ele pediu, às vezes sentia às vezes não. E assim ficou confirmado o que o doutor tinha dito para minha família. Que eu estaria impossibilitada de andar, falar e talvez minha mente não recordasse de nada.
Excepcionalmente o acidente havia atingido a minha espinha dorsal e também tive uma lesão cerebral que afetou minha voz e o meu braço direito. Contudo, a equipe médica não sabia se tinha ocorrido secção total na medula. Por isso precisava fazer uma intervenção cirúrgica. Porém, não havia especialista nesta área na cidade.
Sendo assim, meu marido juntamente com os médicos solicitaram que viessem da capital Cuiabá um especialista. Logo que o especialista chegou os médicos se reuniram e fizeram à cirurgia, no entanto, não deram nenhuma esperança aos meus familiares.
Por alguns dias fiquei sedada, talvez seja para agüentar tantas dores. Porque quando acabava o efeito dos medicamentos, não conseguia que ninguém tocasse em mim, por causa das dores que eram suportáveis.
Com o passar dos dias fui tomando consciência do que estava se passando comigo. Percebi que minhas pernas não se mexiam e que tinha algo estranho em minhas costelas me incomodando, era o dreno para tirar o liquido que havia em meus pulmões, uma vez que a pancada havia perfurado-os.
Aos poucos fui despertando e percebendo as coisas ao meu redor, comecei a ficar impaciente, para os médicos era um bom sinal, sinal que eu estava reagindo e ia sobreviver. Era com certeza Deus me dando mais uma chance.
A minha voz ao poucos foi voltando, Doutor Fasto colocou em dois vidros um liquido colorido que não sei bem o que era para eu ficar assoprando de um para o outro, ele dizia que era para eu fortalecer os pulmões e exercitar os meus lábios para melhorar a minha fala.
Passados uns vinte dias que estava naquele estado tive uma dor de cabeça muito intensa que pensei que fosse morrer, sentia o meu cérebro inchando parecia que ia explodir isso foi à noite, o Ari preocupado chamou a enfermeira, em seguida ela me aplicou uma injeção, entretanto de nada adiantou, a dor continuava e a temperatura não controlava, já estava com quarenta graus de febre.
Meu marido ficou extremamente preocupado insistiu com a enfermeira que chamasse o medico de plantão, que prontamente chegou, assim que ele examinou percebeu que era grave, imediatamente chamou o médico responsável, que por minha sorte, era o Dr. Fausto Farias que já, não demorou a chegar, em seguida ele fez uns testes com minha cabeça e ficou confirmado o que ele já havia suspeitado, era meningite, portanto mais uma batalha para enfrentar.
Agora que eu já estava melhorando
O Medico, Doutor Fausto que me acompanhava desde que aconteceu o acidente aumentou a medicação e proibiu as visitas. E eu de nada sabia, somente fiquei sabendo após a visita ser liberada, minha amiga Terezinha Freitas veio me visitar e perguntou:
- Você melhorou da meningite?
Fiquei sem entender direito, com dificuldade ainda perguntei a minha irmã Lindóia que estava comigo naquele dia:
- O que está acontecendo comigo? É verdade que tenho meningite?
E minha irmã com muito carinho falou:
- Fique calma minha irmã! O perigo já passou. Não se preocupe o Doutor Fasto disse que está tudo sobre controle.
Naquele instante recordei-me de um fato que tinha ocorrido poucos tempos atrás, fiquei um pouco apreensiva e como não me preocupar? Tinha havido um surto de meningite no ano anterior que foi preciso ter até vacinação em massa no país. E, infelizmente ouve um caso em família a namorada de meu irmão Salvino foi uma das vitimas e vindo a falecer. Fiquei pensando:
- Não morri do acidente, agora vou morrer de meningite, comecei a chorar.
Em seguida Doutor Fausto apareceu, uma vez que, sempre vinha conversar comigo, ficávamos horas conversando. Quando ele chegou percebeu que eu havia descoberto, pois eu estava muito angustiada, e falou:
- O que está acontecendo com minha paciente especial?
Eu chorando disse a ele:
- Porque não me contou que estou com meningite?
Ele com aquele jeito sereno e muito tranqüilo explicou:
- Não fique assim! Isso não faz bem para você. O perigo já passou, confie em Deus, e lembre você é uma vitoriosa! Tudo que passou e conseguiu vencer, não é agora que vai desanimar. O vírus está controlado, então não temos o que nos preocupar, agora é só repousar e tomar a medicação direito. Confiei nas palavras do Doutor Fasto e fiquei mais tranqüila.
Logo após uns dias outra surpresa desagradável, peguei uma pneumonia por causa da lesão e por e ter ficado muito dias acamada, o sistema imunológico estava fraco e assim estava suscetível à infecção.
Por todos esses motivos acabei ficando muito fraca e em seguida tive que receber transfusão de sangue. Como não conseguia doador, um amigo da família Manuel Novais, foi o único que era compatível ao meu, doou. Só que ele havia tido hepatite, acabei contaminada pelo vírus da doença através da transfusão. Pneumonia, meningite, hepatite. Quanta coisa! Tudo isso em dois meses. Sobretudo, com a graça de Deus estava viva.
Quanto ao garoto era meu irmão Geraldo que estava comigo, ele teve várias escoriações pelo corpo, hemorragia interna, quase morreu asfixiado com o sangue, os médicos tiveram que intervir às pressas para que ele não morresse. Recebendo cuidados médicos não houve conseqüências maiores, sua recuperação para surpresa de todos foi rápida.
Aparentemente o estado clínico dele era pior que o meu, contudo com a graças a Deus, com quinze dias ele teve recebeu alta. Ainda bem! Não me perdoaria se acontecesse algo de ruim com ele, pois eu havia pedido que me fizesse companhia até a minha casa. Agradeço a Deus por ter sido eu a ficar na cadeira de rodas e protegê-lo e dar forças em sua recuperação sem que ficasse com seqüelas graves.
A criança era o Marco Antonio meu filho, na hora em que o carro nos atingiu ele estava segurando minha em mão, que pela a graça de Deus nada sofreu. No hospital quando dei por conta do que estava acontecendo só perguntava por ele, como não o via achava que ele havia morrido e eles não queriam me contar.
Como ainda não conseguia falar mostrava para minha irmã Jorgina, um jornal na estante para que o pegasse, fazia sinais mostrando letra por letra e esta as retirava até formar as palavras que eu queria que para formar o nome do Marco. Fiquei aliviada em saber que não havia acontecido nada a ele, mais mesmo assim não me conformava queria vê-lo para me certificar que estava vivo. Até que entenderam o que eu queria.
O outro nome que eu pedia para formar foi do Manuel Novais o qual me doou o sangue, eu dizia que ele era o culpado por eu sofrer o acidente e achava que queria me matar. Ninguém entendeu o porquê, nem eu sabia.
Passado alguns dias e que me recordei, eu havia ficado com raiva do Manuel Novais, por que no dia do acidente eu e o Ari estávamos de saída, ele me deixaria na casa de minha mãe e iria para o trabalho, foi quando ele chegou convidando o Ari para sair com ele. Nisso o meu marido mudou de idéia e disse que eu fosse de ônibus, que depois iria me buscar. Acho que quando sofri o acidente eu devia estar com muita raiva dele, na minha mente o Manuel Novais não gostava de mim.
Fiquei dois meses internada no hospital São Marcos. Ao sair do mesmo, fui acompanhada pelo Ari, meu marido, para Cuiabá onde embarcamos em um avião com destino a São Paulo para tratamento de reabilitação. Chegando ao estado de São Paulo já havia uma ambulância nos aguardando no aeroporto, o Ari já havia combinado com pessoas conhecidas dele para nos levar até o Hospital de reabilitação Santa Mônica em Itapecerica da Serra.
Fiquei um mês sozinha, não havia um só conhecido no meio de tanta gente. Meu pensamento era que eu ia morrer sem ver meu filho, meus parentes, enfim, sem ninguém. Minha vida era chorar.
Após um mês que eu estava no hospital, o Ari levou meu irmão Salvino para ficar comigo. Que por providência de Deus conseguiu serviço no mesmo hospital que eu estava como ele havia saído do quartel e lá ele trabalhava de massagista. E assim ficou trabalhando como auxiliar de fisioterapia.
MEU ANJO DA GUARDA
Meu irmão foi maravilhoso comigo, ele foi o meu anjo da guarda. Às vezes eu ficava triste e lá vinha ele consolar-me, dizia tantas coisas bonitas, palavras que animava, ele falava:
- ”pense no seu filho que gosta tanto de você e não importa que você esteja assim! O que importa é o que você representa para ele, e ele a você”. E assim, com a companhia dele os dias se tornaram menos tristes.
O mano me ajudou muito, mesmo nos dias de sua folga vinha me visitar, já que eu não tinha ninguém naquela imensa cidade de São Paulo, apenas ele.
As visitas eram nas quintas-feiras e aos domingos. Sempre ficava triste, pois todos recebiam visita, menos eu, por isso ele fazia questão de vir. Quando eu ficava sozinha em meu quarto pensava:
-“O Que seria de mim se não fosse meu irmão”? Agradecia a Deus por ele poder estar ali comigo.
Meu marido vinha uma vez por mês me visitar juntamente com minha mãe e meu filho, sentia uma vontade imensa de ir embora com eles, contudo precisava me adaptar melhor a cadeira de rodas, meu orgulho também era maior, queria ser mais independente e provar a mim mesma que não precisava dos outros.
Era muito doloroso necessitar da ajuda das pessoas, pois eu era sempre tão auto-suficiente, sofri muito por isso, mas em parte me ajudou a perceber que o ser humano precisa um do outro por mais independente que seja.
Hoje tenho certeza, Deus tinha um plano em minha vida. Passei por tudo isso e continuo a viver porque Deus tinha e tem algo de bom para mim. E hoje acredito que tudo que Deus faz tem uma razão de ser (ta um pouco confuso). Passei por muitas provações, portanto com a graça de Deus tenho superado. E nossa luta é contínua. Temos que estar sempre em busca da nossa conversão e eu estou nesta busca.
Quando recebi alta do hospital, eu não sabia se realmente queria ir para casa ou continuar no hospital. Todos naquele local tinham algo em comum. E, além disso, nos tornamos uma família.
Fiz amizade com as atendentes e os pacientes, todos me queriam bem. Era como se fossemos da mesma família, mesmo porque já havia dois anos que eu estava no hospital de reabilitação.
Fiquei preocupada e até desesperada em pensar de ter que enfrentar a vida fora do lugar que estava acostumada. Vida totalmente diferente da que levava antes do acidente, porém, tinha que enfrentar a realidade.
NO HOSPITAL... ESTORIAS E HISTORIAS...
Todas as tardes os pacientes se reuniam no pátio do hospital para conversarmos. Cada um contava a sua história e o motivo pelo qual estava ali. Tinha cada história, cada uma mais trágica que a outra, no entanto todos riam e levavam na brincadeira pela desdita (desventura) de cada um, com isso todos foram se apegando uns aos outros. O sofrimento nos unia.
Nunca vou me esquecer das pessoas que conheci no hospital Santa Mônica, uma delas era Dona Bela. Ela era uma paciente como todos os outros, no entanto, com um pouco mais de privilégio, já tinha quase cinco anos que estava no hospital. Ela conseguia andar um pouco, mas às vezes dava a impressão que não queria, uma vez que, nunca deixava da cadeira de rodas. Só saia quando estava na sala de fisioterapia.
Devia ter uns cinqüenta anos de idade e era muito realista, quem sabe um pouco sagaz, falava o que devia e o que não devia. Não se importava muito com os sentimentos dos outros. Talvez um pouco debochada!
Quando chequei no hospital, Dona Bela esteve em meu quarto e disse:
- Oi, como está? Vim conhecer a mais nova companheira de cadeira de rodas. O que aconteceu com você?
Eu disse:
- Fui atropelada e machuquei a coluna.
E Dona Bela disse:
- Hum! Foi coluna? E quando você espera ir embora?
Respondi:
- Com seis meses espero estar boa e sair andando daqui.
Dona Bela falou rindo:
- Oh, Amiga! Já estou aqui há cinco anos e quando cheguei pensava a mesma coisa que você, é melhor você ir se acostumando com a cadeira de rodas, porque sair andando é muito difícil.
Eu ainda tentei debater com ela dizendo:
- Tenho fé em Deus e acredito em milagre, sei que vou conseguir.
- Só se for um milagre mesmo ao contrario é melhor aprender se virar sozinha e se adaptar a sua nova vida.
Dona Bela falou isso e saiu me deixando pensativa, naquela noite não consegui pegar no sono, fiquei pensando se ela tinha razão mesmo ou não.
Dona Bela foi um pouco dura comigo, talvez fosse melhor assim, ninguém tinha tido coragem de me dizer à verdade. Fiquei muito triste e decepcionada, porém, era a realidade que eu precisava ouvir e ninguém tinha falado assim antes comigo. Passei a noite chorando.
No dia seguinte meu irmão chegou e eu disse para ele o que Dona Bela havia me falado. Ele queria ir ao quarto dela tirar satisfação, mas eu disse que não, estava sofrendo, porém foi melhor assim, choramos juntos.
De certa forma foi bom, porque fui percebendo que não tinha outro jeito senão me adaptar à cadeira de rodas, e com isso me tornei mais independente, porque, eu não aceitava muita a idéia de ficar na cadeira.
Passando o tempo percebi que em parte Dona Bela havia me ajudado, porque se ela não tivesse me dado aquele despertar, talvez eu não tivesse me recuperado. Já que não tinha muita noção do que estava acontecendo comigo. Queria ficar apenas na cama, achava que, com o tempo eu ficaria boa sem ter que ficar na cadeira de rodas.
Com isso passei a me informar melhor sobre o meu problema e fui tomando consciência que eu teria mesmo que me conformar e me adaptar a cadeira de rodas e também a nova vida como Dona Bela falou.
Quando voltei para casa ela escreveu-me uma cartinha contando-me as novidades do hospital:
Hospital Santa Mônica 08 de janeiro de 1979
Inesquecível Plá
Em primeiro lugar quero desejar a você e todos de sua família um Feliz 1779, que seja cheio de felicidades principalmente de saúde, eu estou como sempre, só sinto sua falta.
Plá a Claudia saiu do hospital, recebi uma carta da Rose, ela foi para Vitória no dia 17 passado. E como vai o Salvino? Ah, a Nóelia alugou uma casa bem grande e nos fundos tem um quarto com banheiro, ela (Se) lembrou dele, eu pensei que ele fosse começar as aulas agora em janeiro, mais é em fevereiro não é mesmo?
A Deolinda está no hospital na cidade de São Roque no interior de São Paulo com escarras, recebi noticias dela.
Um abraço em todos, beijo para o Marquinho.
Muitas felicidades, tudo de bom para todos.
Abraços, Bela
A MORTE DE MEU IRMÃO ISMAEL
Com o transcorrer do tempo muitas coisas aconteceram. Quando tinha um ano e dez meses que eu estava no hospital meu irmão Ismael também sofreu um acidente muito trágico na rodovia 364. Ele estava indo de bicicleta para o serviço às seis horas da manhã e foi atropelado por uma carreta e infelizmente teve morte instantânea.
Nesta mesma madrugada sonhei com ele, eu o vi caído no chão todo ensangüentado e acordei muito preocupada e apreensiva. Assim que o mano Salvino chegou pela manhã eu contei a ele sobre o sonho com nosso mano e ele disse:
- Você está sempre preocupada com o Marco e com nossos pais, deve ser por isso. Não se preocupe, eles devem estar bem, isso foi apenas um sonho.
O pior já tinha acontecido. Logo em seguida meu irmão recebeu uma ligação de minha família contando sobre o acidente. Só que ele não quis me contar, falou que não havia entendido direito, porque a ligação estava muito ruim e precisava ir a Santo Amarro para fazer outra ligação. Portanto, percebi que algo tinha acontecido.
Ansiosa e preocupada com o sonho, não deixava de imaginar que alguma coisa de ruim tinha acontecido, assim passei o dia inteiro esperando por ele. O mano foi obrigado a mentir para sair para chorar longe de mim. Somente no fim de tarde ele apareceu e disse ao meu medico que queria me contar a verdade.
Portanto, o medico disse que seria bom que não contasse porque eu estava um pouco debilitada e muito enfraquecida, no entanto ele não o obedeceu, uma vez que ele havia me prometido que tudo que acontecesse em nossa casa, ele me falaria a verdade. Então o medico disse que contasse que logo seguida ele iria saber como eu estava e me medicaria, (vamos verificar uma melhor colocação das palavras)
Quando vi meu irmão descendo a rampa do hospital notei que ele havia chorado e lembrei-me do sonho. Mas nunca imaginei que pudesse ser o meu irmão Ismael, conforme meu irmão Salvino contava como foi o acidente eu via a cena exatamente como havia sonhado, era muito real. Fiquei inconformada e me revoltei com Deus. Tive uma crise nervosa e dizia:
- Meu irmão é muito jovem, Deus não pode ter permitido que isso acontecesse!
Meu irmão tinha feito dezoito anos cinco dias atrás.
Eu dizia para meu irmão Salvino:
- Deus teria que ter levado a mim, que já não anda mais, não o meu irmão que estava na flor da juventude.
Entrei em desespero, meu irmão e as atendentes tentavam me consolar. Mas nada, nem ninguém conseguiam diminuir a dor que eu estava sentindo. Tudo voltou à tona, revoltei com Deus, uma vez que achava que Ele estava sendo muito injusto comigo. Além de me deixar sem direito de andar, sem ter meu filho comigo, e ainda levou meu irmão? Como eu brigava com Deus!
Por isso fiquei muito fraca e debilitada. Tive que voltar a tomar sangue e soro, O que eu queria mesmo era morrer, passei vários dias sem comer só pensando em minha família. Ficava imaginando como eles deviam estar sofrendo e eu longe sem poder fazer nada.
Passado uma semana apareceu um senhor de cor negra e de uns setenta e poucos anos, sentou-se à beira da minha cama e disse:
- Não se preocupe com seu irmão ele está bem, cuide de você, Deus sabe o que faz tudo tem há sua hora, e se Deus o chamou e porque a hora dele chegou e quem somos nós para ficar lamentando ou questionando?
Ele pediu para mim:
- Volte a comer e lembre do meu filho, ele precisava de mim.
E rezou comigo e disse que voltaria depois. Ele voltou outras vezes e ficamos amigos. No outro dia voltei a comer e fui me recuperando aos poucos. Depois fiquei pensando:
- Quem mandou esse senhor no meu quarto? Se eu não o conhecia como ele apareceu ali?
Acho que isso tudo era Deus cuidando de mim. Sobretudo é através das pessoas que Ele se manifesta.
E ainda aconteceu uma morte no meu quarto.
MORTE NO MEU QUARTO.
Após duas semanas que estava comigo ela passou mal, eram umas vinte e duas horas, assim que ela saiu do banheiro percebi que estava cansada com a respiração um tanto alterado, desta forma eu disse a ela que se sentasse na cama e em seguida toquei a companhia chamando a auxiliar de enfermagem.
A enfermeira chegou e em seguida chamou suas colegas, notei que ficaram preocupadas e chamaram vários médicos fizeram respiração boca a boca, massagem no peito, até mesmo uma injeção fora aplicada em seu coração para reanimá-la, mas de nada adiantou. Acabou falecendo. E ali mesmo preparam seu corpo. Fiquei muito chocada com esse caso.
Quando tudo isso acabou já eram umas três horas da manhã, como dormir com tudo esses acontecimentos? Amanhecendo o dia consegui pegar no sono, sonhei com ela saindo do banheiro e me dizendo:
- Não deu tempo nem de rezar.
Acordei assustada, assim lembrei que realmente ela não tinha rezado como estava acostumada. Uma vez que todos os dias ela fazia suas orações antes de dormir. Senti na obrigação de rezar por ela, entretanto graças a Deus não tive medo.
Presenciei a todos os fatos ocorridos durante a crise de Dona Josefa, esses acontecimentos somados aqueles já vivenciados e vividos por mim acabaram abalando-me ainda mais, com isso fui ficando cada vez mais deprimida e angustiada.
Se não bastasse ainda tinha que passar pelas dores físicas, por causa delas minhas pernas davam muitas contrações, eram tão forte que quase me jogavam no chão. E assim fui me angustiando e achando que o que houve como dona Josefa podia acontecer o mesmo comigo que.
Escrevi uma carta para o Ari dizendo que estava me sentindo abandonada, que poderia morrer, assim como aconteceu com dona Josefa sem ter ninguém por mim. Olhava pela janela do 7º andar em que me encontrava, sentia atraída e me batia uma vontade enorme de me jogar lá em baixo. No entanto, nem isso eu podia fazer.
Passado uns dias, pedi à enfermeira que chamasse um médico para mim, que apareceu logo em seguida. Eu pedi a ele que cortassem minhas pernas, elas já não me serviam e estavam me incomodando, eu não as queria mais. Então ele disse que não podia fazer isso sem autorização da minha família e que ficasse calma que isso iria passar.
Fiquei extremamente revoltada e chorei muito, tive uma crise nervosa, me aplicaram uma injeção, que com certeza era tranqüilizante, por que logo em seguida dormi.
No dia seguinte acordei com a enfermeira dizendo que podia me arrumar que já estava de alta. Fiquei feliz, por que afinal ia voltar para perto de meu irmão e das pessoas pelas qual eu já os conhecia e estava acostumada. Fiquei feliz e pedi que ligassem para meu irmão. Para minha alegria em seguida ele veio me buscar.
Os médicos perceberam que eu estava muito deprimida resolveram me mandar de volta para o Hospital Santa Mônica. Com dois dias meu marido, minha mãe e meu filho Marco chegaram foram ao hospital Bandeirante, e não me encontraram, na portaria do hospital não havia registro da minha transferência, desta forma eles não tinham como informá-los. Tentaram até impedi-los de entrar.
Minha mãe e meu marido ficaram desesperados, achando que eu havia morrido e eles não queriam lhes contar. Eles tiveram que brigar, e entraram no hospital sem a permissão deles. Foram até o apartamento em que eu estava isto porque que eu havia escrito na carta passando o numero e o andar, e não me encontraram.
Uma simpática enfermeira os atendeu e contou toda a história. Que eu havia tido uma crise nervosa e estava muito deprimida; eles tiveram que me transferir às pressas não dando tempo de avisar a portaria. Deste como, somente a direção do hospital sabia. Imaginem o susto que levaram. E minha mãe como deve ter sofrido!
Quando eles chegaram ao hospital Santa Mônica eu já estava melhor, só um pouco abatida. Ficaram comigo por uma semana, até me recuperar bem e retornaram a Rondonópolis.
AMIGOS QUE FIZ...
Um dia já anoitecendo, estava um pouco frio, todos já havia se recolhido em seus quartos para dormir e eu estava no meu com minha amiga Rose. Ela havia recebido alta e esta apreensiva, preocupada disse:
- Plá, vou sentir muito a sua falta, embora esteja contente de voltar para minha casa, no entanto, fico preocupada em saber que você ainda não recebeu alta e também quem vai vir ficar em meu lugar. Tomara que não seja uma pacientes em estado grave. Pois, bem sabemos como é difícil conviver com pessoas em estado terminal.
Comecei a chorar, falei:
- Eu também estou preocupada Rose, sei que vou sentir sua falta, mas (te) desejo tudo de bom para você, pois você (e) sabe (o quanto) gosto muito de você.
- Plá eu também vou sentir sua falta, gostaria se fosse possível que tivéssemos alta juntas, só assim não sofreríamos tanto.
- Estou confusa Rose, não sei se quero mesmo ir para casa. Porque não sei como minha família vai me receber, tenho medo de ser tratada como uma coitadinha.
Rose disse:
- É Plá você sabe que aqui no hospital nós nos tornamos uma família. Todos nos tratavam de igual para igual Rose.
Rose chorou também e disse:
- Penso a mesma coisa Plá, portanto já estou refletindo sobre isso também.
Eu disse a ela:
- É, Rose, estou aflita, não sei o que vou encontrar lá fora, penso muito em como reagirão meu marido e meu filho que ficaram esses dois longos anos sem mim. Tenho medo que eles já tenham se acostumado sem mim e não me aceitem.
Eram muitas as coisas que passavam em minha cabeça e estava ansiosa e apreensiva, ainda mais com saída da Rose, sabia que ia sentir falta dela e temia sem saber quem viria para o meu quarto.
Ficamos até tarde da noite desabafando uma com a outra, revivendo o passado, até pegarmos no sono.
Rose morava em Vila Velha no estado do Espírito Santo, tinha sofrido poliomielite e andava com aparelho ortopédico. Era muito bonita e divertida. Éramos grandes amigas, passávamos horas conversando.
Chegando a sua casa logo escreveu uma carta para mim.
Vila Velha, 24 de abril de 1979.
Querida Plá
Parabéns, pela passagem do seu aniversario! Que esta data se repita por muitos e muitos anos, sempre com saúde, paz, amor e felicidades! Que neste dia em que você colhe mais uma rosa no jardim de sua existência, Deus lhe derrame muitas bênçãos para que você possa viver sempre feliz ao lado de seu filho, seu marido, seus parentes e amigos.
Que também Deus lhe dê muita força e coragem para enfrentar as dificuldades que a vida nos oferece. Tenho certeza que um dia nós seremos recompensados por tudo o que estamos sofrendo aqui na terra. Amiga, quem está em seu quarto com você? Eu estou preocupada com você, fico pensando que está sozinha ou com paciente terminal, isso me deixa apreensiva.
Gostaria de hoje lhe dar pessoalmente um forte abraço, mas como isso não é possível eu lhe envio este abraço no meu pensamento.
Plá, como vai a sua vida aí? Escreva-me contando, ta? Você não imagina como fico feliz de saber noticias suas. Outro dia recebi uma carta de Dona Bela, ela me contou muitas coisas do hospital. Disse-me inclusive que a Dorvalina esta muito desesperada e preocupada, pois já foi feito varias operações e não havia cicatrizado nenhuma.
Escrevi para a Claudia ainda no Natal e ainda não obtive resposta. Você sabe noticias dela? Olha! Se você tiver o endereço dela, mande para mim. E o Salvino, como vai? Espero que tudo esteja correndo bem para ele.
E você Plá, como está se sentido? Tenho certeza que hoje em dia você já consegue ser bastante independente, não é mesmo? E o Marquinho tem ido te visitar? Você se sente muito feliz ao lado dele, não é mesmo?
Olha, quanto a mim vai indo tudo bem, graças a Deus. Ainda estou com o aparelho na perna, dentro de casa eu ando sem as muletas, agora para eu sair eu pego uma, pois não tenho muito equilíbrio.
Estou estudando, você pode imaginar como isto está me fazendo bem. Fiz novas amizades e tenho com isso um trabalho para fazer. Pois você sabe que o estudo é um trabalho? Outro dia fiquei muito feliz, pois sem esperar, fui eleita pelos meus colegas de classe para ser a vice-líder da classe, isso me deu mais forças e mais coragem.
Estou me divertindo muito também, sábado passado dia 21 deste casou uma prima minha e eu fui à madrinha do casamento, você não imagina como fiquei contente. Próximo domingo será o aniversario da minha sobrinha. Ela está uma menina linda.
Plá, às vezes me dá uma saudade tão grande de conversar com você, eram muito legais os nossos papos, que se nós morássemos perto, acho que não sairia da sua casa, para conversarmos. Bom, mas como não moramos perto, espero que você me escreva contando as novidades. Estarei aguardando suas cartas.
Olha, mande-me uma foto sua, pois assim que eu tirar uma eu lhe mando, ta? Bem, Plá um forte abraço ao Marquinho, a sua mãe e aos demais.
A você mil abraços, muitas felicidades de sua amiga que lhe deseja tudo de bom.
Beijos... Rose.
O Advaldo, outro amigo, também foi atropelado e ficou paraplégico, ficando na cadeira de rodas. Era muito agradável e amável com todos, estava sempre pronto para ajudar e servir os que o procurava. Era irreverente e muito engraçado.
Quando estávamos todos reunidos era o que mais fazia graça. Tudo que acontecia com os pacientes ou com os atendentes ele fazia uma piadinha ou gozação, porém com muito respeito. Talvez fossem para deixar a vida mais engraçada, apesar de serem muito os sofrimentos.
Já Albina, era uma moça bonita e bem extrovertida, entretanto um tanto revoltado com a vida, brigava por qualquer motivo. Ela também perdeu totalmente os movimentos das pernas, os médicos não entendiam por que ela não andava. Eles achavam que ela poderia ter tido algum trauma psicológico, uma vez que não encontraram nada nos seus exames.
Meu irmão Salvino ia buscá-la em seu quarto todos os dias para levá-la a fisioterapia, talvez seja este um dos motivos dela ter começado a gostar dele. Ele a tratava com muito carinho, contudo ela tinha um temperamento muito difícil e um tanto rebelde e também muito ciumenta e possessiva.
Nesta história tinha um obstáculo, funcionário não podia se envolver com paciente. Assim ele percebendo que não estava correto e foi se afastando aos poucos para não magoá-la. Só que ela não entendia e achava que ele não a queria por estar numa cadeira de rodas. Meu irmão tentava explicar os motivos pelo qual eles não podiam continuar e ela se revoltava ainda mais. Parou de fazer as fisioterapias e fez greve de fome por vários dias.
Albina nos deu um pouco de trabalho, no entanto com a nossa ajuda e do psicólogo Doutor Rômulo ela entendeu que o relacionamento dos dois não podia dar certo. Aos poucos ela foi se conformando e voltou às fisioterapias. Ela ficava em um quarto bem perto do meu e da Rose. Eu e a Rose dávamos muitos conselhos a ela. Com o tempo e a graça de Deus tudo se ajeitou.
Assim que foi embora ela escreveu uma cartinha:
Belém, 26 de setembro de 1977.
Prezada amiga Plá
Saudações
Desculpe-me não ter escrito há mais tempo, é que logo que cheguei fiquei de cama com uma escarras enorme na poupança, depois no pé, mas agora já estou melhor, espero que você não tenha ficado chateada comigo. Estou com muitas saudades de você e também sinto muita falta das nossas brincadeiras.
Plá, você tinha razão quando falava que a gente sente diferença quando chega em casa, pelo menos até agora não me acostumei aqui. Assim que os meus papeis do INSS chegarem vou me internar novamente, só assim vou me sentir bem melhor, aqui me sinto muito sozinha, passo o dia todo olhando para o teto. Espero que com você esteja tudo bem, que você tenha arranjado uma boa colega de quarto.
A minha viajem foi ótima, bebi bastante vinho no avião e quase fiquei de fogo, quando chequei tinha bastante gente me esperando. Quanto às novidades não tenho nenhuma, aqui é muito quente, acho que por isso não me sinto bem.
Quero que você pergunte para a Carmem se ela esta com aquele cartão verde se estiver, se ela puder mandar para mim. Ah! Quero que você fale com o Salvino que fiquei muito contente por ele ter ido levar-me até ao aeroporto e que também desculpe as brincadeiras.
Fale para o Edvaldo escrever-me, pois estou precisando saber como ele está passando. Quero saber se o Roberto já voltou do Hospital e se já estiver voltado diga para escrever-me.
Quero saber se o Marquinho foi passar o aniversario dele com você, espero que sim, também se o meu álbum de fotografia ficou aí ?Se ficou peço que me mande. Gostaria de saber se depois que eu vim embora se teve alguém me procurando, quero saber também de todas as novidades após a minha saída.
Aqui vou terminando enviando lembranças a todos daí, abraços e as enfermeiras Rosa da Luz a Verinha e diga a ela que depois escrevo para ela e também a Maria, Regina e a Eva.
Dê um abraço no Salvino e na D.Bela.
Um grande abraço da amiga de sempre. Albina
Tinha outras pacientes, no entanto, apenas nós três estávamos sempre juntas, talvez por sermos quase da mesma idade, a Albina tinha vinte e dois anos, Rose dezenove eu vinte e quatro anos, quem sabe por isso tínhamos mais afinidades. Passávamos horas conversando ou vendo programa de televisão.
Não posso deixar de falar de nossa amiga da Claudia, uma senhora muito simpática e de muita fé, devia ter aproximadamente uns 45 anos de idade. Era evangélica e estava sempre com a bíblia na mão.
Como aconteceu o seu acidente, ela disse que numa viagem que fazia com a família o seu carro capotou e ela acabou ficando tetraplégica, os de sua família nada sofreram. Somente ela ficou totalmente dependente, em tudo precisava de alguém, mesmo assim estava sempre sorridente e de bem com que a vida lhe oferecia.
Eu a admirava muito, mesmo naquela situação e continuava sempre de bem com a vida. Antes eu não a compreendia que o que ela tinha de mais belo era Cristo, quantas vezes Claudia me chamou para ir ao quarto dela estudar a bíblia, e eu simplesmente a ignorava. Hoje vejo quantas bênçãos perdi. E tenho certeza que naquele tempo eu não conhecia Jesus como ela conhecia.
Eu Rose e Albina não podíamos ir juntas ao quarto da Claudia de Deolinda para as orações, por que não nos concentrávamos nas orações e errávamos tudo. Confesso que não era de muita fé. Portanto, Claudia e Deolinda nos davam muitos conselhos que tenho certeza serviram muito em minha vida espiritual. Percebo hoje que minha fé era um pouco vaga.
A Deolinda outra senhora também cadeirante, tinha uns cinqüenta anos de idade, ficava no mesmo quarto que a Claudia, era católica praticante e todos os dias às dezoito horas assim como a Claudia nos chamava para rezar. Nem sempre íamos, e quando íamos, tínhamos ataque de risos.
Logo que vim para casa ela teve que ser transferida para outro hospital, mesmo assim escreveu-me uma cartinha.
Querida Placidina
Estimo que ao receber está esteja bem de saúde em companhia do Ari e do Marco. Plá, eu não lhe escrevi antes porque sabia quer você estaria com muitas visitas e muitas coisas para contar. Aqui neste novo hospital a fisioterapia é igual o da Santa Mônica, à alimentação que é bem melhor, eu já estou enjoada de frango, porque vem duas vezes por semana, o café da manhã vem com ovos e pão com queijo, têm lanche a tarde e leite à noite. Talvez até o fim de outubro eu vá embora para casa.
Plá mande-me dizer como está se acostumando com sua nova vida e como foi à chegada? Você está na casa de sua mãe? Ou está na sua? Espero noticias suas.
Plá eu mando um beijo para o Marquinho pelo seu aniversario que será no dia vinte e sete, que Deus o proteja e abençoe, a você um grande abraço desta sua amiga e um abraço em sua mãe e no Ari.
Beijos, Deolinda
No hospital também tinha a Irmã Carmozina, uma vez por semana nos levava a Eucaristia. E cada dois meses um padre celebrava missa para os pacientes. Graças a Deus a direção do hospital dava importância na parte espiritual. E isso nos ajudava a superar nossos problemas.
De vez em quando o hospital promovia eventos, traziam artistas e pregadores. Lembro-me de uma vez no final do ano de 1976 a Noélia assistentes social programou um, isto foi numa tarde, no entanto desde manhã estávamos todos na expectativa, pois eles tinham nos avisado que uns artistas famosos viriam fazer um show para nós pacientes.
Eu também como todos do hospital estava feliz, pois nunca tinha assistido a um show de perto só pela televisão, procurei saber quem eram os artistas, mas ninguém soube responder. Preparei-me para o tal show, coloquei minha melhor roupa, minhas amigas também ficaram todas empolgadas com a novidade.
Em seguida os atendentes vieram nos buscar, o show seria na ala numero Um abaixo da nossa ala. Chegando lá nos colocaram todos em um circulo e no meio estava umas pessoas diferente arrumando o som e outros vinham conversar conosco muitos simpáticos. Eu olhava uns dois me pareciam conhecidos. Quando começou o show que fiquei sabendo quem era.
Um deles era cantor Marcio Greyck. Nossa! Eu era fá dele, no entanto, vendo de perto era tão pequenininho e diferente do que eu estava acostumado a ver pela televisão. A música dele “Aparência” estava nas paradas de sucessos. Quando ele cantou todos ficaram emocionados! A outra musica “Impossível creditar que perdi você” a letra parecia que tinha sido feita para mim. Ouvia e chorava. A letra era assim:
Impossivel Acreditar Que Perdi Você
Não, eu não consigo
Acreditar
No que aconteceu
É um sonho meu
Nada se acabou...
Não, é impossível
Eu não consigo
Viver sem você
Volte e venha ver
Tudo em mim mudou...
Eu chorava sem parar, ainda bem que logo apareceu um palhaço que os acompanhavam animou o ambiente. Todos caíram na risada e eu me contagiei com eles e passei a sorrir também.
O outro cantor era Alexandro Jardim, que eu estava acostumada vê-lo pela a televisão, por que ali o que eu mais fazia era assistir televisão, por isso conhecia quase todos os artistas que estavam fazendo sucesso.
Um cantor que gostaria que estivesse ali era o Ronnie Von, naquele tempo ele estava quase todos os domingo no programa Silvio Santos no “QUAL É A MUSICA” pelo qual ganhou por vários domingo consecutivos, assim fui me afeiçoando a ele e desde então passei a tê-lo como o meu ídolo.
Trouxeram também pessoas que já haviam passado por algum problema e já superado para dar testemunho de suas vidas. Os pacientes ficaram felizes e gratificados com o show e com os testemunhos. Foi como uma injeção de ânimo para todos nós. E assim passamos momentos diferentes e agradáveis naquele dia.
Foi numa uma dessas vezes que conheci a Maria de Lourdes Guarda, que mesmo em uma maca saiu nos lugares levando a palavra de Deus a todos. Ela nos contou que por um erro medico havia ficado na cama, e nem sentar não podia, no entanto mesmo assim ela ia aos hospitais e igrejas dando o seu testemunho de vida evangelizando levando o Amor de Jesus Cristo a todos que precisam.
O Ênio outro paciente, era um garoto muito bonito e bem jovem ainda. Com apenas dezessete anos, sofreu um acidente e também era um “cadeirante”, era o mais novo da turma.
Ele estava sempre recebendo visitas era extremamente vaidoso e paquerador nem mesmo as atendentes escapavam de seus galanteios. Sabemos de cada história dele com elas, que não vale a pena contar.
Havia uma outra paciente, Ana Maria, quando cheguei ao Hospital ela havia sido transferida para um outro, para fazer uma intervenção cirúrgica. Ela teve escarras e foi preciso fazer enxerto e por isso precisou uma cirurgia plástica para correção.
Passado uns seis meses que eu havia chegado ela retornou. Ela era muito simpática e atraente. Fazia sucesso com os pacientes, pelo seu jeito extrovertido e um pouco extravagante. Quando cheguei ao hospital todos diziam que ela era muito namoradeira.
Boato que confirmou ao retornar ao hopital ela paquerou com o Enio, Advaldo e com o Doutor Gustódio e sem falar os atendentes. Ela havia levado um tiro do ex-marido, e o tiro pegou na espinha que a deixou também paraplégica.
O que mais senti quando voltei para casa foi à falta de todas essas pessoas maravilhosas que Deus os coloram em meu caminho e que tive o prazer de conhecê-los. Com alguns deles ficamos nos correspondendo por um bom tempo, depois perdemos contato.
Portanto guardo lembranças de todas essas pessoas maravilhosas no coração, agradeço ao Senhor por elas terem passado pela minha vida, pois cada uma delas me deixou muitas saudades e trago comigo um pouco do que aprendi de cada uma delas.
DROGAS NO HOSPITAL
Tinha também o Roberto um rapaz muito interessante, entretanto um tanto triste. Adorava ouvir musica, estava continuamente com o seu toca fitas ligado, curtindo um som, o conjunto ABBA é o que ele mais ouvia. Ele também foi baleado e, ficou paraplégico. Era uma pessoa maravilhosa e surpreendente, contudo, gostava mesmo de ficar sozinho, viajando no seu mundo a ermo (mudar esta palavra, nem todos conhecem o significado).
Ele teve que ser transferido para outro hospital para fazer uma plástica nas nádegas por causa de uma escarras.
Com seu jeito irreverente e surpreendente nos escreveu uma cartinha:
São Paulo, Hospital Matarazzo.
Olá queridas, tudo jóia por aí? Aqui ta tudo legal, embora sinta saudades de vocês. Pó! É o maior sufoco ficar na cama de bumbu pra cima o dia todo.
Eu já fui operado da escarras quinta-feira passada e to jóia. Na semana que vem vou para o hospital Matarazzo operar a bexiga, que está cheia de pedras. O meu medico disse que tenho alguns tijolos na bexiga, nada mais.
Aqui na Santa casa tem uns enfermeiros legais, têm alguns que são bichas e outros sacanas.
Pó! Drogas!...Que sufoco!...Num tá com nada essa vida de parampa (paraplégico)! Às vezes me dá vontade de morrer, pode crer... É tão chato não poder andar! Mas não tem nada não, um dia eu vou andar (de caixão) e tudo bem. Bom, o papo está jóia, mas hoje é só.
Goodbye and I will never forget you, bye, and bye. Roberto
Roberto ficou por dois meses no hospital Matarazzo, em seguida voltou para o Santa Mônica. Antes do acidente, ele usava drogas, no entanto e infelizmente nem com o acidente parou.
Uma das minhas revoltas também se relacionava a essas pessoas que tinham coragem de levar drogas para ele dentro do hospital. Às vezes comentava com minhas amigas:
- Temos que fazer alguma coisa para ajudá-lo.
Havia dias que ele ficava tão ruim que tinha até convulsão. Ficávamos todos com pena dele, no entanto, não podíamos fazer nada. Não achava certa a questão das drogas, já comentadas no parágrafo anterior, e não tinha certeza de quem eram os envolvidos.
E assim eu mais duas pessoas passamos a investigar quem levava a droga para ele e já estávamos quase descobrindo. Entretanto tínhamos que ter provas mais concreta. Tenho certeza que se eu não tivesse vindo embora não ia demorar muito teríamos conseguido provas contundentes a respeito de tudo isso. Portanto, para nós o que importava era a vida do Roberto.
Era só questão de tempo. Era muito emocionante, até parecia que éramos agentes da INTERPOL. Porém, sabíamos que corríamos risco, éramos cautelosos e fingíamos que não estávamos nem aí com o que estava acontecendo. Para que não desconfiassem, fazíamos de conta que também concordávamos com que estava acontecendo.
O que queríamos mesmo era ajudá-lo. Entretanto não quero entrar em detalhes para não complicar as pessoas que trabalhavam ou ainda trabalham lá. Embora se eu tivesse provas concretas seria bom que eu tivesse contado para que outros casos desses não voltassem a acontecer.
Logo que vim embora fiquei sabendo que ele morreu por overdose. Senti muito e fiquei com sentimento de culpa por não ter podido fazer alguma coisa por ele. E confesso que fiquei com raiva das pessoas que levavam drogas para ele, apesar de não ter plena certeza de quem eram. Só sei que em vez de ajudá-lo acabaram assassinando-o.
Esta parte sobre a morte de seu irmão tem de ser relatada antes na parte onde ainda está no hospital.
TRASFERENCIA PARA O HOSPITAL BANDEIRANTE
Passado uns meses tive uma febre muito alta e os médicos disseram que eu teria que ser transferida para outro hospital. Assim fui para o Hospital Bandeirante no Centro de São Paulo para fazer os exames, porque no hospital Santa Mônica era apenas de reabilitação não tinha aparelhamento adequado.
Os exames acusaram calculo na bexiga, e conseqüentemente precisava ser submetida a uma intervenção cirúrgica. Após a cirurgia fiquei por mais de um mês neste hospital, sofri muito, meu irmão Salvino não podia me visitar por causa do trabalho dele.
O quarto que fiquei era de dois leitos ocupados por mim e uma senhora, de aproximadamente 70 anos, chamada por todos, dona Josefa. Ela era diabética e tinha uma ferida na perna, estava internada porque tinha pressão alta. Dona Josefa era muito religiosa e muito prestativa comigo. Por eu ter feito à cirurgia ficava mais acamada, ela sempre me ajudava naquilo que eu precisasse.
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MINHA INFANCIA NA FAZENDA
Depois de ter passado por uma transformação, passei a escrever também as coisas boas que aconteceram em minha vida. Tenho boas recordações de minha infância. Já que tivemos muitos momentos felizes e lembrar as coisas boas nos faz bem.
Estive conversando com minha irmã e madrinha Maria, a mais velha dos irmãos, ela me fez lembrar do tempo que morávamos na fazenda, foram muitas coisas boas que passamos quando crianças.
A fazenda ficava no Jurigão, era muito bonita, me recordo bem das bicas d’água, do monjolo e do engenho de moer cana, que meu pai mesmo construiu. Minha irmã estava me dizendo que tínhamos um engenho de moer cana que era puxado por bois, e meu irmão Jerônimo e nossos primos é quem os comandavam.
E minha mãe juntamente com mais pessoas que vinham para ajudá-la, é quem faziam rapadura, açúcar de barro e melado. Era chamado açúcar de barro, por que era colocado o melado nas folhas de bananas e colocava o barro para secarem juntos, quando secavam o melado transformava em açúcar de barro, hoje, açúcar mascavo.
E também plantávamos café, no tempo da colheita vinham sempre muitas pessoas para nos ajudar. Tínhamos muita fartura, de algumas coisas me lembro bem, uma delas era que no porão de nossa casa tinha uma caixa enorme para guardar todo tipo de mantimentos, ex: açúcar, arroz, feijão, polvilho de mandioca, banha de porco.
Minha mãe fazia biscoitos, peta, brevidade, bolo de arroz e vários outros tipos de guloseimas. Nossa casa foi sempre abençoada por Deus, com muita fartura.
Meu pai era muito bom e ajudava todos que apareciam pedindo ajuda. Às vezes minha mãe ficava preocupada, uma vez que, a primeira vez que ele via uma pessoa já levava para casa para ajudá-las e também dava emprego a elas. Vejo hoje, que não podemos confiar em ninguém, se der emprego para alguém na terra, o dono perde o direito. Tanto ficou ruim para o empregado como para o empregador, Talvez seja por isso que vemos tantas pessoas desempregadas passando fome sem ter onde morar.
Ah! Quando tinha festa era muito bom, minha mãe juntamente com minhas tias e primas faziam vários tipos de doces, de mamão, leite, laranja, da madeira do mamão, de mangaba, eram tantos, e colocavam em latas grandes, também eram dois ou três dias festejando. Sem dizer as vacas, porcos e carneiros que matavam. Todos que trabalhavam participavam com alegria.
Minha mãe sempre dizia que apenas precisávamos comprar sal e roupas, o resto tinha de tudo na fazenda. Tinha também o tear, ela também tecia, fazia rede e coberta e até tecido de calça para homens trabalhar na roça.
Também criávamos gado e porcos, todo mês matavam uma vaca e porcos para manter as despesas, uma vez que tinham muitos trabalhadores e a despesa era muito grande.
Sempre tinha pessoas que trabalhavam conosco e nós nos apegávamos a eles. Um deles era o um senhor baiano por nome Abelino que trabalhava na fazenda do meu avô, assim que meu pai se casou ele veio morar com ele, todavia só nos deixou quando meu pai vendeu a fazenda, no entanto mesmo assim ele vinha sempre em casa e nos trazia balas, bolachas coisas que não tinham na fazenda era uma festa quando ele chegava a nossa casa. Nós o tínhamos como nosso tio, batizou minha irmã Lindóia, ela era a preferida dele. E nós ficávamos todos com ciúmes.
Em mil novecentos noventa e sete (1997) ele adoeceu na fazenda em que estava trabalhando, minha irmã Lindóia preocupada foi buscá-lo para cuidar dele. Só que neste período infelizmente ela sofreu um aneurisma cerebral e venho a falecer. E assim ficou sem lugar para ficar, pois minhas sobrinhas Silvana e Andréia morram em Cuiabá trabalham fora não tinham como ficar com ele. Assim tivemos que trazê-lo para ficar comigo e minhas irmãs.
Com o tempo foi ficando debilitado e como era acostumado a sair para a rua, ficamos com medo que lhe acontecesse um acidente ou coisa parecida. E assim tivemos que interná-lo no Lar dos Idosos, no entanto fugiu varias vezes, e deste modo para evitar um acidente tivemos que interná-lo no Lar Cristão.
Sofri muito com isso, tinha a impressão que nós o abandonamos. Sempre íamos visitá-lo eu sentia que ele queria estar conosco. Passado uns tempos ele sofreu um derrame cerebral acabou falecendo abrigo. Tenho sentimento de culpa, por não ter deixado que ele terminasse seus últimos dias de vida aqui em casa com a gente como ele gostava de estar.
Interessante, que aconteceu um outro caso parecido com de seu Abelino. Um sobrinho de meu pai chamado Carlos por apelido Dal também morou um tempo conosco na fazenda, meus pais praticamente o criaram. Ele trabalhava em outras fazendas, mas vez em quando retornava a nossa casa, ficou assim até se casar.
Com o tempo casou-se teve dois filhos, infelizmente separou--se da esposa e assim ficou trabalhando em fazendas de um e outro, porém, sempre voltava para a casa de meus pais. Depois que meus pais faleceram ele passou a vir em minha casa. Sentia-se a vontade em casa e sempre dizia:
- Você é a minha família “Branquinha”. Sua mãe e seu pai foram quem me criaram meus pais não tinham condições, por isso que eu estava sempre na casa de vocês devo muito a eles. Minha mãe ”Tiana” me ensinou muita coisa e cuidou de mim como um filho.
Minha mãe, ele a chamava de mãe “Tiana”.
Ele continuou:
- Naquele tempo você era pequena não se lembra, eu tive uma ferida no nariz que virou ferida brava e quase perdi o nariz por isso ele é assim comido do lado.
Eu fiquei comovida e impressionada com a historia que ele contou, e comecei a entender o amor que ele tinha por nós, além de primos éramos também como se fossemos irmãos dele e ele assim nos considerava.
Após ele me contar a historia da vida dele passei a entendê-lo melhor, antes eu o achava um pouco folgado.
No ano 1996 ele chegou aqui todo feliz dizendo que havia saído uma casa para ele. E que no bairro em que morava havia saído umas casas pela prefeitura e fizeram uma avaliação de quem precisava assim ele foi contemplado. Fiquei muito contente por ele. Afinal, ele mais que ninguém merecia ter uma casa para morar e logo em seguida arrumou uma companheira.
No entanto em dois mil e dois ele ficou doente, visto como já sofria com o mal de chagas, e, além disso, atacou tuberculose e o estado de saúde dele foi se agravando cada vez mais, e o lugar que ele procurava ajuda era aqui em minha casa.
Agradeço a Deus sempre por ter tido a possibilidade de alguma forma ter podido ajudá-lo. Era aqui que ele vinha para que eu conseguisse alguém para marcar consulta para ele no posto de saúde, já que ficava perto de minha casa e a Lucia como sempre era a intermediaria. Eu pedia para ela ir até o Posto de saúde marcar a consulta, assim eu ligava para a vizinha dele para que ele viesse dormir em casa para poder chegar na hora marcada.
Passou muitos dias sem ele aparecer em casa, numa noite sonhei com ele, não consegui definir direito o sonho, fiquei preocupada liguei na vizinha ela também disse que fazia dias que não o via, então pedi a ela que pedisse para alguém ir lá e arrombasse a porta que eu estava pressentindo que havia acontecido alguma coisa de ruim com ele. E assim ela fez, chamou o vizinho e foram na casa dele e o encontraram morto.
Às vezes fico pensando:
- Porque sempre acontece isso comigo?
Gostaria de entender ou que estivesse alguém que me explicasse o porquê dessas coisas acontecerem. Porque não foi somente na morte de meu irmão Ismael e do meu primo, na morte do meu pai também fui avisada em sonho que ela ia morrer.
Em uma outra vez o meu sobrinho Mauro estava sendo submetido a uma cirurgia de adenóide em Cuiabá, ele ia ser operado em um dia e nessa mesma noite eu tive um sonho e acordei dizendo que o Mauro estava mal. O meu pressentimento era que ele estava morrendo. Liguei para a Célia irmã dele, perguntei se ela sabia como o Mauro estava ela me respondeu que achava que estava, porque até àquela hora a Celina mãe dela não havia ligado.
Então eu disse a ela que rezasse por ele, porque eu estava com pressentimento que ele ia morrer. E pedi que ligasse para sua mãe porque sabia ela devia estar desesperada sozinha com ele. Em seguida ela retornou a ligação dizendo:
- Tia a senhora tinha razão o Mauro está na UTI. E minha mãe está agoniada lá fora esperando noticias dele.
Depois ficamos sabendo que ele teve um choque anafilático e quase morreu. Portanto, graças a Deus ele recuperou logo.
Com o Marco foi por duas vezes que aconteceu isso, a primeira vez foi quando ele operou do joelho. Como irmão dele por parte de pai é medico ortopedista e atua em Goiânia ele foi fazer a cirurgia com ele.
Na noite da que antecedeu a cirurgia tive um sonho um pouco perturbado, acordei pela manhã angustiada e pressentindo que algo estava acontecendo, leguei no hospital falei com uma atendente e pedi que passasse a ligação para o apartamento doze, ela sem excitar me disse: o paciente deste apartamento não pose falar porque ele passou mal e teve que leva-lo para o UTI. Nossa! Quando ela disse isso eu fiquei quase louca e pedi que me chamassem o seu Irmão Dr. Marcelo Torres, ela disse: o Doutor Marcelo
MEUS PAIS, PIONEIROS EM RONDONÓPOLIS...
Meu pai Antonio Jacob chagas foi um dos pioneiros em Rondonópolis, em mil e novecentos e cinqüenta e seis (1956) vendeu a fazenda e viemos para a cidade para que pudéssemos estudar. Quando chegamos nesta cidade moramos em uma casa de meu avô Jacob Francisco Chagas até comprarmos nossa chácara, que ficava perto da cidade na Avenida Presidente Médice onde hoje é a garagem da Andorinha. Moramos nesta chácara por uns tempos.
Meu pai desde rapaz novo bebia, a bebida tornou-se num vicio, contudo, apesar de beber era um pai carinhoso e muito presente. Infelizmente por causa do vicio da bebida gastou quase todo o dinheiro da venda da fazenda. Talvez seja também por não ter experiência na cidade e não saber investir o dinheiro.
Éramos nove irmãos, menos uma que faleceu ainda na fazenda. E tinha o mesmo nome que o meu. Quando eu nasci meu avô Jacó pai de meu pai quis que colocasse o mesmo, porque era o nome de minha avó mãe de minha mãe.
Após virmos para Rondonópolis minha mãe teve mais quatro filhos, os irmãos mais velhos cuidavam dos mais novos à medida que iam crescendo. A Helena a décima segunda dos irmãos, eu é quem mais cuidou dela, faleceu quando tinha dois aninhos. Foi muito rápido que ficamos todos abalados. Ela passou mal ao anoitecer, e de madrugada faleceu.
Neste período eu estava ficando na casa do meu primo Antonio Chagas Mendonça para estudar, quando minha irmã Lindóia veio avisar meu primo do acontecido, entretanto nada me disseram. Apenas fiquei sabendo quando chegamos a nossa casa.
Fiquei muito chocada. Após um mês morreu também a Luzia nossa irmãzinha a mais nova, ela já havia nascido doente e os médicos disseram que ela teria poucos meses de vida. Sofremos muito com a morte delas. Éramos uma família grande e muito feliz!
Ao chegarmos à cidade, referenciada no parágrafo anterior, só compramos uma chácara, esta perto da cidade. Ficaram algumas cabeças de gado e os bois de carros aos poucos foram vendidas pelo meu pai que infelizmente não soube aplicar o dinheiro.
Minha mãe era uma mulher muito dinâmica e foi quem mais padeceu com tudo isso, portanto meu pai não tinha outra profissão e só sabia trabalhar com gado e lavoura. Assim tivemos que procurar outro meio de sobreviver.
Ficamos dois anos na cidade, minha mãe preocupada conosco e sem saber o que fazer com a bebida do meu pai que cada vez ficava pior resolveu vender a chácara e comprar um sitio afastado da cidade.
O sitio, ficava a uns oito km da cidade, num lugar chamado Esparramo. Minha mãe pensou que se ficasse longe deste ele não ia beber tanto. Em parte foi bom, ele parou um pouco, entretanto não deixou a bebida de uma vez.
Passamos nossa infância neste Sitio do Esparramo, no começo passamos um pouco de dificuldades, portanto nunca passamos fome. Com o tempo passamos a ter fartura, não era como na fazenda do Jurigão, no entanto era melhor que na cidade.
O SITIO ESPARRAMO E OS MIGRANTES...
Meu pai dava terra para meeiros, pessoas que vinham de fora plantar a meia. Enquanto essas pessoas, em sua maioria migrante, não obtinham através do trabalho com terra, “frutos” para o próprio sustento, meus pais os ajudavam em suas necessidades dando a elas moradia e alimentação.
Assim fizemos vários amigos, lembro de um casal do Ceará, Dona Francisca e Seu Francisco. Ela tinha uns cinqüenta anos e ele uns vintes e poucos anos e também tinha uma filha por nome Fátima.
No começo, ela tinha um pouco de ciúmes, por ele ser mais novo que ela, e éramos quatro irmãs já mocinhas. Com o tempo ela percebeu que não havia motivo. Ele a respeitava e a nós também. Logo eles se tornaram compadres, meus pais batizaram a filha deles.
Houve outro casal o Senhor Estevão e Dona Balbina, ele era Paraguaio e ela Cuiabana que também constituiu laços de amizade e por isso deu sua filha para meus pais batizar. Ele era benzedor, dizia que benzia ele para afugentar qualquer coisa que o perturbasse e também picada de cobra e qualquer outro inseto.
Recordo-me de umas das estórias que ele contava que quando foi para o serviço militar não de adaptou, resolver fugir. E o comandante era muito Caxias e assim colocou vários soldados a sua procura, ele falou que apenas se escondeu atrás de um cupim e rezou uma das orações e os soldados passavam ao lado dele e ninguém o descobriu.
Dizia também que quando ele via uma cobra ele a impenotizava e ela o atendia e ia para onde ele mandava. Muitas pessoas tinham medo dele pelas façanhas que ele contava.
Certo dia apareceu um senhor de cor negra no nosso sitio pedindo serviço, meu pai o contratou. E era no período de inverno, e tínhamos por habito fazer fogueira no terreiro de casa para ficar contando causo, meu pai era muito brincalhão e gozador, dizia:
- Está na hora do “amarra - nego”.
Que quer dizer esquentar-se no fogo.
Ele se chama João, que com tempo ficou conhecido como João Preto. Após um tempo que ele estava morando conosco ele batizou minha irmãzinha Helena. Passado uns tempos Seu João nos contou que, pensou que meu pai sabia que ele havia tentado matar uma pessoa onde morava, e achava que era ele que ia ser amarrado e colocado no fogo.
Portanto minha mãe em parte tinha razão, por se preocupar, entretanto por meu pai ser bom, ninguém tinha coragem de fazer nada de mal para com ele e conosco também.
Uma outra vez apareceu um primo de meu pai, por nome Jerônimo Procópio de Melo e sua mulher Maria que também era nossa prima e pediram para ficar em casa por uns dias. Uma vez que, ele estava sendo perseguido por exercer a profissão de dentista prático e não ser formado. Sofria perseguição por ser um bom dentista prático e uma excelente pessoa.
Meu pai como já havia comprado um gabinete de um outro dentista amigo cedeu para ele e em troca ele ensinaria o meu irmão Jerônimo que por coincidência tinha o mesmo nome dele a mesma profissão. E assim ficaram por um bom período até conseguirem alugar uma casa na cidade. Esse meu primo Jerônimo Procópio de Melo foi um dos primeiros dentistas práticos de nossa cidade.
OS VIVEIROS DE PEIXES...
Passado uns anos, meu pai passou a pescar e fez vários viveiros de peixes, contudo o que mais tínhamos de fartura era água. Antes de mudarmos para o sitio meu pai juntamente com meu tio Pedro Jacob chagas, irmão dele, que já tinha um sítio perto do nosso, abriram um rego d’água que era a coisa mais linda de se ver, era água límpida e cristalina.
Quantas pessoas saíam da cidade para ir conhecer os viveiros de peixes, o rego d’água e as bicas que ia até o monjolo, iguais as que tínhamos na fazenda, que também meu pai havia feito.
Era muito bonito e interessante para quem não a conhecia. Para quem não sabe, monjolo é para socar alimentos, como por exemplo: arroz ou milho para canjica etc.
E também ver os peixes no Rio Vermelho no tempo da lufada. Os dourados pulavam tão alto que às vezes caiam fora d’água, os pacus na época do acasalamento ficavam em cardume com a cabeça quase para fora e faziam um barulho igual animal, era muito bonito, de nossa casa ouvia o barulho.
Até parece historia de pescador, mas é verdade. Quem teve o privilégio de ir lá sabe que era assim. E uma pena que hoje não tem mais peixe nos rios como naquele tempo. Acabaram até com os rios quanto mais os peixes.
Não ficávamos um domingo sequer, sem visitas, nossa casa era cheia de gente, nossos colegas de escola e nossos primos gostavam de passar o fim de semana em casa.
Eu e minhas primas Catarina e Elisa adorávamos brincar de casinha, fazíamos casas debaixo das arvores na beira da grota que tinha perto de casa. Nossos brinquedos eram latas de extrato de tomate e colher de medida de leite ninho. Nem bonecas nós tínhamos, no entanto não fazia diferença, brincávamos contentes e felizes.


ADOLESCÊNCIA...
Quando nos tornamos adolescentes, eu e mina irmã Celina, convidávamos muitas moças e rapazes da vizinhança e cada um levava um prato diferente e fazíamos piqueniques. Em seguida brincávamos de direita fazia e de passar meu anelzinho e tomávamos banho no Rio Esparramo ou na represa. Nossa infância foi muito saudável e divertida.
Quando chegávamos à noite nós nos reuníamos no pátio de casa e meu pai tocava sanfona ou violão, cantava e contava estórias para nós e as visitas ouvirem. Era muito animado, nunca vou me esquecer desse tempo.
No mês de junho nós fazíamos fogueiras, assava batatas, pipocas e também rezávamos o terço, às vezes em nossa casa, outras vezes no sitio do meu tio Pedro ou nas casas dos meeiros. Tempo que arrumávamos padrinhos e madrinhas de fogueira. Até os irmãos mais velhos batizavam os mais novos.
Ficávamos até de madrugada, brincando de rodas, um ficava dentro da roda e escolhia uma pessoa para recitar uma poesia, cantar uma musica ou contar uma piada. Como divertíamos!
Para irmos aos sítios fazíamos tochas em pontas de varas para iluminar nas noites escuras, em noites de lua cheia não precisava, portanto as noites mais pareciam dia. Meu pai contava estórias de lobisomem, e meus irmãos se escondiam nas moitas para nos assustarem. Ficávamos morrendo de medo.
Quando chegava no tempo da seca, minha mãe reunia a criançada de casa e dos vizinhos e colocávamos para fazer penitencia para chover. Carregávamos litros d’água na cabeça até a um túmulo de uma criancinha que havia falecido e enterrado no pasto do nosso sitio. E engraçado que às vezes antes de retornarmos em casa começava a chover. Sei que fé remove montanhas.
E tudo que pedirmos com fé conseguiremos. Como disse Jesus Cristo no Evangelho João 16, 23 “Em verdade, em verdade vos digo: o que pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo dará. Até agora não pedistes nada em meu nome. Pedi e recebereis, para que a alegria seja perfeita”. Acho que Deus via a nossa fé, e realmente nos mandava chuva. Fazíamos a maior festa e aproveitávamos e tomávamos banho na chuva.
E também aos domingos meus primos Hermes e suas irmãs Maria Aparecida e Zilda que são filhos de Jerônimo de Melo iam nos visitar. Ele tocava violão e cantava as musicas de Roberto Carlos e outros cantores da época da “Jovem Guarda” e nós brincávamos e dançávamos até cansar. Éramos felizes e não sabíamos! Tenho boas recordações dos anos sessenta. Todos brincavam e se divertiam sem malicia e sem necessidade beber ou usar drogas.

RIO VERMELHO: RICO EM PEIXES
Como éramos muitos filhos, meu pai nos levavam para ajudá-lo a pescar, no Rio Vermelho. Minha mãe ficava preocupada, sobretudo, meu pai a tranqüilizava dizendo: “Deus cuida de nós”. Realmente Ele cuidou e nada de ruim aconteceu conosco.
Meu pai, eu, minha irmã Celina, Jerônimo, Salvino, Juramy, Ismael e Geraldo, o menor da turma, que na época tinha seis a sete anos de idade (não me recordo ao certo), subíamos de barco rio acima até certa altura e descíamos por dentro do rio com a rede, dois pegavam de um lado da rede e íamos pela orla do rio e dois do outro lado, indo pelo meio até uma praia perto de casa. Outros iam num barco e esperavam na praia.
Pegávamos muitos peixes, e colocávamos em tanques que chamávamos de viveiros! Quando estava na lufada , passávamos horas e até a noite pescando. Pegávamos todo tipo de peixe, pacu, peal-sul, curimbatá, pira-pitanga e vários outros. Não tínhamos medo, isso era uma diversão para nós.
Tinha também os anzóis de pinda , que pegavam pintados, surubins e jaús tão grandes que tinha uns do tamanho de um homem.
A primeira vez que houve a proibição da pesca, nós sofremos com isso. Meu pai havia saído e estávamos a sós em casa, chegaram vários policiais e disseram que era para nós esvaziarmos os tanques e soltar todos os peixes no rio.
Fomos obedientes e fizemos o que eles nos mandaram, ainda bem que no meio do caminho havia uma grota que era cheia de pau e folhas secas e resolvemos soltar alguns peixes nela, portanto os policiais perceberam e passaram a nos acompanhar, assim fomos obrigados a saltá-los no rio, até choramos de raiva, pois sabíamos quanto trabalho nos deu para pegá-los. Também não tínhamos conhecimento sobre a importância da piracema.
Quando meu pai chegou, ficou bravo e viu que eles agiram com abuso de poder, por ter nos obrigado a fazer o serviço e por sermos menores de idade, ou seja, eles tinham que ter esperado a sua chegada.
Então, para que meu pai não ficasse tão triste, nós dissemos:
- Pai, não se preocupe, conseguimos salvar alguns peixinhos, estão lá na grota, vai lá para o senhor dar uma olhada.
Com um sorriso nos lábios, ele falou:
- “Ah! Esses meus filhos...”.
A lei da piracema tinha chegado isto foi em 1964 ou 1965 mais ou menos e ninguém a conhecia, eles teriam que ter nos comunicado primeiro e não agido daquele jeito, portanto os peixes estavam sendo um dos meios de nossa sobrevivência. Ainda bem que tínhamos conseguido salvar aqueles que colocamos na grota.
Quando passou a piracema tivemos que esgotar toda ela para recuperá-los. Na opinião de meu pai e mais pessoas que se inteiraram do assunto, eles deveriam ter nos avisado para não pescar e não soltar os que já estavam pegos.
Hoje penso:
- Será que estávamos cometendo mesmo crime contra a natureza?
É de se pensar. Portanto os peixes que pegávamos ficavam em viveiros e desovavam, os alevinos iam direto para o Rio Vermelho, pois a água era corrente, por isso acho eu, que não estávamos cometendo nenhum crime ecológico.
Meu pai não tinha muito estudo, no entanto tinha muita sabedoria e já preservava o eco sistema, não deixava que ninguém tirasse nada da orla do rio. Quando ele arrendava a terra, já dizia que não podia tirar uma arvore sequer da beira do rio, tinha que deixar uns cento e cinqüenta a duzentos metros sem mexer. E também deixava uma boa parte da mata intacta.
O que não mais acontece hoje. As pessoas só pensam em destruir nossas matas e nossos rios, estes estão quase acabando tudo com o desmatamento. Eu fiquei revoltada e até chorei quando retornei ao nosso antigo sitio no Esparramo.
Sempre tive vontade de voltar ao sitio, meus irmãos Jerônimo e Juramy vieram passar uns dias em minha casa, e os pedi que fossem comigo até lá, porém ficamos decepcionados, nós achávamos por ser o Quartel que estava cuidando estaria muito bonito e bem preservado. Engano nosso, tiraram todas as árvores que meu pai preservava, até os sarãs , coisas que não se deve mexer, uma vez que ajuda a conservar os rios no seu curso natural.
Ficamos muito tristes e preocupados com que vimos. Antes não tinha casa bonita e nem piscina, no entanto a natureza era preservada. Tiraram as mangueiras, laranjeiras e outras plantas nativas que protegiam a orla do rio. O rio está perto da casa ao contrario de antes.
O Rio Vermelho era muito rico em peixe. É triste em pensar que o próprio homem quem o destruiu. Temos leis que protege, contudo se o homem não tomar consciência em cuidar da natureza nada disso adianta. Hoje o que a gente vê é esgoto e material orgânico jogado nos rios, ninguém respeita mais a natureza.
Não adianta só proibir a pesca tem que também preservar os rios. Preocupar-se mais com suas orlas, em manter as arvores e outras plantas que ajudam a protegê-los.
Sonhava sempre com o sitio, depois que retornamos lá nunca mais sonhei, minha mente que estava ligada à imagem de antes, não gostou da que viu e deve ter havido um bloqueio.
Eu era muito sapeca, gostava correr e subir em árvore nem meu irmão mais velho me venciam. Uma vez subi em uma mangueira do mato, que quase não tinha galhos e não consegui descer, minha irmã Celina teve que chamar o meu pai, para me ajudar, ele teve que jogou uma corda para que eu pudesse descer. Fiquei com receio, pensei que ele fosse brigar comigo, portanto como sempre, ele nunca brigava minha mãe que era mais brava conosco, chegando a casa ela deu-me umas broncas.
Assim fomos criados, fazendo as peraltices de criança, contudo ajudando nosso pai e nossa mãe em todas as tarefas, não só de casa, mas todas as que apareciam até mesmo capinar quintal e ajudar a colher arroz ou feijão na roça.
Teve um tempo que fizemos farinha para vender na cidade para ajudar nas despesas. Levantávamos de madrugada para descascar e ralar mandioca. E nem por isso ficamos revoltados, como vejo por aí, filhos ficando de mal de seus pais ou às vezes até dando parte porque são colocados para trabalhar. Isso eu culpo as leis de hoje que pretejem os menores, há meu ver ficaram piores, as crianças não querem ter responsabilidade porque sabem que as leis os protegem.
ESCOLA NO SITIO...
Para estudarmos, meu pai contratou uma professora particular para nos dar aulas. Lembro-me bem, seu nome era Aline, gostávamos muito dela, porém com o tempo ela começou a maltratar o meu irmão Salvino, ele era um pouco lento para aprender e ela torcia a orelha dele tanto que até feria.
Percebemos que ela pegou antipatia por ele. Meus pais também notaram, mas nada falaram por ela ser uma boa professora. Esperaram terminar o ano e preferiram dispensá-la.
Uma vez por mês a professora Alice ia para a casa dela e um de nós tinha que acompanhá-la. Ela morava muito longe do nosso sitio, no final da Vila Operária, era uma longa caminhada (para situar o leitor o nosso sitio hoje é área de lazer do Quartel 18º GAC). O pior é que íamos a pé. Para nós era uma aventura, e às vezes até brigávamos para ir com ela. Ela ficou por uns dois anos conosco.

ESCOLA DA CIDADE…
Com o tempo passamos a estudar na Escola Rural Mista José Salmem Hanse na Vila Salmem, hoje Escola Salmem Hanse e depois no La Salles. No começo íamos a pé, depois meu pai comprou duas bicicletas para quatro ou às vezes até cinco. Outras às vezes íamos de Charrete com meus primos Adão e Catarina. Precisávamos levantar de madrugada para chegarmos na hora certa.
Assim, ficamos estudando por um bom tempo. Nosso lanche era arroz com carne ou ovo e às vezes farofa. Tinha que ser bem reforçado para agüentarmos a distancia. Era muita vontade de estudar para agüentar tudo isso! Quantas crianças são levadas à porta da escola e não querem estudar.
Nossas professoras, Marly Morais e Lourdes eram excelentes professoras, elas que gostavam do nosso lanche, sempre pediam para trocarmos com elas. Ficamos nessa luta por uns tempos, até retornamos a cidade para trabalhar e continuar os estudos.
Na primeira escola que estudamos coloram-me como candidata a rainha estudantil, eu tinha doze anos. Ganhei em segundo lugar, não sei como consegui, pois era muito tímida, ou seria melhor dizer, caipira mesmo.
A professora Marly foi quem fez o meu vestido, era branco, com brilhos e umas pedrarias e lantejoulas na frente. Ficou muito bonito! Nunca havia vestido um assim. Senti-me realmente uma princesa, pena que não fiquei com nenhuma fotografia. A segunda escola foi Ginásio La Salle era e continua sendo um bom colégio.
Meus pais eram amigos dos irmãos Lasalistas, eles tinham uma chácara ao lado do nosso sitio. O irmão Estalislau era o mais velho, como gostávamos dele! Tinha também o irmão Valdemar, irmão Olavo, irmão Adelmo, e vários outros. Eles estavam sempre em nossa casa.
Conhecemos uma família que tinham recém chegado de São Paulo, e ficou muito amiga da nossa. O senhor chamava-se Sr. Gerson Péu da Silva. Todos os domingos eles vinham no nosso sitio, eles eram apaixonados pelo sitio, até que acabaram comprando. Entretanto só vendemos o sitio por que precisávamos estudar e trabalhar. E para meus pais ficarem lá sozinhos ficava difícil. Assim retornamos para a cidade.

RETORTNO A CIDADE...
Com a venda do sitio compramos uma chácara na Presidente Médice esquina com a Rua Sergipe s/n perto da que tínhamos antes de irmos para o sitio. Era um lugar muito tranqüilo de se viver. Os vizinhos então, eram todos gente boa. E adquirimos vários outros terrenos onde hoje é o Loteamento Jacob e Vila Lourdes. Só que aos poucos meu pai foi vendendo, para pessoas carentes que apareciam querendo um pedaço de terra para morar, ele vendia conforme a pessoa podia pagar.
Todos nos trabalhávamos e estudávamos e assim passamos a estudar na escola Treze de Junho. Era uma das melhores escolas que havia naquele tempo, era particular, portanto o governo pagava uma parte, por isso dava para estudarmos. E nessa escola também me escolheram para sair candidata à miss estudantil e novamente fiquei em segundo lugar.



QUANDO CONHECI O ARI
Foi em uma tarde de novembro de 1969 quando conheci meu marido. Nós ainda morávamos no sitio Esparramo e ele foi passear lá com meu tio. Meu tio nos apresentou e disse que ele ia sair candidato a vereador e era para votarmos nele.
Por motivos pessoais ele desistiu de ser candidato. Fiquei sabendo que era casado e tinha filhos. Com o tempo ele se tornou amigo do meu pai.
Eu tinha namorado e estava firme, nem imaginava um dia pudesse vir á gostar dele. Antes de comprar a chácara morávamos de aluguel e a casa que morávamos ficava bem enfrente o escritório dele, todos os dias ele ia à minha casa.
Nesse tempo eu pretendia ser freira, meu pai chegou a ir comigo no seminário conversar com a Madre superiora e ficou tudo combinado. Portanto meu irmão Jerônimo não queria e dizia que se eu fosse freira podia esquecer que era irmã dele.
Por isso e outras coisas mais, acabei desistindo. Hoje percebo que e também acho que Deus realmente ainda não havia me chamado para está vocação, senão nada disso me impediria.
Na vila São Francisco, que hoje é a mesma que moro, eu tinha muitas amigas e primas, nós programávamos festinhas ou brincadeiras dançantes, sempre na casa de minha madrinha Maria mãe da Cida e da Terezinha Freitas, elas trabalhavam na antena da antiga Radio Branif a única radio naquele tempo. Era muito animado. Quase todos os sábado ou domingos nós nos reuníamos para colocar as novidades em dia.
O Ari estava sempre presente. Eu tinha namorado que estava sempre comigo. Com o passar do tempo o Ari confessou que estava gostando de mim e não suportava mais aquela situação. E disse que já não estava mais com a mulher, e que não gostava dela, que só se casou porque foi obrigado.
Ele me contou uma porção de coisas, uma, por exemplo: a mãe dela fez com que ele dormisse na casa dela e, os colocaram para dormir na sala, só que em cama separada, disse ele, e naquela mesma noite ela ficou grávida. E poucos meses depois foram obrigados a se casar. E eu na minha ingenuidade acreditei.
Bom, eu não vou dizer que não sentia nada por ele, portanto não o amava, tinha uma intensa admirava por ele, era gentil e extremamente educado, porém não era amor. E também o que ele queria era contra meus princípios, que era morar sem casar. Fui educada para o casamento e com ele eu não poderia casar. Ele muito galanteador dizia: “não se preocupasse com isso, com o tempo iremos até a Bolívia e nos casamos”. Promessa que acabou não sendo cumprida, esse é um dos motivos de minhas revoltas.
Uma coisa que eu mais gostava nele era o jeito que ele tratava a minha família, sempre amável e muito amigo. Ele sempre ia me buscar no serviço e assim foi me conquistando aos poucos. E também minha admiração foi se transformando em amor, um amor que nunca tinha sentido por alguém.

NAMORO PROIBIDO...
Era um namoro proibido quase sem esperança, porque meus pais não queriam por ele ter sido casado. Gradativamente fui descobrindo que estava gostando dele. E já não podia passar um dia sem vê-lo que ficava morrendo de saudades, ele dizia a mesma coisa.
Ficamos nos encontrando as escondida por uns tempos. Ele sempre me chamava para fugirmos, no entanto eu tinha muito medo de não dar certo. Ele tentava fazer amor, porém eu recusava, tinha medo que depois ele me abandonasse. E meus pais não me perdoariam. Eles confiavam muito em mim, eu não seria capaz de traí-los.
Ele decidiu, alugar uma casa em Cuiabá e todo o dia me chamava para fugirmos, eu sempre dizia:
- Amanhã nós vamos.
Quando chegava à hora eu desistia. E todos os dias eu adiava e assim foi passando. Ele dizia:
- Será que você vai desistir depois de eu fazer toda essa despesa? Alugar casa, comprar moveis?
Ate que chegou um dia criei coragem, sai decidida, era o ultimo dia de aulas, sendo assim sai para ir à escola e de lá fui a pensionato onde ele morava. Chegando lá ele estava tomando banho e as malas já estavam prontas, apenas as dele, porque, não pude levar quase nada, senão meus pais podiam perceber.
Quando o vi arrumado para sairmos comecei a chorar. Não sei bem o que senti, contudo nem eu sei explicar. A dona Inês, que e a dona do pensionato que ele ficava me disse:
- Plá se você não quer ir ainda está em tempo.
- Eu disse: não, eu quero, já sai para ir agora vou mesmo.
Saímos às 19hs e 15m e fomos para Santo Antonio do Leverger, chegamos lá às 22hs.
Naquele tempo não tinha hotel como tem hoje, pedimos informação, um Senhor indicou uma pensão. A dona da pensão era uma cuiabana bem idosa.
Quando foi no outro dia ele levantou primeiro, e senhora da pensão falou:
- Roubou filha alheia?
Ele disse:
- Não, nós nos casamos e viemos passar a lua de mel aqui.
Acho que ela não acreditou, também não demos importância, o que importava mesmo era que gostávamos um do outro.
Passamos oito dias em Santo Antonio do Leverger. Todos os dias nós íamos à praia. Tivemos muitos momentos felizes, nunca vou me esquecer. Porque ele foi o primeiro e único homem de minha vida.
Moramos sete meses em Cuiabá, durante este período fomos muito felizes. Todavia, assim que voltamos para Rondonópolis, acabou a nossa felicidade, ele só vivia para os amigos. Ele sempre dizia que os amigos estavam em primeiro lugar e segundo os negócios a família ficava em terceiro plano.
Vejo hoje porque ele não conseguiu ser feliz com tantas mulheres que teve quem pensa assim jamais será feliz. Nossa família deve estar em primeiro lugar depois de Deus.
Após sete meses que estávamos juntos fiquei grávida. No começo ele não queria, no entanto depois aceitou e quando nosso filho nasceu ele ficou super feliz, ainda, mais que veio o que ele queria um menino.
Ele dizia:
- Mais um atleta para união.
No entanto nossa vida não mudou nada, sempre as mesmas brigas, motivo, por não sair comigo. Todas as vezes que eu chamava para sair, ele falava que ia fazer uns negócios ou encontrar uns amigos o mesmo que ele fazia com a outra.
Comecei a me revoltar, porque ele estava agindo totalmente diferente do que eu imaginava que fosse. Antes de fugirmos ele dizia que se casasse com uma mulher que realmente amasse ele faria tudo para fazê-la feliz. Assim fui percebendo que ele não era nada daquilo ele dizia. Fui me sentindo rejeitada e abandonada pela pessoa que eu acreditava que me amava.

RETORNO A RONDONÓPOLIS
Retornando a Rondonópolis fiquei por uns meses na casa de minha irmã Celina. Ela me ajudou muito, também ajudou a cuidar do Marco Antonio nesse tempo que fiquei no hospital.
Tenho muito que agradeça-la, por tudo o que fez por mim e pelo o meu filho. Mas como eu estava no período de readaptação nada para mim estava bom. Em seguida fui para a casa de meus pais, que também não deu certo.
Deste modo voltei a morar com o Ari que já estava morando com a mãe dele. Quando sofri o acidente ele teve que desfazer de nossa casa, logo em seguida o pai dele sofreu derrame cerebral e teve que vir morar conosco, também veio o filho dele que estava na adolescência. Tivemos vários conflitos.
Como podia dar certo, cada um com um problema maior que o outro. E também tinha a questão da idade. Oitenta, quarenta, vinte e seis, dezesseis e sete anos, assim aconteceu o verdadeiro conflito de gerações.
Deste modo fui me tornando uma pessoa amarga e sem esperança. Vivia chorando e sempre de mau humor, me tornei dependente de tranqüilizantes, às vezes tomava até Gardenal. Ficava quase que a semana inteira sem sair do quarto. Apenas no meu mundo. Com isso fui perdendo a fé em Deus. Para mim Deus não me amava.
Quando alguém me falava do amor Deus eu simplesmente dizia:
- Que Deus nada, se Ele gostasse de mim não me deixaria sofrer.
Eu não conhecia o Amor de Jesus Cristo por mim e muito menos pela a humanidade.
E na minha ignorância não percebia o que Deus tinha feito e estava fazendo em minha vida. Ele havia operado dois milagres, um que eu não ia falar e estava falando, não tão bem, mas todos entediam. Outro, eu não iria mais raciocinar e estava raciocinando muito bem.
Tudo isso era a graça de Deus se manifestando em mim, entretanto nada disso eu enxergava, estava voltada apenas para mim mesma.
Fiquei assim desacreditada e revoltada por sete anos, até que um dia veio uma senhora que por um erro médico ficou em uma cama, e nem sentar podia. Mesmo assim ela saia pregando a palavra de Deus pelo o Brasil inteiro e até em outros paises. Incentivando pessoas e levando Cristo a todos.






TESTEMUNHO DA MARIA DE LOURDES GUARDA...

A irmã Ângela da igreja Bom Pastor juntamente com dona Olívia, Elza Klimashesk e a Maria do Bosco vieram me buscar para ouvir a pregação da Maria de Lourdes Quarda, uma mulher que saia anunciando Jesus aos doentes e deficientes. Relutei, tentei dar desculpas para não ir, minha mãe pediu que eu fosse, e disse que minhas amigas estavam tentando me ajudar. Acabei aceitando.
Antes teria uma celebração com Padre Geraldo de Goiânia Conselheiro da (FCD) que sempre o acompanhava, em seguida teria a sua pregação juntamente com o seu testemunho de vida. A celebração do Padre Geraldo foi linda. Completou com o testemunho da Maria, tenho certeza que Deus naquele momento usou os dois para me tocar. Por que conforme ela ia falando eu ia pensando:
- Quantas coisas ela faz, e eu, o que estou fazendo? Nada. Nem por mim mesma. E assim me senti no dever de fazer alguma coisa.
Ela morava em um hospital em São Paulo e mesmo assim saia para evangelizar. Foi quando percebi que eu também podia fazer alguma coisa pelos outros e por mim mesma.
Eu já havia conhecido a Maria de Lourdes Guarda, como já citei no começo. Ela ao conversar comigo me deu uma tarefa, pediu para eu coordenar o grupo da FCD (Fraternidade de Doentes e Deficientes), aqui em Rondonópolis, eu achei que não seria capaz, mas ela me incentivou e acabei aceitando.
Fraternidade Cristã de Doentes e Deficientes (FCD) é um movimento fundamentado no espírito de fraternidade evangélica. A FCD procura fazer com que os doentes e deficientes se desenvolvam em todo plenitude, levando-os tomar consciência de seus direitos e valores como pessoa.
Em 1942, na cidade de Verdun, França, através de Monsenhor Henri François que percebeu a necessidade de os deficientes deixassem o papel de pacientes, para se tornarem agentes de evangelização.
No Brasil a FCD chegou através do Padre Vicente Masip Jesuíta, SJ, em 1972, tudo iniciou em São Leopardo – RS.
A equipe Nacional era assim composta:
Coordenadora: Maria de Lourdes Quarda
Vice-coordenadora: Célia Camargo Leão
Conselheiro: Geraldo Mangela L. Nascimento, Sagrado Coração de Jesus.
A Fraternidade tem característica própria. Não é uma associação, nem uma obra social. Mas um MOVIMENTO... Nele sempre há lugar, e o essencial é atingir a todos os doentes e deficientes, independente de cor, raça, religião, nacionalidade. Nele se cultiva o espírito cristão, acessível a qualquer pessoa, sem distinção.
“Não elogies um homem por sua beleza e não desprezes uma pessoa por sua aparência. Pequena é a abelha entre os alados, mas, o seu produto é o primeiro em doçura”. (Frase desconhecida), porém bem apropriada para o Grupo da FCD.
A FCD atua através da educação, amizade, trabalho, contatos pessoais, acreditando nas pessoas doentes e deficientes, motivando-as para que se tornem ativas e integradas na sociedade.
Os princípios fundamentais da F.C. D:
- A FCD fundamenta-se no espírito de fraternidade evangélica.
- Dirige-se a todos os doentes e deficientes sem qualquer discriminação.
- Pretende o desenvolvimento integral dos doentes e deficientes tanto no sentido humano como espiritual.
- A FCD contribui para que seus membros se integrem plenamente na sociedade.
- A FCD recebe orientação vital cristã, especialmente dos conselheiros.
- A FCD dinamiza-se por meio de equipes de responsáveis, compostos de doentes e deficientes.
“O MUNDO NA ESPERANÇA DO SERVIR”.
Vê companheiro, o mundo inteiro fervilhando...
Esperando, ansioso o teu servir.
Tanta angustia e miséria em busca de teu conforto.
Tanta ansiedade até pelo resto de teu pão, sobrado de tua mesa farta...
Tanto frio na ausência do agasalho material.
Tanto frio na ausência de tua mão perfumada.
Tanto frio na ausência de teus olhos...
Vê companheiro, o mundo todo te esperando...
Ansioso pelo o teu servir.
O mundo inteiro chorando na falta do teu sorriso...
Querendo um pouquinho só de o teu servir.
Chora a criança... Chora o velho...
Chora o jovem no espancar das guerras.
E na tortura do ser...
Chora o casebre...
Na falta do teu sorriso...
Vê companheiro, o teu sorriso perfuma mais do que a flor.
A tua palavra conta mais sonora do que a do passarinho...
A tua mão dá mais sombra do que a mais frondosa das arvores.
O teu coração servindo alimenta mais do que o pão.
E nada disto custa tanto que não possar dar.
Se não diminuíres o egoísmo e a verdade que te isolam a alma...
Autor desconhecido
Formamos o grupo, com a ajuda da dona Olívia, Iraide Santana, Lúcia, Aparecida, Vandeley Balbino, Francisco, Catarina e Sinvaldo. Iniciamos o nosso primeiro encontro na Comunidade São Francisco na Avenida Raimundo de Matos nº. 1225, Bairro São Francisco em Rondonópolis no dia 11/03/1984.
Os Coordenadores da comunidade São Francisco nesse tempo era Seu Julio e sua Vice era Maria Auxiliadora (Baixinha), que nos apoiaram cedendo o espaço para que pudéssemos realizar os encontros e dar inicio as aulas de artesanatos.
O nosso conselheiro era frei Alvino com a participação do frei Arno e frei José Cornélio da Ordem Franciscana Menor, eles eram muito prestativos, todas as vezes que precisávamos deles, eles estavam sempre prontos a nos auxiliarem e nos davam assistência em tudo que precisássemos.
Realizamos vários cursos como pintura em tecido, trabalhos com cordas fazendo suportes para plantas e cortinas, com durepox e bisqui e vários outros trabalhos artesanais. Esses trabalhos eram vendidos e uma parte era passada aos integrantes do grupo para que pudessem ajudá-los em suas despesas pessoais, e assim tornando-os mais independentes.
No dia 31 de setembro de 1984 fomos convidados para um encontro da FCD, foi maravilhoso e muito esclarecedor para o nosso Grupo tivemos palestras sobre os direitos dos deficientes e como saber enfrentar as nossas limitações. Éramos vinte e seis pessoas a maioria com deficiência. No entanto, era uma igualdade tão grande que parecia que ninguém tinha deficiência. Em três dias vivemos literalmente o que é “Fraternidade”, Igualdade, União, Aceitação e Compreensão mutuam.
Oito de Março de 1985, Dia Internacional da Mulher, fui convidada a representar a “Mulher Deficiente” de nossa cidade, escrevi umas poucas palavras para falar no evento na Praça Brasil:
“Fui convidada a vir aqui hoje para representar a Mulher Deficiente. E por estarmos hoje comemorando o Dia Internacional da Mulher, eu não poderia deixar de estar aqui. Talvez, se fosse há dois anos atrás, eu levaria até como ofensa este convite. Mas, hoje, graças a Deus é totalmente diferente, porque não é esta cadeira que vai me diminuir como mulher, mesmo nela estarei lutando a favor dos direitos e de nossa igualdade na sociedade. Sinto-me muito orgulhosa e honrada por estar aqui representando a Mulher Deficiente Rondonópolitana. Mulher vá a Luta, não deixe os problemas ou uma deficiência tomar conta de você, tente fazer parte de grupos de pessoas deficientes, procure se integrar e participar mais na sociedade, só assim você sentirá melhor com os outros e consigo mesmo. Não adianta ficar lastimando a nossa deficiência, temos que enfrentá-los e encará-los de frente, sem medo, como se estivéssemos em uma guerra. Peça para que Deus que lhes dê forças, com certeza ele dará, mas só depende de vocês.”
A Teté Bezerra naquele tempo era primeira dama em Rondonópolis nos ajudou com material para os artesanatos. O vereador João Klimashesk também nos assessorava transportando os integrantes do grupo. Posso dizer que sou uma pessoa privilegiada por Deus, por encontrar muitas pessoas boas em minha vida.
De acordo com a equipe de coordenação programamos uma feijoada no dia 19 de Maio de 1984 para arrecadar fundo para o nosso grupo e também proporcionar aos participantes um pouco de lazer. Tivemos a colaboração total de inúmeras pessoas. A confraternização predominou entre os participantes e assim foi o concretizar dos nossos objetivos, nossa meta de união foi alcançada em alto índice.
A alegria predominante no desenrolar do dia proporcionou-nos muitas realizações e foi prova marcante de que a humanidade tem capacidade de se unir, deixar de lado o preconceito e aceitar o seu semelhante com seus defeitos e qualidades.
Mantivemos o grupo por quatro anos. Infelizmente tivemos que parar por falta de condução e pessoas disponíveis para transportar os integrantes deficientes até o grupo. Agradeço a todos aqueles que contribuíram direto e indiretamente para que o grupo da FCD viesse a acontecer em nossa vida Sobretudo foi um grande aprendizado para mim e tenho certeza que para os outros integrantes do grupo também.
Citando aqui o exemplo do nosso vice Coordenador Vanderlei que mesmo deficiente visual percebeu a importância do estudo, deste modo retornou aos estudos e se transformou em um grande professor de faculdade.
Irayde a secretaria do nosso Grupo, um pessoa impar, também retomou os estudos, prestou vestibular para nutrição em Cuiabá, com a sua capacidade e inteligência passou. Na sua despedida me escreveu uma catinha:
Olá Placidicna!
Façamos de conta que não se passaram tantos dias, desde que prometi fazer-te uma visita, tantas coisas acontecendo, tantas dando erradas e a gente acaba por não poder cumprir o prometido. Mil desculpas!!! Eu sei o quanto você tem um enorme coração e acabará não resistindo, dará um sorriso, a raiva passará e você me perdoará, não é?
Minha mãe chegou de São Paulo meu tio foi operado e ainda está na UTI. Minha mudança será feita amanhã de madrugada, acha que desta vez irei de verdade, se Deus quiser. Aí está o tão demorado caderno, espero que tenha ficado ao agrado de todos. Falhas haverá, eu sei, mas é partindo dele e da opinião de vocês é que poderei melhorar. Esse espaço em branco, no caderno é para você colocar alguma gravura ou fotos do seu agrado.
Aqui estou me despedindo de todos vocês, não precisa ficar contente porque é por pouco tempo, viu colega? Foi gratificante demais passar essa temporada aqui e contar com a presença ativa de vocês.
As amizades adquiridas, os momentos de união, as brincadeiras muito significou para mim. Agora minha bagagem aumentou, graças a vocês, pois os tenho em meu coração.
Rezem por mim. Obrigada por tudo!
Mil beijos...Com carinho.
Iraide
E assim sendo, nossa amiga e colega teve que nos deixar para seguir os seus objetivos. No entanto, ficamos felizes por ela estar indo em busca de seus ideais. Não demorou a retornou para nossa cidade e se tornou em uma ótima nutricionista, contundo, já não mais tínhamos o grupo. Cada um seguiu o seu caminho.
Todas as vezes que eu participava do Grupo da FCD, me sentia mais gente, mais humana e mais filha de Deus. Como se renovasse alguma coisa dentro de mim e renascesse uma outra pessoa. Sentia-me mais feliz e gratificada, mais otimismo e disposta a enfrentar a vida com mais naturalidade. Esquecia todos os meus defeitos e só via qualidades, não só em mim, mas em todas as pessoas. O meu desejo era que todos sentissem como eu sentia.
Continue por mais uns tempos com o grupo até que em 1990 fui convidada pelo vereador João Klimashesk a coordenar o “Grupo da Terceira Idade” que seria a seqüência do anterior também na Comunidade São Francisco, porém com o apoio do Pronav que era coordenado pela 1ª dama do nosso município. A Teté Berzerra naquele tempo estava à frente como 1ª dama do nosso município e nos fornecia material para os trabalhos. E assim fiquei por seis anos,

Os idosos, além de aprender ainda ficavam com um, em dois trabalhos realizados, o outro ficava para o grupo reverter em material para continuar os afazeres. Depois da Teteé veio a Marilia Sales, que deu seqüência aos trabalhos e também aos eventos.
O Grupo da Terceira Idade São Francisco era muito animado, fazíamos vários trabalhos de artesanatos, como pano de pratos, todos os tipos crochês de bordados, ponto crus, vagonite, flores de palha de milho e folha de bananeira e, além disso, tudo final de ano tinha na programação um evento, como escolher uma das participantes com mais de 65 anos para concorrer o Titulo de Miss da Terceira Idade.


A Pronav com parceria com prefeitura patrocinava a vinda de um artista para os eventos, um deles foi o Moacir Franco e a Vanussa. Tudo isso me ajudou muito, e me sentia útil.
Percebendo que o estudo é fundamental, voltei a estudar, comecei uma nossa vida. Através do Supletivo, “Logos”, estudava as apostilhas em casa e fazia as provas na escola, assim terminei o segundo grau.
Prestei vestibular para letras, infelizmente não consegui passar. Embora não era o curso que eu queria. O curso que sempre quis fazer não tinha aqui, que era psicologia. Arrependo-me de não ter insistido e feito outro curso.
Tinha também outro obstáculo. Naquele tempo nós não tínhamos carro, e os transportes coletivos não tinham rampa como atualmente. Se fosse hoje tudo seria mais fácil. Graças a Deus o deficiente na atualidade tem mais opções.

Friso aqui o vazio que sentia, alguma coisa me faltava, que era tudo. Eu ainda não tinha percebido o quanto Deus fazia e faz por mim. Vivia lendo livros de auto-ajuda e achava que o nosso poder estava em nossa mente e subconsciente e não conhecia o poder fundamental e infinito de Jesus Cristo. Com a graças de Deus aos poucos fui tomando consciência do Amor Dele pela a humanidade e que eu fazia parte dela.
Passei muito tempo de minha vida só me lamentando, ainda bem que tudo passou e hoje reconheço o poder e a graça de Deus se manifestando todo o momento em minha vida. Graças ao Nosso Senhor Jesus tudo se transformou.

Deixo aqui uma palavra de animo e incentivo para os deficientes ou pessoas que estão desacreditadas, não deixem de estudar e nem fazer o que faziam antes, com a ajuda de Deus você pode tudo, é só querer.
Não é porque aconteceu um acidente ou algo de diferente que vamos deixar de viver ou fazer o que fazíamos. A vida continua e o nosso sentido é o mesmo, que é Deus. Temos que colocar sempre o sentido de tudo nEle, sobretudo, Jesus Cristo é nossa razão de ser.
“Procura-se Deus na imensidão da natureza, no entanto lê se encontra no intimo de cada ser”. Autor desconhecido.

APÓS O ACIDENTE...
No do acidente meu és marido Ari me deu toda assistência, na parte material não posso reclamar. Todo mês ele ia ao hospital, uma vez no mês ele ia sozinho, na outra ele levava minha mãe ou minhas irmãs para que pudessem levar o Marco, pois ele era uma criança hiper-ativo e o pai dele não conseguia cuidar sozinho. No entanto na parte afetiva ele foi se afastando ainda mais de mim. Arrumou outra pessoa e assim fui me sentindo rejeitada.
Minha família também sofria com isso, portanto, nada podia fazer para me ajudar, porque mesmo sofrendo eu queria continuar com ele. E ele não queria que eu saísse de casa, talvez, imagino eu, seja pelas despesas que podiam aumentar.
Até que um dia minha mãe me tirou da vida que levava, visto que, eu vivia sofrendo na casa em que estava e não queria enxergar. Recordo do dia em que ela foi até a casa em que insistia morar e de joelhos implorou que eu fosse para a casa dela, reconheço o quanto não a fiz sofrer. Foi com muito sacrifício que ela me convenceu a vir morar com ela, e assim tudo modificou.
Ficamos eu o Marco e Lucia morando por uns tempos com ela e meu irmão Geraldo, Silvana e Andréia minhas sobrinhas. Logo em seguida uma das casas que ela alugava desocupou. Minha mãe percebendo que eu queria o meu canto para morar pediu para o Ari reforma-la para nós, eu, o marco e a Lucia morar, porém, não me sentia feliz, queria mesmo era a minha casa, como sou um pouco teimosa comecei a lutar e rezar para que isso se tornasse realidade.
Então comecei a dar aulas de reforço para os filhos de minhas amigas, a fazer crochê... Aprendi de tudo e como diz o ditado “aprender não ocupa espaço”. Fiz uma rifa, “ação entre amigos”, muitos pessoas me ajudaram sou muito grata por isso. Portanto, aquela pessoa que vivia chorando e se lamentando acabou me tornei outra pessoa.
Sentia uma força muito grande de Deus em mim e tinha necessidade de fazer alguma coisa a mais. Não somente por mim, mas também para quem estava a minha volta.
Meu maior sonho era ter uma casa, passei a lutar para que isso acontecesse. Entendi que “sonho com Deus se torna realidade”.
Meu ex-marido podia ter feito antes, no entanto sempre dizia que não podia. Então eu mesma tomei a decisão de fazer sozinha. E tenho certeza que conseguiria. Quando a gente tem um sonho com Deus, basta perseverar e confiar que se torna realidade.
Como já tinha um terreno que o Ari havia me dado, comecei a construir um cômodo apenas para a uma lojinha que eu pretendia montá-lo, o dinheiro não era suficiente para construir a casa. E assim meu ex. marido com muita insistência minha acabou assumindo a construção da casa.
Agradeço a Deus por ele ter me ajudado, porque seria difícil conseguir sem o auxilio dele. Sobretudo, quando oramos e confiamos em Deus e perseverarmos tudo se torna mais fácil.
Minhas amigas, Dona Filhinha e a Lucy me ajudaram a vender uma rifa e pediram portas e janelas e por sorte ganhei. A Dona Filhinha me incentivou a vender roupas, montei uma lojinha. Como ela também vendia roupas, em uma das suas viagens em Campo Grande pequei o dinheiro da mesada que o Ari nos dava para passar o mês e encomendei umas roupas para experimentar em vendas. Com o tempo passei a comprar de viajante, indicado pelas minhas amigas que trabalhavam no mesmo ramo.
Passamos um pouco de dificuldades, mas, no entanto vencemos. Vendia bem, fiz varias clientes. Portanto, logo veio o plano cruzado e infelizmente me levou a falência, mas não à vontade de trabalhar.
Minha mãe estava contente em saber que eu estava bem e tinha saído do estado de depressão e também por estar prosperando nos negócios. Conseqüentemente, em oitenta e cinco ela sofreu com um aneurisma cerebral, como ela já havia sofrido uma vez não resistiu e veio a falecer.
Foi muito grande a perca de minha mãe, e me fez muita falta, contudo aos poucos fui me conformando, e eu como já tinha feito o cursilhio estava mais ou menos preparada, embora nunca estejamos preparados para a morte, ainda mais de nossa mãe. Porém foi mais fácil de entender.
“Sabemos, com efeito, que ao se desfazer a tenda que habitamos neste mundo, recebemos uma casa preparada por Deus e não por mãos humanas, uma habitação eterna no céu” ( ICor. 5,1).

Com ajuda do meu compadre Hermínio J. Barreto padrinho do Marco Antonio meu filho comprei uma máquina de tricô. Aprendi a fazer tricô com minha irmã Lindóia e com a Cida uma grande amiga ensinou a mim e a Lucia a trabalhar com a máquina. Passávamos o dia inteiro trabalhando às vezes até a noite. O trabalho para mim se tornou um vício. Todos os modelos que apareciam nas revistas nós fazíamos também.
Eu juntamente com a Lucia, fiz muitas blusas de frio. Quando chegava o frio todos vinham aqui, por que sabiam que iam encontrar todo tipo e modelo. E o Salvino meu irmão e o Marco meu filho já crescido quando foi fazer o cursinho em São Paulo, nos ajudou nas vendas.



MEU PEDIDO A DEUS...
Quando eu morava ainda com o Ari, vivia praticamente sozinha, sempre ficava na varanda de casa ao entardecer rezando. E neste horário ao anoitecer a estrela Dalva está sempre em destacada, e eu me dirigia a ela pedindo que levasse minhas orações até Deus e me arrumasse alguém para me fazer companhia, portanto não aguentava mais ficar sozinha.
Todos os dias eu fazia a mesma oração. Até que um dia uma das pessoas que trabalhava comigo me disse que conhecia uma menina de uns doze anos que precisava trabalhar e morar no serviço, pois seus pais moravam longe. Assim, a Lucia veio morar conosco. Todos nós gostamos dela logo que chegou.
No começo, achei que fosse uma menina como tantas que tinham trabalhado comigo, mas ainda bem que fui percebendo que não era, e que não podia ficar sem ela.
Passando um tempo que fui me lembrar o que pedia para Deus. Ele tinha me dado à filha que eu não tive. Interessante e que o nome dela não é Lucia e sim Dalva. Isso não é coincidência e sim providencia de Deus. Novamente venho a dizer, “sonho com Deus que se tornou realidade”. E assim eu ainda dizia que não acreditava muito em Deus. Imaginem se acreditasse? Eu apenas não percebia o quanto Ele fazia por mim.
Lembro-me bem quando ela foi a Bahia visitar suas tias. Ela passou do dia marcado de chegar. Fui ficando ansiosa e preocupada. Quase voltei a entrar em depressão. Já estava pensando em ir para no Lar dos idosos porque eu não queria voltar a ficar sozinha.
Realmente, o pedido que foi feito naquelas noites, ao olhar as estrelas, foi atendido, Deus havia mandou a estrela que mais brilha no céu, e assim, minhas noites foram menos escuras, pois sabia que poderia contar com seu brilho. E não é por acaso que seu nome verdadeiro é Dalva, a estrela Dalva, apesar de todos a chamarem de Lúcia.
Graças a Deus descobri que ela não era uma pessoa qualquer na minha vida e sim fazia parte dela. Tenho muito que agradecer a Ele por ter colocado a Dalva ou Lucia em minha vida.

CURSILHO... APRENDI A PERDOAR.
Em (1983) mil e novecentos e oitenta e três tive a graça de fazer o cursilhio, foi uma experiência maravilhosa! Gostaria que todos fizessem este experimento de vida. Tive um encontro pessoal com Cristo, aprendi a perdoar e também descobri o amor de Deus por mim.
Em uma das palestras que tivemos falava sobre o perdão, conforme o palestrante ia falando eu ia me recordando das pessoas que eu guardava rancor e uma delas era o padre Miguel que por acaso era ele é que estava coordenando o cursilhio.
Assim que terminou a palestra pedi para ter uma conversa com ele, porque na época em que eu sofri o acidente disseram que ele tinha se negado em atender-me quando estava internada no hospital.
Quando eu contei a ele, percebi que ficou surpreso, disse que não se lembrava, e que seria impossível ele negar ao um pedido de uma pessoa enferma em um leito de hospital. Acreditei nele e pedi perdão. Emocionado ele disse que quem tinha que pedir perdão era ele e não eu. Conversamos bastante ficou esclarecido o mal entendido e acabou ficamos amigos.
A outra pessoa era o Ari, eu sempre o culpava pelo o acidente que aconteceu comigo. Quanto mais o tempo passava, mais crescia a magoa e revolta que tinha por ele. E no cursilhio também Jesus me mostrou que ninguém é culpado de nossos sofrimentos e nem pelas fatalidades que nos acontecem. E que, o que aconteceu é por que eu tinha que passar por isso. E que nada acontece por acaso, que nenhum fio de cabelo cai sem a permissão de Deus.
Hoje acho que talvez tenha sido melhor assim. Porque assim na cadeira pude descobrir Jesus. Padre Miguel me deu uns conselhos que foram muito válidos e úteis para minha vida até hoje. Ajudou-me a enfrentar a vida com mais naturalidade. E também comecei a encontrar mais sentindo na vida e em tudo principalmente nas coisas de Deus.
“A sabedoria do humilde levantará a sua cabeça e o fará sentar-se no meio dos grandes.
Não avalies um homem pela sua aparência, Não desprezes um pelo seu aspecto.
Pequena é a abelha entre os seres alados: o que produz, entretanto, é o que há de doce.
Não te glories nunca de tuas vestes, não te engrandeças no dia em que fores homenageado, pois só as obras do Altíssimo são admiráveis, dignas de glorias, misteriosas e invisíveis.
Muitos príncipes ocuparam o trono, e alguém, em que não pensava, usou o diadema.
Muitos poderosos foram grandemente oprimidos, e homens ilustres foram entregues as mãos de outrem.
Não censures ninguém antes de estares bem informado; e quando te tiveres informado repreenda equidades; nada respondas antes de ter ouvido, não interrompas ninguém no meio do seu discurso.
Não indagues das coisas que não te dizem respeito; não te assentes com os maus para julgar.” (Eclesiástico 11, 1-9 )
Acabei de chegar da missa, frei Atamil nos dei uma aula de Bíblia, na homilia de hoje, foi muito bom e, nos deu a idéia de fazermos um diário sobre a leitura do dia. Achei muito importantes as explicações dele, portanto já estava fazendo isso com minha vida.
Aqui estou a escrever: a leitura de hoje foi sobre o evangelho de Marcos (9,43) “Que fala que se sua mão levar a pecar, cortei-a! E melhor entrar na vida sem uma das mãos do que, tendo as duas, e ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga”.
Precisamos estar constantemente em oração e lutar para não pecarmos, buscar viver o PHN “Por Hoje Não vou mais pecar”. Estou tentando e quero estar sempre em busca das coisas do alto, preciso e quero aprender mais.
“Tomai, portanto, a armadura de Deus, para possais resistir nos dias maus e manter-vos anabalaveis no cumprimento do vosso dever. Ficai alerta, a cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, e os pés calçados de prontidão para anunciar o evangelho da paz. Sobretudo, embraçai o escudo da fé com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é a palavra de Deus. Intensificai as vossas invocações e suplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de suplica por todos os cristãos. E orai também por mim, para que me seja dado anunciar corajosamente o mistério do Evangelho, do qual eu sou embaixador, prisioneiro. E que eu saiba apregoá-lo publicamente, e com desassombro, como é meu dever!”. (Efésios 6,13-20)
Quando você cultiva um sonho, cedo ou tarde você consegue realizá-lo. Uma coisa que estou lutando muito, e preciso, é perder a timidez, sobretudo preciso dar testemunho de minha vida, das maravilhas que Deus fez e continua fazendo por mim.
Sempre que quero falar, simplesmente entro em pânico e não consigo, porém sei que para Deus nada é impossível, e um dia Ele vai me ajudar, por que preciso me libertar deste mal.
Eu sei que o testemunho ajuda muitas pessoas a se fortalecerem na fé. Por que foi através de um que comecei a me despertar. Todos nós precisamos ser testemunhos das coisas que Deus faz de bom em nossas vidas. E nos cristãos e batizados somos embaixadores do evangelho de Jesus Cristo. Por isso eu peço a Deus que me dê forças e coragem para divulgar as suas obras e maravilhas.
“E orai também por mim, para que me seja dado anunciar corajosamente o mistério do Evangelho, do qual eu sou Embaixador, prisioneiro. E que eu saiba apregoá-lo publicamente, e com desassombro, como é meu dever!” (Ef 6,19-20).

Li um livro que me deu a idéia de escrever um também, até então eu só escrevia um diário. O livro é “Sua vida em primeiro lugar”, de Cheryl Richardson. Gostei muito. E nele pergunta como é minha vida espiritual? Felizmente, estou muito em paz com Deus e comigo mesma, hoje, porque infelizmente tempos atrás, não era assim. Eu só pensava em trabalhar, não tanto pelo o dinheiro, entretanto tinha o vicio pelo trabalho e não importava muito com minha vida espiritual.
Não queria perder tempo, fazia trigo na máquina à mão, crochê, bordava vagonite ponto cruz e outros trabalhos de artesanatos. No entanto nada me satisfazia. Ainda bem que encontrei Deus que nos preenche e nos satisfaz. E agora não quero perder tempo. Portanto a partir do momento que conhecemos verdadeiramente “Jesus” nossa vida se transforma. Agora para mim tudo é belo, porque em tudo vejo Deus. Jesus está presente em cada um de nós! Amo viver!

FILHA DE PIONEIRO
Por ser filha de pioneiros de Rondonópolis e pelos os meus trabalhos prestados à comunidade e também pelos artesanatos que faço, fui homenageada pela Câmara dos deputados de Mato Grosso. Fui indica em 2004 pelo Deputado José Carlos de Freitas para ganhar o premio “Rosa Bororo”.
E 2005 também fui indica pelo vereador Adonias Fernandes de Souza pelo o Dia Internacional das Mulheres para receber na câmara dos vereadores uma Medalha Mérito da Cultura: Marinho de O. Franco.
Em 2006 fui também homenageada pela a Doutora Mariene Fagundes com o “Troféu Cidadania Mulher 2006” na Expo Cidadania Mulher.
No Troféu está escrito:
I - É criativa, capaz de inovar sempre, caprichando em tudo, nos mínimos detalhes.
II - É líder - Capaz de estimular sua equipe a agir em sintonia para obter o melhor resultado.
III - É persistente e não desiste enquanto não atinge sua meta.
IV - Encontra tempo para tudo: a família, a comunidade e o trabalho, sempre colocando muita qualidade nos seus relacionamentos.
V - Age em sua vida de modo a se melhorar continuamente.
VI - Faz tudo com AMOR, por isso o Quartzo Rosa, a pedra do amor, faz parte deste troféu.
Senti-me muito honrada em receber estas homenagens, mas, no entanto não sinto bem, pois tudo que faço é para honra e gloria de Nosso Bondoso e Maravilhoso Deus.

MEU FILHO...
Preciso contar algumas graças que recebi, só algumas porque, são tantas. Desde que meu filho nasceu que o entreguei para a virgem Maria. E disse para ele que ela seria sua madrinha. E desde então ele a chama assim.
No dia onze de junho de 1990, às vinte horas o Marco tinha ido pegar umas fitas em uma locadora e estava no carro do Roberto irmão dele.
Na saída ele foi surpreendido por três bandidos, um deles tinha uma arma na mão, e colocou em sua cabeça. E assim que percebeu o perigo que estava pensou:
- Minha madrinha que tome conta de mim.
E manteve-se calmo. Ele disse:
- Vocês podem levar o carro e tudo que quiserem, mas, por favor, peço que não façam nada comigo.
Eles seguiram em direção a cidade de Pedra Preta, quando estavam mais ou menos no meio da rodovia eles entraram no mato e mandaram que ele saísse do carro, amarraram as suas mãos e os seus pés.
Eles disseram:
- Nós não vamos fazer nada com você, apenas não saia daqui, se você fizer alguma coisa contra nós, voltaremos e lhe mataremos.
Ele ficou sem saber o que fazer. Esperou um pouco, e resolveu ir para a rodovia pedir ajuda. Infelizmente ninguém parava, ele estava nu e amarrado, todos pensavam que podia ser armação de bandido.
Como Deus é infinitamente bom, logo apareceu um senhor de Cuiabá, que parou com um revolver na mão e disse:
- Se for armação você é o primeiro que vai.
Ele explicou o que aconteceu. O homem se sentiu comovido e deu uma toalha para que ele se cobrisse também lhe deu carona até a casa de seu pai.
O Marco encontrou na casa de seu pai o seu irmão Roberto, este o acompanhou a delegacia para prestar queixa. E chegando lá já havia outra pessoa prestando queixa também, os mesmo bandidos já tinham pegado outro rapaz, deram um tiro e levaram o carro do mesmo, ainda bem que o tiro pegou de raspão e não teve conseqüência maior. Porém ficou por uns dias internado.
No entanto uma semana depois ficamos sabendo que esses mesmos bandidos tinham aprontado mais uma, e dessa vez foi mais trágico ainda. Eles pegaram um senhor em Jaciara saindo de sua residência levaram o carro e ainda tiraram sua vida.
Foi quando o Marco percebeu o quão grande perigo ele passou. E tenho maior convicção que foi Nossa Senhora que intercedeu junto a seu Filho Jesus para livrá-lo de tudo isso. Ele ficou muito preocupado e com medo que eles voltassem. Devido a isso teve que viajar e passar uns tempos fora.
Com a Graças a Deus eles foram presos. Com fé em nosso Senhor Jesus nada mais vai acontecer com Marco. E com a intercessão de sua mãe Maria que o protege desde que nasceu. E nosso Deus é maior e nos da forças, para esquecer tudo isso. Conforme as palavras do Apóstolo Paulo: “Tudo posso naquele que me conforta.” (Fl 4,13)
Quando ele estava com oito anos escrevi este poema. Tirei do meu velho diário.
Homenagem ao meu filho querido.

Meu amado e
Adorado por mim
Renova em ti á
Cada momento uma pergunta e
Ouvir-ti me faz feliz e
Aumenta a minha capacidade de viver.
Não sei que seria de mim sem ti.
Tu és para mim
O céu a primavera e és como as
Noites lindas da
Infância que passei e
O amor que tive na mocidade
Como é belo o que sinto por ti.
Haverá eu ter o teu amor hoje.
Amanhã e sempre.
Guardado em meu coração.
Ah! Sou tão feliz que seja assim.
Sinto-me cheia de orgulho.
Renova a esperança do
Imenso amor que tens por mim
Belo é o teu sorriso.
E o infinito e encantador
Reino de paz, tão diferente.
Oh! Filhinho do coração.

Quando ele estava na 8ª série ele escreveu está crônica que até a professora dele colocou no jornal.

QUERO SER PRESIDENTE DA REPLUBLICA
Nome: Marco Antonio
Nome: artístico? Nunca tive isso.
Morar? Não sei o que é isso, nunca morei.
Se você quiser saber onde durmo posso até falar, mas se você me perguntar onde moro isso não significa nada para mim. Durmo embaixo de uma ponte. Que tal? Nome do rio Vermelho. Este lugar pode não ser para você um paraíso, mas para mim iguala a uma ilha encantada, onde o coxear dos sapos e grilos dá-me uma felicidade enorme. Não sei se é porque nunca morei numa casa, mas adoro essa ponte, que batizei com o nome de Meu Reino.
Em meu Reino, não moro sozinho, é claro, seria impossível reinar sozinho. Tenho um irmão e uma irmã sou o mais velho da turma. Tenho 16 anos. Sou obrigado a trabalhar para manter os maninhos, porque somos órfãos de pai e mãe e parteira também. Mas, não é ruim trabalhar, é muito gostoso, adoro, não tenho lugar fixo.
Eu fico zanzando pelas ruas da cidade com uma caixa de engraxate que ganhei de um político, e uma sacola, cheia de rã, que eu pego no Reino, para vender nos restaurantes grã-finos.
Roubar? Nunca. Eu posso mendigar pedir esmolas, mas roubar nunca.
Triste? Oh! Que barbaridade! Não existe essa palavra no meu vocabulário. Ah! Já ia me esquecendo; existe sim, quando o caminhão do juizado de menores vem me pega e leva-me para um lugar assombrado. Só que eu sou mais esperto do que ele foge pelo esgoto, e caio no meu Reino.
Eu tinha um grande amigo, passamos nossas horas de folga nadando no rio, pescando. Nós trabalhávamos juntos, enfim éramos super amigos. Até que um dia descobri que ele usava "drogas”. Foi o fim da picada, quase me afundei em meus pensamentos, até em matar-me, mas toquei o barco para frente, e minha amizade foi para o brejo. Rezei muito por ele, pedi ao meu anjinho da guarda que desse uma força para o anjinho dele, ajudasse - o a sair dessa fossa sem fundo.
Estudar? Por incrível que pareça é o meu forte. No meu Reino tem uns 120 livros que foram jogados, por pessoas insignificantes, que para mim essas pessoas não valem nada.
Se eu tivesse condições seria um político, com idéia de ser presidente desse país, cheio de corruptos, cheio de marginais de gravatinha cor –de -rosa.
Fico muito triste quando leio os jornais do país, jogados embaixo da ponte, e encontro noticias desses políticos mentirosos e corruptos. Vocês podem pensar assim: este favelado não tem futuro, mas engana-se, será porque sou pobre e órfão? Tiro base de políticos do interior, já ouviu falar sobre Juscelino Kubischesk, que para mim foi o melhor presidente. Tenho em mente também, Getúlio Vargas, apesar de eu não existir nessa época, mas eu sei tudo sobre eles.
Será que tenho possibilidade de ganhar para presidente? Se não tiver, o Brasil estará perdendo muito.


MÃO DE DEUS E A PRESENÇA DE MARIA
Vejo sempre a mão de Deus e a presença de Maria sobre a vida do Marco Antonio. Em dois mil ele estava fazendo preparação para o exame de Ordem da OAB em Cuiabá, e estava ficando na casa de meu irmão Juramy. E tarde da noite ligaram para minha sobrinha Silvana que também estava ficando na casa do meu irmão dizendo que o Marco havia sofrido um acidente e estava no pronto socorro. A Silvana juntamente com meu irmão foram até lá. Já no caminho eles viram o local onde aconteceu o acidente.
Pessoas que estavam lá disseram que um irresponsável de carro havia atravessado uma pista e o pegou na outra, jogando uns dois metros de altura contra um poste. O Juramy e a Silvana disseram que ficaram assustados com o que viram. Só imaginaram o pior.
A moto dele estava totalmente destruída, pelo o que eles viram acharam que não ia encontrá-lo com vida. Chegando ao hospital o encontraram com o rosto totalmente desfigurado, com a mão quebrada e a perna também. Meu irmão disse que perguntou como ele estava ele todo quebrado disse que estava bem, que não se preocupassem que ele ia ficar bom.
E eu na mesma noite havia tido um sonho com ele e fiquei muito apreensiva e disse para minha irmã Maria e a Lucia que estava acontecendo ou ia acontecer algo com o Marco que precisávamos rezar, pelo sonho que tive eu pressentia algo.
Elas já sabiam do acontecido, mas não queriam me contar até que soubessem direito como ele estava. É que ele teve que fazer uma cirurgia no pé e outra na mão e estava sobre efeito de anestesia.
Fiquei sabendo quando a Maria, mulher do pai Marco, me ligou pedindo umas roupas para levar para ele no hospital. Quando ela disse “hospital” fiquei assustada e perguntei que o houve? Ela achou que eu sabia. Assim contou o acontecido. Entrei em pânico, lembrei do meu sonho...
Eu tinha visto um rapaz muito bonito todo de branco cuidando do Marco, tinha as mãos lindas, só que vi o braço do rapaz todo peludo e nisso acordei assustada e muito angustiada. Por isso eu sabia que tinha acontecido ou ia acontecer algo com ele. O rapaz do sonho devia ser um anjo que quis me avisar também para que eu pudesse rezar por ele.
Tentei ligar para meu irmão, mas não conseguia completar a ligação e com muito custo ele atendeu e disse:
- Mana fique calma não se preocupe, ele está bem.
Mas eu queria mesmo era falar com ele. Meu irmão tentou me explicar mais de nada adiantava, pedi para falar com o médico. O médico falou comigo, pedi a ele que me dissesse à verdade e não omitisse nada. Ele disse que não teria motivo para mentir que o Marco estava sobre efeito anestésico e que assim que passasse o colocaria para falar comigo. Foi muito difícil essa espera. Apenas rezava.
Meu irmão procurava me consolar e dizia:
- Tudo tem seu tempo e hora determinada por Deus. Confie, não tenha dúvida que nosso neguinho está sendo cuidado por Deus. Não se desespere e procure ficar calma que Jesus vai salvá-lo e estaremos aqui, qualquer coisa ligaremos para você, assim que passar o efeito da anestesia o colocarei para falar contigo. Lembre-se Deus está no controle de tudo não tenha dúvida disso.
E eu disse:
- O que mais me conforta é saber que Deus e Nossa Senhora cuidam dele para mim.
Com a graças de Deus ele ficou bom e não teve seqüela nenhuma. Até a mão que o médico disse que tinha atingido um nervo muito delicado não teve problema nenhum, só tenho que agradecer ao Senhor Nosso Deus por mais essa graça.
Confesso que meu filho Marco é uma das razões de minha vida. Ele me deu um pouco de trabalho nos estudos. Como tudo, passa. Passou. Agora é um excelente advogado, tenho muito orgulho dele.
Aconteceu um fato que vale a pena contar, a Júpia amiga e cliente dele, esteve nos contando, que quando ele pegou uma causa dela para defender. Que ele não tinha horário para comer e dormir só depois duas da manhã e no outro dia de manhãzinha já estava acordado.
Os sem terra invadiram uma das fazendas dela. Ele trabalhava dia e noite, passou quase um mês, mas com a graça de Deus conseguiu fazer que os invasores saíssem. Tiveram que ir a Cuiabá pedir reforço para o comandante geral da Policia Militar do Estado de Mato Grosso. Diz a Júpia que eles saíram de lá com escolta policial, tamanho era o risco que eles corriam.
O primo dele estava como segurança, pois eles corriam riscos de morte. O primo dizia que ele não tem malicia, e acha que todos são iguais a ele. Disse que o Marco saia no meio do povo brincando com as crianças e dando comida sem se preocupar com o risco que estava correndo.
O Marco dizia que o estado das crianças era lamentável, sem comida e sem onde dormir. Ficaram todos comovidos com aquelas pequenas criaturas de Deus. Eu em casa ficava orando e pedindo a Deus que desse tudo certo. Graças a Deus correu tudo bem. Ele é muito dedicado naquilo que faz.
O meu maior sonho é que o meu filho venha caminhar conosco. Gostaria que ele passasse a nos ajudar em nossa comunidade nos trabalhos pastorais e descobrisse a importância de nos doarmos para Deus. Sinto-me recompensada por Deus quando faço alguma coisa para a comunidade.
A gente percebe que não é só o outro que estamos ajudando e sim a nós mesmos. E nossa recompensa é muito grande. Às vezes fico um pouco deprimida, pois tenho chamado, e até insistido para que ele venha estar conosco na comunidade, infelizmente tem sido em vão. Sei que a hora dele vai chegar. Como diz no (Eclesiastes 3, 1-8).

Um tempo para cada coisa.
Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus:
Tempo para nascer, e tempo para morrer;
Tempo para plantar, e tempo para arrancar o que foi plantado;
Tempo para matar, e tempo para sarar;
Tempo para demolir, e tempo para construir;
Tempo para chorar, e tempo para rir;
Tempo para gemer, e tempo párea dançar;
Tempo para atirar pedras, e tempo para ajuntá-las;
Tempo para abraços, tempo para apartar-se.
Tempo para procurar, tempo para perder; e tempo para guardar, e tempo para jogar fora;
Tempo para rasgar, e tempo para costurar;
Tempo para calar, e tempo para falar;
Tempo para amar, e tempo para odiar;
Tempo para a guerra, e tempo para a paz.

Portanto tenho pressa para que isso aconteça. Sei que ele vai ser muito útil. Ele tem um coração de ouro, não porque é meu filho, todos aqueles que o conhecem sabe. No Rotary, eles ajudam muitas pessoas, no entanto não trabalha o lado espiritual, apenas o lado filantrópico. E outras vezes para se promoverem.
Sei que beneficiam muitas pessoas fico contente por isso, contudo preferia que fosse à igreja. Trabalhar para Deus é muito mais gratificante. Tenho esperança que em breve ele estará conosco na comunidade nos ajudando e divulgando as maravilhas que Jesus Cristo fez e continua fazendo pela humanidade.
“Meu filho, não te esqueças de meu ensinamento e guarda meus preceitos em teu coração porque, com longos dias e anos de vida, assegurar-te-ão eles a felicidade.
Oxalá a bondade e a fidelidade não se afastem de ti!
Ata-as ao teu pescoço, grava-as em teu coração!
Assim obterás graça a reputação aos olhos de Deus e dos homens.
Que teu coração deposite toda a sua confiança no Senhor!
Não te firmes em tua própria sabedoria! Sejam quais forem os teus caminhos, pensa Nele, e Ele aplainara tuas sendas.
Não sejas sábio ao Senhor e afasta-te do mal. Isso será saúde para teu corpo e refrigério para teus ossos.
Honra ao Senhor com todas as suas colheitas: então, teus celeiros se abarrotarão de trigo e teus lagares transbordarão de vinho.
Meu filho, não desprezes a correção do Senhor, nem te espantes de que Ele te repreenda, porque o Senhor castiga aquele a que ama, e pune o filho a quem muito estima.
Feliz do homem que encontrou a sabedoria, daquele que adquiriu a inteligência, porque mais valem esse lucro que o da prata, e o fruto quem obtém é melhor que o fino ouro.
Ela é mais preciosa que as perolas, jóias alguma pode igualar. Na mão direita ela sustenta uma longa vida; na esquerda, riqueza e gloria.
Seus caminhos estão semeados de delicias. Suas veredas são pacificas.
É uma arvore de vida para aqueles que lançarem mãos dela.
Quem a ela se apega é um homem feliz.
Foi pela sabedoria que o Senhor criou a terra, foi com inteligência que ele formou os céus.
Foi pela ciência que se fenderam os abismos, por ela as nuvens destilam o orvalho.”
Preparamos uma festa de aniversario para o Marco neste ano de 2005, foi uma festa maravilhosa. Eu disse a ele que gostaria de fazer a festa e queria chamar minhas amigas e os amigos mais íntimos dele. Portanto não queria bebida alcoólica. Para minha surpresa ele aceitou. Meu filho é imprevisível. Cada vez eu o admiro mais. Gostaria que todos entendessem que não precisamos de bebidas alcoólicas para nos divertir.
E assim escrevi uma mensagem para ele, pedi ao Edson amigo dele para mandar gravar, ficou muito bom. Ele sabia da festa, porém não sabia da homenagem. Ele se emocionou e ficou muito feliz. E disse que foi como se passasse um filme na cabeça dele. Ele ficou emocionado.

Narrativa:

Há trinta e dois anos atrás nascia um menino no hospital São Marcos, pesava três quilos e setecentos e cinqüentas gramas. Nossa como seus pais ficam felizes. Porém com dois anos e nove meses sua mãe sofreu um acidente e teve que deixá-lo por dois anos.
No começo talvez tenha sido difícil ficar sem sua mãe, entretanto foi muito amado por seu pai, seus avos e tios. E por não entender direito as coisas, ele achava bom, portanto tinha três casas onde ficar. E todos o tratavam com muito carinho, para compensar a falta da mãe.
Quando ia ao hospital em São Paulo ver sua mãe, era o centro das atenções, lá não podia levar criança, mas como sua pais moravam longe, eles abriram uma exceção. Ele posava para fotos, corria na grama, fazia a maior festa. Naquela cabecinha inocente era só alegria, pois não entendia nada.
Em umas das viagens, seu pai suas tias, Celina e Jorgina, foram fazer umas compras no Brás no centro de São Paulo, e na loja ele sumiu, imaginem, eles ficaram desesperados. Já imaginaram? Eles chegando ao hospital sem ele? Sua mãe morreria. Só que graças a Deus eles o encontraram.
Bem isso e uma das pequenas coisas que ele aprontava. Quando sua mãe voltou, ele sentiu preso, no entanto tinha que ficar só numa casa, e a sua mãe talvez sem muita sabedoria, tentou impor limites. Como ele estava acostumado viver em três casas, ele queria continuar assim.
Talvez ele pensasse e até chegou a dizer, puxa, porque minha mãe voltou? Estava tão bem sem ela e agora ela a proíbe tudo, não pode isso, não pode aquilo, seria melhor que ela não tivesse voltado.
Na adolescência deu um pouco de trabalho, porém, coisas normais. No estudo não levava muito a serio, todavia com sacrifício conseguiu terminar o segundo grau, fez cursinho e conseguiu passar no vestibular, assim foi só alegria. E foi pegando gosto pelo estudo. Graças a Deus!
Marco, você se lembra da primeira audiência, sua mãe jamais vai esquecer, você deu até testemunho no grupo de oração, a musica vai fazer você lembrar. Vem Espírito, vem Espírito, sozinho eu não posso mais, sozinho eu posso mais viver. Vem Espírito, vem Espírito.
Você disse para sua mãe orar por você, aí ela disse que pedisse para o Espírito Santo ajudá-lo. Você disse que sentiu uma força do alto, e essa força era Deus, você disse que ficou emocionado, e o juiz lhe deu os parabéns, e disse que você seria um excelente advogado.
Aconteceu uma coisa interessante agora, eu estava acabando de fazer está narrativa, uma vizinha entrou na minha casa perguntando, onde a coloco? Perguntei: ela quem? A vizinha respondeu a imagem de Nossa Senhora.
Ela vai ficar aqui por uma semana. Assim me lembrei que não tinha escrito nada sobre as bênçãos que Nossa Senhora fez na vida do Marco, E ela veio me lembrar, não para exaltar o nome dela e sim par louvar e agradecer o seu Filho Jesus.
Hoje, Marco Antonio, sua mãe sente muito orgulho de você, portanto você se tornou numa pessoa responsável e muito dedicado na sua profissão. E sua mãe pede perdão por não ter tido sabedoria para enfrentar tudo isso. Mas tudo passou e hoje é só alegria. Você é o tesouro que Deus me deu.
Parabéns! Filho, que Jesus lhe abençoe sempre!
Te amo.
Sua mãe, Placidina.

HOMENAGEM AO MEU PAI...
Amanhã é dia dos pais e eu já estou aqui pesando no meu, recordando os momentos felizes que passei com o meu querido pai. Que confio e acredito está com Deus. Ele era uma pessoa muito alegre e divertida, todo mundo o admirava muito.
Meu pai era uma pessoa maravilhosa, nos filhos éramos apaixonados por ele. Ele foi um excelente pai, nos dava liberdade, porém, dentro dos limites. E sempre dizia: “eu faço os seus gostos, mas não me dêem desgosto”. Está frase eu nunca me esqueci.
Infelizmente dei desgosto a ele, no entanto ele me perdoou e disse: “se você gosta mesmo deste homem ele de você não posso lhe impedir de ser feliz pode continuar. Se um dia você se arrepender, pode voltar que a casa será sempre sua”.
E disse também:
- Minha Branquinha, eu não queria que isso acontecesse, mas se já aconteceu, procure viver bem agora, o que quero é que seja feliz.
Era assim que ele me chamava.
Lembro-me bem que quando criança ele me mimava muito, até grande eu dormia no colo dele.
- Querido pai, perdoe-me pelas minhas falhas para com o senhor! Porque somos humanos cometemos erros. Talvez seja tarde para pedir perdão. Porém mesmo assim peço perdão por tudo, e obrigada pelo o que o senhor me ensinou.
O senhor nos ensinou a amar pobre ou rico, preto ou branco, enfim tudo e todos. Obrigada por tudo que fez por nós. Tenho o maior orgulho de ter sido sua filha.
Gostaria que o senhor estivesse aqui comigo, para abraçá-lo, beijá-lo e dizer tudo que sinto, mas infelizmente eu sei que isso não é possível, por isso o meu pensamento estará com o senhor onde estiver e estará comigo para sempre no meu coração!
“Aquele que ama seu filho castiga-o com freguesia, para que se alegre com isso mais tarde, e não tenha de bater a porta dos vizinhos.
Aquele que dá ensinamentos a seu filho€ será louvado por causa dele, e nele mesmo se gloriará entre seus amigos.
Aquele que educa o filho torna o seu inimigo invejoso, e entre seus amigos será honrado por causa dele.
O pai morre, e é como se não morresse, pois deixa depois de si um semelhante.
Durante sua vida viu seu filho e nele se alegrou; Quando morrer, não ficará aflito; não terá de que se envergonhar perante seus adversários, pois deixou em sua casa um defensor contra os inimigos, alguém que manifestará gratidão aos seus amigos.
Aquele que estraga seus filhos com mimos terá que lhes pensar as feridas; a cada palavra suas entranhas se comoverão.
Um cavalo indômito torna-se intratável; a criança entregue a si mesma torna-se temerário.
Adula o teu filho e ele te causará medo; brinca com ele e ele te causará desgosto.
Não te ponhas a rir com ele, para que não venhas a sofrer com isso, e não acabes rangendo os dentes.
Não lhe dês toda a liberdade na suas extravagâncias: obriga-o a curvar a cabeça enquanto jovem, castiga-o com varas enqunto ainda é menino, para que não suceda endurecer-se e não queira mais acreditar em ti, e venha a ser um sofrimento para a tua alma.
Educa o teu filho, esforça-te (por instruí-lo), para que te não desonre com sua vida vergonhosa”. ( Eclesiástico 30, 1-13).

DESPERTAR DE UM SONHO...
Tive um sonho quando ainda e estava revoltada Deus já estava me dando um toque só que eu não me despertava. Foi muito bonito e fiquei pensativa, o sonho era assim:
Eu vinha andando sozinha pensando, e falava em voz alta para mim mesma:
- Minha vida não tem mais sentido, ninguém se apega verdadeiramente a ninguém. O amor que as pessoas umas pelas outros tinham se foi e não existe mais. O ser humano não se importa com seu semelhante. Cada um só vive somente para si, sem preocupar com seu o seu próximo.
Quando de repente surgiu um passarinho de uma beleza deslumbrante em uma arvore cantando. Era uma canção linda que tocava ao coração e na alma. Todos entendiam o que ele cantava, apenas eu não compreendia o que ele estava cantado.
Eu disse a ele:
- Eu não entendi o que você está cantando, mas gostaria muito de saber e entender está linda canção.
Então pedi que cantasse de novo e traduzisse a letra da canção no meu idioma. E assim ele voltou a cantar.
Ouvindo-o de novo aquela canto fui sentindo tocada e entendi e fiquei admirada com a letra era bela tal qual a canção e fiquei encantada e muito emocionada. Falava coisas de amor e de esperança. A canção dizia assim:
- Temos que amar a todos sem exigir nada em troca. O amor ainda existe, no entanto nós é que às vezes não o enxergamos. Precisamos confiar mais em Deus. Jesus veio para todos, e somente temos que confiar mais e amar e se deixar amar. Porque Jesus apesar do sofrimento e da humilhação não nos abandonou, continuo nos amando! E amou até morrer por nós.
Quando terminou de cantar ele disse:
- Eu não estava cantando em outro idioma, é você que estava pensando no seu “eu”, e não tinha capacidade de entender o que eu cantava! Mas ainda bem que você tem sensibilidade suficiente para ouvir-me cantar. E é com a sua sensibilidade que você entenderá que o amor ainda existe e que Jesus está lhe esperando a se deixar a amar.
Eu fiquei muito impressionada com tudo aquilo que aquele passarinho me dizia, e comecei a pensar:
- Realmente este pássaro tem razão, eu estava no escuro do meu “eu”, para não entender tão singela e simples canção.
Assim percebi que precisava olhar mais ao meu redor, e ver que não era somente eu que sofria quantas pessoas não podem nem sentar ou pegar alguma coisa com as mãos e eu podia fazer tantas coisas. Fazia trabalhos artesanais ensinava outras pessoas, cuidava de minha casa.
E muitas pessoas que não têm nem onde morar ou mesmo o que comer. E, no entanto eu tenho tudo e também um filho sadio e uma família maravilhosa que me ama.
Pássaro que fala pássaro que canta pássaro que encanta e desperta o encanto da vida. Ensina o desapego das coisas matérias e até mesmo um do outro. O verdadeiro amor consiste no que vem de Deus e não no que nos dá prazer.
Isto foi apenas um sonho, mas estou a refletir até hoje. Um sonho que quero fazer com que ele se tornar realidade. Pois tudo só depende de querer.
Agora entendo melhor o que estava acontecendo comigo, Eu já estava numa briga interior, querendo me libertar do passado e desejando ver as coisas ao meu redor, porém algo me impedia. Ainda bem que consegui abrir o meu coração e deixei o Amor de Jesus agir em mim.
E também aprendi que Jesus nos respeita, Ele não invade nossa vida e está sempre ao nosso lado, só depende de um de nós mesmo, para Ele se manifestar em nossa vida. Basta abrir o coração. Aos poucos Ele vai nos libertando.
Tenho orado e pedido a Deus que me ajude a viver a santidade porque é isso que Jesus quer de nós. Entretanto para sermos Santos temos que renunciar a nós mesmo, sabemos que não é fácil, mas temos que tentar basta à gente tomar a decisão e eu me decidi e quero.
Ser Santo sem ninguém por perto é fácil, difícil e ter que conviver com varias pessoas e cada um de com um temperamento diferente. Mas o pior é que precisamos um do outro para que tornemos Santos.
“Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo” (2Cor 6,2).
O que não podemos é deixar para depois, e achar que a hora não chegou. A hora é agora e eu quero e preciso. Minha família e, mas pessoas estão achando que estou ficando louca porque só falo em Deus e não vejo outro canal de televisão senão a Canção Nova. Para mim nada mais me interessa. O que mais vejo são palestras e as coisas que falam de Deus. Tenho sede de saber tudo que vem do Nosso Senhor. Talvez eu esteja exagerando mesmo, porém quero compensar o tempo que perdi.
“O Espírito e a esposa dizem: “Vem”!” Possa aquele que ouve dizer também “Vem!” Aquele que tem sede, venha! E que o homem de boa vontade receba, gratuitamente, da água da vida!” (Apocalipse 22, 17)
Meu Senhor e meu Deus tornou-se refugio para mim, como diz no salmo 9,10, “E aqueles que conheceram vosso nome confiarão em vós, porque, Senhor, jamais abandonas quem vos procura ( Sl 9,11)”.

MINHA COMUNIDADE E A RCC EM MINHA VIDA
Tem vinte e cinco anos que participo na comunidade São Francisco e também há um bom tempo que participo da Renovação Carismática, só que infelizmente não tenho o dom da palavra, no entanto gostaria de ter para ajudar mais o nosso grupo da RCC da comunidade. Até para dar testemunho acho difícil. Por isso escrevi o meu testemunho e pedi para que a Ana Lucia lesse dentro do grupo para mim.
Testemunho:
Em 1976 sofri um acidente, para os médicos eu não ia mais andar nem falar e muito menos raciocinar, pois disseram que eu ia ficar com vida vegetativa. Porém Deus operou um milagre, com doze dias comecei a dar sinal e mostrava nos jornais que estavam numa estante, pedi para minha irmã Jorgina tirar letra por letra até formar as palavras que eu queria dizer.
Assim eles perceberam que eu estava raciocinando, para surpresa dos médicos. Uma etapa eu tinha vencido, Graças às orações de minha família, principalmente minha mãe, como ela sofreu! Mas acredito que Deus tinha um propósito para mim.
Com um mês e pouco comecei a falar. Devo muito ao Dr. Fausto, ele cuidou muito bem de mim. Com dois meses fui para São Paulo, para o hospital de reabilitação e lá fiquei por dois anos. Como foi difícil para me acostumar.
Com um ano e cinco meses que estava no hospital, perdi meu irmão também de acidente. Aí tudo voltou á tona, eu me revoltei com Deus, pois eu achava que Deus estava sendo muito injusto comigo. Além de me deixar sem direito de andar, ficar sem meu filho, que só tinha dois anos e nove meses, e ainda levar meu irmão que só tinha 18 anos. Como podia aceitar isso? Tudo isso era de mais para mim.
Como eu brigava com Deus! E assim fui me tornando numa pessoa amarga, sem esperança. Só que eu na minha ignorância não percebia o que Deus tinha feito por mim.
Ele havia operado dois milagres na minha vida, um que eu não ia falar e estava falando, não tão bem, mas todos entediam. Outra, eu não ia mais raciocinar e estava e estava raciocinando muito bem. Tudo isso era a graça de Deus se manifestando em mim.
Só que nada disso eu enxergava, eu só estava voltada para mim mesma. Fiquei assim por sete anos, até que um dia veio uma senhora que por um erro médico ficou numa cama, e nem sentar podia. Entretanto mesmo assim ela saia pregando a palavra de Deus pelo o Brasil inteiro. Incentivando pessoas e levando Cristo a todos.
Ela morava num hospital em São Paulo. Foi ai que percebi que eu também podia fazer alguma coisa pelo os outros e por mim mesma.
A Lourdes que é a Sra. que pregava me deu uma tarefa, que era para eu coordenar o grupo da FCD (Fraternidade de Doentes e deficientes), eu achei que não seria capaz, mas ela me incentivou aí topei.
Comecei com a ajuda da dona Olívia do João Klimashesk, da Elza e o Sinvaldo, a Cida também foi uma das pessoas que me ajudaram.
Coordenei trabalhos de artesanato. Depois coordenei o grupo da terceira idade por seis anos. Isso me ajudou muito, pois me sentia útil. Só que ainda faltava alguma coisa, que era tudo. Ainda não tinha percebido o quanto Deus fez por mim.
No grupo de oração comecei a descobrir o quanto Jesus me ama. Deixei de ter pena de mim. Hoje sei a importância que eu tenho para Deus. Antes eu vivia fazendo perguntas tolas, porque eu? Porque Deus fez isso comigo? Será que Deus me ama?
Hoje não, no lugar das dúvidas tenho convicção que Jesus me ama, e que só Deus basta para a gente ser feliz. Tenho Jesus vivo comigo. Amo viver, amo minha família, minha comunidade e sinto amada também.
Oh, Senhor Jesus! Venha brotar o amor no coração das pessoas que ainda não lhes conhecem a sua infinita bondade. Que eles tenham discernimento e a capacidade de amar como o Senhor nos ama.
Sinto-me literalmente apaixonada por Ti Senhor. E gostaria que todos lhe amassem e conhecessem também.

AMOR EXIGENTE E AS IRMÃS DA COPIOSA REDENÇÃO.
Em Dois mil e dois as irmãs Juliana e Daniela e Lívia da Copiosa Redenção estiveram e aqui em Rondonópolis trabalhando com dependentes químicos. Eu fiquei sabendo sobre o trabalho delas através de uma amiga. E como uma outra amiga estava sofrendo com o filho com problemas desse tipo resolvi convidá-la para ir a uma reunião do Amor Exigente na paróquia Santa Cruz.
Chegando lá eu é que me identifiquei com o grupo e passei freqüentar mais vezes e assim passei a ajudar as irmãs. Achei muito bonito e importante o trabalho delas e também muito gratificante, que além de ajudar os outros a gente se ajudava também.
Com o tempo elas alugaram uma casa aqui em nosso Bairro e com ajuda delas abrimos um grupo aqui também na igreja São Francisco. Eu achava que tinha problemas, a partir do momento que comecei a freqüentar o grupo percebi que os meus problemas em relação aos dos outro eram tão pequenos que tive vergonha deles.
O que me levou até este grupo além de levar minha amiga era que eu não aceitava uma namorada que o meu filho Marco tinha. Nós não combinávamos, só de pensar que um dia eles poderiam casar-se eu ficava doente. Quando passei a freqüentar o grupo senti envergonhada do que pensava.
Ouvindo os testemunhos dos participantes eu ficava impressionada com tantas coisas que aconteciam com aqueles jovens e a seus pais por causa das malditas drogas. Sai dali querendo fazer alguma coisa para ajudá-los.
Retornando para a minha casa ficava pensando em mil coisas, orava a Deus pedindo uma solução, para resolver os problemas daquelas pessoas, agora via quão pequena eram minhas aflições diante desses.
Ligava para varias pessoas pedindo ajuda, mas nem sempre elas podiam nos ajudar. E assim ia me sentindo impotente e acabei quase doente por causa disso.
Um dia um senhor chegou ao grupo visivelmente apreensivo e muito nervoso, sentava e se levantava ao mesmo tempo, percebemos que ele estava muito aflito e agoniado o deixamos há vontade até que ele começou a desabafar.
No grupo tem o momento de cada pessoa falar sobre o seu problema, como vimos à necessidade dele falar todos ficaram somente ouvindo-o e observando o jeito dele. Ele começou a falar, disse que era caminhoneiro e que tinha um filho viciado que já tinha gastado tudo para ajudá-lo e ele continuava no vicio. Que seu filho vendia tudo que tinha em casa até carne da geladeira e comida da despensa em troca da droga. Ele não podia deixá-lo sozinho em casa que quando chegava não encontrava quase nada, vendia até a roupa do corpo. E disse também que estava com uma idéia na cabeça, já havia vendido sua casa para o tratamento dele e nada adiantou, agora pensava em vender o que restou e ir ao Paraguai para comprar armas de fogo e se munir até o dente, pretendia ir onde os traficantes que vendiam a droga para o filho e matar um por um.
O senhor dizia:
- Eu sei onde eles morram já fui varias vezes buscar meu filho nas bocas de fumo, se quiser mato um por um. Meu filho era um rapaz normal hoje é um doente, passa até dias sem tomar banho mais parece um animal.
Meu Deus! Ficamos todos assustados, ele estava realmente revoltado, a irmã Juliana como sabia como lidar com esse tipo de problema conversou bastante com ele que ao poucos foi ficando mais calmo. No entanto continuava dizendo:
- Se eu não encontrar uma solução para o meu problema juro que vou matar um por um.
E todos que estavam ali falou alguma coisa para que ele se conformasse e entendesse que não era somente ele que passava por isso. Com ajuda de Deus e cada um de nós que estávamos ali, ele se tranqüilizou e entendeu que a idéia dele só podia prejudicá-lo ainda mais.
Fizemos uma oração por ele tentamos mostrar que o que ele pensava em fazer não ia adiantar muito, só podia piorar o problema. Quando saiu estava mais calmo e nos prometeu que não iria fazer o que pensava. E também prometemos que continuar orando por ele e pelo filho.
E assim passei a ajudar em fez de querer ajuda. Fazíamos bazar da pechincha para ajudá-las e outras coisas mais. Quando sabíamos que tinha uma família com dependentes químicos tentávamos trazer para o grupo para que elas aprendessem os doze Princípios Básicos que o grupo Amor Exigente tem por obrigação ensinar.
No grupo também segue a risca os doze Princípios Básicos.

OS 12 PRINCIPIOOS BÁSICOS DO AMOR EXIGENTE
1º Os problemas da família têm raízes na estruturação atual da sociedade.
2º Os pais também são gente.
3º Os recursos são limitados.
4º Pais e filhos não são iguais.
5º A culpa torna as pessoas indefesas e sem ação.
6º O comportamento do filho afeta os pais, o comportamento dos pais afeta o filho.
7º Tomar atitude precipita crise.
8º Da crise bem administrada, surge a possibilidade de mudança positiva.
9º Na comunidade, as famílias precisam dar e receber apoio.
10º A essência da família repousa na cooperação, não só na convivência.
11º A exigência na disciplina tem o objetivo de ordenar e organizar nossa vida e a de nossa família.
12º Amor com respeito, sem egoísmo, sem comodismo deve ser também um amor que eduque, oriente e exija.
No grupo com os doze passes é para a família saber como lidar com o seu dependente e fica mais fácil leva-lo ao tratamento. Pois a família também se torna um co-dependente. Com algumas semanas que a família começa freqüentar o grupo elas aprendem e tomam atitudes em relação ao seu dependente. E deste modo ele passa a aceitar o tratamento. Por que o Amor Exigente só leva a pessoa para tratamento a partir do momento que ela mesma aceita.

HIISTÓRICO DO AMOR EXIGENTE
Por volta dos anos 70, surgia, nos Estados Unidos, um movimento liderado por David e Phyllis York, um casal de americanos com três filhas, todas envolvidas com drogas.

Era, de certa forma, um movimento reacionário, contra a linha extremista de liberalidade e exageros na valorização da criança e do adolescente. A maioria dos profissionais, então seguidores de “liberdade sem medo”, culpava os pais por todos os desmandos dos jovens, deixando, nestes, um sentimento de desamparo e confusão.
O movimento rapidamente se fortaleceu e rompeu as fronteiras americanas.
Padre Haroldo J. Rahm, jesuíta nascido no Texas - EUA, já brasileiro, morando no Brasil desde 1964, mantinha, em Campinas, SP, uma Comunidade Terapêutica para recuperação de dependentes de álcool e outras drogas. No começo dos anos oitenta, ao tomar conhecimento desta proposta americana, imediatamente adotou-a. Os princípios adotados pelo AE são, na realidade, exatamente aquilo em que – com sua vivência e experiência de conselheiro – Padre Haroldo acredita. Os pais, apropriando-se desses princípios, iriam sentir-se mais seguros e possibilitariam que seus filhos mudassem seus comportamentos. Daí à tradução do livro e à tentativa de organização do grupo no Brasil foi um salto.

Em 1987, Mara Silvia Carvalho de Menezes, à frente do movimento, adaptou o AMOR-EXIGENTE - AE ao contexto brasileiro e apresentou o novo programa durante a “Primeira Conferência Latino Americana de Comunidades Terapêuticas para Fármaco dependentes e Alcoolistas, Prevenção e Terapia” / I CLACT.
Aos dez princípios do programa americano, acrescentou mais dois e, a partir destes doze princípios, apresentou preceitos sem fronteiras para a organização da família. De lá para cá, o movimento cresceu e espalhou-se por todo o país. Atualmente, alguns milhares de voluntários, mestres em AE, líderes importantes de suas comunidades, estão a serviço deste apostolado, que é o resultado de uma caminhada persistente, perseverante, de tantos quantos acreditam no Amor-Exigente e desejam levar outras pessoas a se beneficiarem deste programa.
O que é Essencialmente, o AE é um novo enfoque para verdadeiros e comprovados conceitos de educação. É uma proposta comportamental, destinada aos pais, orientadores, educadores e familiares em geral como forma de prevenir e solucionar problemas com os alunos, filhos, entes queridos.

Em grupos de apoio e ajuda mútua, os pais, professores e familiares são:
Encorajados a agir em vez de só falar;
Desencorajados de usar violência ou agressividade;
Levados a construir a cooperação familiar e comunitária.
Obs: essas informações tirei do site do Amor Exigente.
E também tem os doze princípios Éticos Institucionais que são seguidos. E vale a pena cita-los aqui.

Os 12 Princípios Éticos Institucionais.
1º Respeitar a dignidade da pessoa.
2º Manter sigilo em relação a depoimentos e identidade dos participantes do seu grupo. O sigilo somente poderá ser quebrado com autorização expressa do interessado ou quando houver risco para si próprio ou para terceiros.
3º Ser fiel, honesto e verdadeiro na vivência e transmissão da proposta do Amor-Exigente.
4º Respeitar e cumprir o estatuto e regimento da FEBRAE.
5º Transmitir os princípios do AE observando as possibilidades de cada integrante dos grupos de apoio.
6º Relacionar-se fraternalmente e com respeito com os membros coordenadores e grupos de AE.
7º Agir com respeito e fraternidade no relacionamento com entidades afins.
8º Manter o caráter de grupo leigo e voluntário.
9º Notificar a FEBRAE sobre eventuais pronunciamentos incompatíveis com a proposta do AE.
10º Promover a espiritualidade nos grupos de AE, respeitando a crença de cada um.
11º Não utilizar grupos de AE para obter vantagens pessoais de qualquer natureza.
12º Evitar divergências e disputas de poder entre as lideranças dos grupos de AE.
Obs: essas informações tirei do site do Amor Exigente.
O grupo durou dois anos em nossa cidade, por algum motivo que desconheço as irmãs tiveram que retornar para ao estado do Paraná de onde elas vieram e ficamos sem apoio para continuar com o grupo nesta cidade de Rondonópolis.
No Capis continuam usando AE, não sei bem sobre esse trabalho, por que afastei deste. Imagino que sem as irmãs não é a mesma coisa. Elas são bem mais preparadas para isso. Sofri muito com a falta delas, uma vez que elas nos passavam muita segurança.
A irmã Júlia então era muito presente aqui em casa. E nesse tempo que elas estiveram aqui o irmão da Lucia adoeceu com câncer e ela sempre que o acompanhava em suas viajem para tratamento em Cuiabá. E a Irmã Juliana muito prestativa vinha ficar comigo para eu não ficar sozinha, nisso eu me apeguei muito a ela. Quando ela foi embora fiquei um pouco revoltada com a Madre Superiora, por ter levado-as daqui, mas, no entanto tentei entender.
Eu o Marco Antonio meu filho que também os ajudavam na parte jurídica juntamente com outras pessoas que tiveram seus filhos resgatados através do trabalho delas fizemos uma manifestação na casa do Senhor bispo Dom Juventino de nossa diocese para que a Madre não as deixassem ir embora. Para que ele nos ajudasse, infelizmente não foi possível.
O Marco neste dia nos acompanhou e foi o nosso porta voz, ele disse a importância do trabalho delas e quantas famílias estavam sendo ajudadas através delas. Ele falou:
- Se elas estão sendo úteis aqui em Rondonópolis para tantas famílias porque não deixa-las continuar? Gostaríamos de saber quem serão os beneficiados com a saída delas daqui? Somente as pessoas que são a favor do trafico. É por isso que todos nós estávamos unidos, para que isso não acontecesse.
A Madre tomou a palavra e disse:
- Vou deixá-las por mais seis meses e depois pensarei se as levo embora ou as deixe por mais tempo com vocês.
E Dom Juventino simplesmente disse:
- Infelizmente não posso fazer nada por elas.
Ficamos contentes com que a Madre disse que ia pensar, pelo menos era uma esperança que elas ficassem por mais tempo. Que excepcionalmente ficaram apenas os seis meses e tiveram que ir embora, contra nossa vontade.
No começo deste ano de dois mil e seis, participei de uma assembléia na minha comunidade. E nela o coordenador expôs os cargos que precisavam ser ocupados, só que alguns ficaram vazios. Voltei para casa muito triste, percebi que todos ficaram preocupados também. E como estava um pouco deprimida, fiquei pior ainda, minha pressão chegou a 18x 11.
Não sabia o que fazer para ajudá-los, no entanto como Deus é grande e maravilhoso, e confio muito nEle, uma amiga minha Iracy apareceu em casa me chamando para rezar o rosário nos pés do Santíssimo, tenho certeza que foi Jesus que a mandou aqui em casa.
Passamos uma semana orando. Pedimos que Jesus desse uma solução, que com certeza dependiam Dele. Como Jesus diz no Evangelho de São João, “tudo o que pedirmos ao Pai em meu nome, vo-lo farei”. Se acreditarmos e pedirmos com fé tudo se resolve. E olha que logo veio à resposta. Os cargos foram preenchidos, e tudo se normalizou.

Estes dias estou de cama, me machuquei na banheira e reabriu uma ferida que sempre me incomoda, nas nádegas. Mas nem por isso vou ficar triste, sobretudo Deus está comigo e é Ele que me sustenta e me fortalece.
Como não podemos perder tempo, assim aproveitei para ler. Sei a leitura nos dá mais conhecimento e nos ajuda relaxar. O livro que estou lendo é muito bom, do PE Léo, Servir no Espírito, este livro é maravilhoso, e fala o que eu estava precisando ouvir. Ensina-nos como ser serva de Deus.
Precisamos estar sempre em oração por pior que seja a situação, temos que estar sempre louvando e agradecendo a Deus por tudo que acontece em nossa vida.
Meu Deus! Sinto que meu corpo esta enfraquecendo, estou me apagando como uma vela, só que não é para a morte, sei que estou morrendo para o mundo e vivendo somente para Deus. Cada dia que passa sinto mais vontade estar com Ele. Tenho praticado a presença de Deus em todos os momentos de minha vida, quando me levanto eu já digo: vem Espírito Santo fique comigo. Tomando banho ou comendo ou fazendo qualquer coisa digo: “Senhor eu sei que estais comigo”! Oh! “Senhor eu preciso de Ti!” Eu creio, mas aumenta a minha fé!”Fazendo assim me sinto fortalecida por Ele e não me sinto só”.
Estou profundamente apaixonada por Jesus Cristo. Se pudesse eu ia para uma comunidade e vivia como uma eremita inteiramente para Ele. Só que às vezes acho que Ele me não me quer isolada e sim tentando fazer alguma coisa pelos outros, porque sempre aparece alguém precisando de alguma coisa para eu ajudar. Peço a Deus que me de forças e sabedoria para poder ajuda todos aqueles que precisarem de mim.

CANÇÃO NOVA EM MINHA VIDA...
Ultimamente tenho visto muitos programas de palestras e pregação, Esses programas fazem com que possamos nos conhecer melhor. E adoro ouvir as pregações de Padre Léo da Canção Nova. Ele e engraçado e muito ungido pelo o Espírito Santo. Passo o dia inteiro ouvindo pregação dele e não me canso de ouvi-lo.
A palestra que acabei de assistir com do Padre Léo, fala sobre cura interior e o tema que ele usou está em Efésios 4,26-27 “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deis lugar ao diabo”. Como é boa a gente ouvir uma pregação de uma pessoa como ele, a gente fica atenta e não queremos perder nada e nos faz ver como e grande o amor de Deus por nós. E faz-nos tirar todo o ressentimento que guardamos. Porque o ressentimento só nos faz culpar os outros ou sentirmos culpados por tudo de errado que nos acontece.
Felizmente, hoje me sinto uma nova pessoa, estou me restaurando aos poucos e também sinto muito amada por Jesus. Pois Ele morreu por nós e assumiu todos os nossos pegados. Por isso sou livre! Gloria a Deus nas alturas e paz ao homem por Ele amado!
“Combate o bom combate da fé. Conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e fizeste aquela nobre profissão de fé perante muitas testemunhas. Em presença de Deus, que dá a vida a todas as coisas, e de Cristo Jesus, antes Pôncio Pilatos abertamente testemunhou a verdade recomendando-te que guardes o mandamento sem macula, irrepreensível até a aparição de nosso Senhor Jesus Cristo, a qual há seu tempo será realizada pelo bem-aventurado e único Soberano, Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único que possui a imortalidade e habita em luz inacessível, a quem nenhum homem viu, nem pode ver. A ele, honra e poder eterno! Amém.” (1 Tm 6,11-16).
Senhor como tu és magnífico, me tirastes de novo deste desânimo em que me encontrava. Obrigado Senhor! Por tudo, te louvo e agradeço pelas bênçãos alcançadas! Nunca vou cansar de te agradecer por todas as maravilhas que tem feito por mim.

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SACERDOTE DE DEUS...
Há quase um ano que temos a participação de um frei em nossa comunidade, que com certeza foi um enviado de Deus, é muito ungido pelo Espírito santo. Frei Leodir nos passa muita segurança é muito carismático.
Nas celebrações que ele participa conosco são vibrantes, com muito amor e dedicação, sentimos a presença de Deus. Ele também está fazendo com que todos conheçam e se apaixonem pelas maravilhas do Reino de Deus.
Frei Leodir fundou conosco o grupo Pastoral Familiar, este período ele nos ensinou a importância de evangelizar e nos mostrou como são belas as coisas de Deus, fazendo com que todos se apaixonassem pelos eventos do Reino de Deus, até as crianças estão participando com mais atenção.
Ele faz com que todos participem da missa, a igreja fica completamente cheia. O melhor é que todos ficam concentrados nas leituras, ele faz perguntas, as crianças ficam atentas para responder certo o que é perguntado por ele.
Quando termina a celebração ele faz questão de ficar para conversar com as pessoas. Totalmente diferente dos outros, que estávamos acostumados, assim que terminava a missa, eles saem quase correndo para ir embora.
Domingo de ramos, acordamos cedo para ir à missa. Foi uma celebração linda. A igreja estava lotada, todos louvavam ao Senhor, cantando, hosana, hosana e viva! Bendito o Libertador! O evangelho foi Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Mt. 27,11-54. “Jesus compadeceu diante do governador, que o interrogou: “És o rei dos judeus?”- “Sim”, respondeu-lhe Jesus. Ele, porém nada respondia às acusações dos sacerdotes e dos anciões”...
A morte está vencida pelo Senhor da vida! Inocente Jesus quis sofrer pelos pecadores. Ele quis ser condenado à morte por nós. E sua morte apagou nossos pecados e sua ressurreição nos trouxe vida Nova. Os anjos cantavam vossa grandeza e os santos proclamavam vossa glória! Como é maravilhoso viver as coisas de Deus.

O que mais peço em minhas orações é que todos descubram Jesus, e que passem a adorá-lo e louvá-lo pelas bênçãos recebidas. Louvo-te e agradeço por aqueles que não te conheceram ainda! Mas oro a Ti Senhor, que logo eles irão lhe conhecer. Peço ao Espírito Santo que vem sobre mim e todos aqueles que estão pedindo, porque é só pedir que Ele venha.
Derrama Senhor, sobre nós benção, e vem com seu Espírito sobre aqueles que ainda não te descobriram, quantas pessoas precisam conhecê-lo quão grande tu és. Agradeço Senhor, porque nos concede tudo aquilo que pedimos. E dai-nos sabedoria para aceitarmos com resignação tudo que vier de acordo com Sua vontade.
Como diz o PE Jonas, precisamos ter intimidade com o Espírito Santo e estou aprendendo a ter. Por isso estou sempre pedindo que Ele fique comigo. Porque preciso de sua presença constante em minha vida.
Sinto fraca, porém sei que Jesus está comigo. Senhor Tu é a minha vida, sem Ti não sou ninguém. Senhor desejo amar-Ti com toda minha força. Preciso entregar-Ti de todo o meu coração e toda a minha alma. Enquanto viver e por toda eternidade quero que esteja comigo.
Essa Semana Santa teve os quatro dias de celebrações. E cada dia melhor que o outro. A igreja estava sempre lotada, a última celebração foi linda! E maioria disse a mesma coisa, que nunca tínhamos tido uma celebração assim, estavam todos animados e felizes, em cada rosto que eu via era Cristo que eu via neles, todos se abraçavam desejando uma “Feliz Páscoa”, foi Fascinante!
Tenho certeza, que se eu morresse neste dia, morreria feliz. Frei Leodir como todos disseram: “o frei caiu do céu para nós, ele é um presente de Deus para nossa comunidade”, ele tem um carisma muito grande, e a gente vê que tudo que ele faz e com muito amor e carinho e percebemos também que ele gosta de ajudar a nossa comunidade.
Rogo a Deus que não tire ele de nossa comunidade. Se isso acontecer, tenho certeza que toda comunidade vai sentir profundamente sua saída. Até as crianças estão muito atentas em suas pregações. Como já disse, “ele é um anjo que caiu do céu para nós”!
Oh! Senhor, como gostaria de ser o elo de reconciliação da nossa comunidade, assim como Noé foi para o mundo. Daí-me Senhor esta graça! O meu desejo e que todos vivessem em paz e harmonia. Fico entristecida quando vejo alguém de mal de outro. Se dependesse de mim, ninguém ficaria de mal de ninguém.
Gostaria também que todos descobrissem a importância de ajudar. Jesus disse: Eu vim para servir e não para ser servido! Imagine, Ele o nosso Rei maior disse isso. E nós como seus seguidores têm que seguir seu exemplo.
“Todo aquele que quiser torna-se grande entre vós, faça vosso escravo. Assim como o Filho do homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por uma multidão”. (Mt. 20,27-28).

AS VISITAS...
Quando vejo alguém que precisa de ajuda, sinto necessidade de ajudá-la, principalmente se estiver doente, entretanto eu já passei por isso, sei quanto é importante à presença de pessoas perto da gente, às vezes não é a necessidade material e sim a pessoal. Pois quando estamos doentes sentimos falta do calor humano ou de uma palavra amiga.
Estamos sempre fazendo visitas, e numa delas conheci uma moça muito simpática que sofreu um acidente e perdeu as pernas. Ficamos amigas e senti que ela precisava de ajuda e assim passei a visitá-la com mais freqüência.
Felizmente ela não se revoltou com Deus como aconteceu comigo. Apenas estava tendo problemas com a readaptação pessoal, como acontecem com quase todos aqueles que sofrem uma mudança inesperada. Mas como já passei por isso tenho um pouco de experiência nesse caso, passei a acompanhá-la mais de perto.
Às vezes chegava à residência desta minha nova amiga e a encontrava revoltada com os problemas em casa. Muitas vezes chegava e a encontrava dopada, já que havia tomado tranqüilizante para dormir e esquecer os problemas.
Eu me via outra vez... Parecia um filme passando na minha cabeça. Com isso me sentia responsável e passei a me dedicar a ela. Graças a Deus tudo se normalizou. Acho que consegui passar para ela um pouco de minha experiência de vida.
Ela é evangélica, contudo mesmo assim nós nos entendemos muito bem. Quando não estou bem, ela e o marido vêm e fazem oração por mim. Fico feliz por saber que posso contar com ela.
Conversamos muitos sobre religião, respeitamos as nossas diferencias. Sinto-me bem na companhia dela.

Preciso contar a Historia da garota Raíssa, ela é muito especial para mim.
HISTÓRIA DA MENINA RAÍSSA
Raíssa morava perto de minha casa quando tinha três anos de idade. Ela era uma garotinha lourinha linda, e muito meiga. Ela tem dois irmãos, Bruno e Eduardo. Eduardo também é uma gracinha! Todos os dias eles vinham a minha casa. Apeguei-me muito a eles. Quando eles mudaram senti muito a falta deles.
Eu disse que não ia me apegar mais em ninguém, mas quando vejo já estou sofrendo por alguém. Acho que esse é o meu destino. E sofro muito com isso. Quando gosto de alguém, gosto por inteiro. Eles moraram aqui perto por uns quatro anos. Resolveram mudar para Rondônia, de vez em quando eu falava com eles por telefone.
Quando estava com dois anos de idade ela machucou a mão, e os pais a levaram ao médico e ele fez vários exames e os diagnósticos acusaram câncer.
Para a família foi um choque, pois eles nem imaginavam que pudesse ser essa doença. Os pais dela a levaram para Campinas no estado de São Paulo e fez varias cirurgias, e também foi preciso fazer quimioterapia.
Quando estava praticamente curada, num dos exames de rotina descobriu que o câncer estava um nos pulmões, nossa! Foi outro susto, sem falar que nesse intervalo o pai dela teve meningite e faleceu. Ela revoltada com que aconteceu entrou em depressão.
Para ela foi uma perda muito grande e difícil de aceitar. O Geraldo, o pai tinha o maior carinho com ela, e ela era muito apegada a ele. Vocês imaginem como ela ficou! Entrou em depressão e não queria mais tomar os remédios, quase morreu.
A mãe também ficou desesperada. E nós acompanhamos tudo isso sofrendo também. Sinceramente foi muita tragédia para essa família. Só Deus para dar força e consolo.
De seis em seis mês ela tem que ir a Campinas fazer novos exames. E num desses exames descobriu mais três tumores nos pulmão. Imaginem como foi difícil para ela e para toda sua família e para nos amigos também. Porem Deus é maior que tudo isso, os médicos fizeram à cirurgia, e ela foi se recuperando aos pouco.
Hoje está uma linda garota. Ainda continua fazendo o tratamento. No entanto com a graça de Deus está correndo tudo bem.
Eles tiveram que ficar morando com avó dela. Uma vez que Rondônia ficava muito longe para ir sempre a Campinas. Contudo nesse tempo ela começou a fazer catequese para a primeira comunhão, portanto o tempo que ela ir a Campinas fazer o tratamento ela precisou faltar.
Quando chegou o dia da turma dela fazer a primeira Eucaristia, ela não pode fazer por ter faltado muito. E ela não explicou direito para a catequista, assim não a deixaram fazer a primeira Eucaristia.
Fiquei sabendo que ela havia chegado do tratamento, fui fazer uma visita. Chegando lá ela estava revoltada, por não ter feito a Eucaristia. Fiquei muito enternecer com o caso dela. A mãe disse que talvez ela não resistisse o tratamento, visto como ela estava muito anêmica, e a resistência dela estava muito baixa. Fiquei comovida e prometi que ia contar o caso dela para a catequista, e ia ver que podíamos fazer.
No entanto assim que contei o caso dela para a (catequista) tudo se resolveu. Entretanto ela disse que tinha um, porém, a Raíssa não estava preparada para receber a Eucaristia, e não tinha ninguém para prepará-la.
Prontifiquei-me em ajudá-la, disse a ela que eu daria as aulas necessárias. Ela ia voltar dentro de uma semana para Campinas. Tinha que passar por outra intervenção cirurgia e corria risco de morte.
Meu Deus, como não me preocupar? Um direito que ela tem. Que é alimentar-se do corpo de Cristo, isso é muito bonito, ainda mais uma criança com apenas quatorze anos.
Contei a historia para o frei de nossa comunidade, e pedi a ele se podia fazer a primeira Eucaristia dela. Ele se prontificou em fazer.
Nós nos preparamos numa semana, e sábado ela fez a primeira Eucaristia. Todas as pessoas que sabiam do caso ficaram emocionadas e oraram por ela, pedindo que Jesus a libertasse dessa doença.
Interessante e que quando ela retornou de Campinas os médicos disseram que ela estava praticamente curada. Eu tenho absoluta certeza que Jesus a curou.
Dias atrás, retornei a casa dela, ela veio toda contente e disse que os médicos haviam dito que os exames de rotina deram que ela está praticamente curada. Nossa! Fiquei muito feliz essa noticia. Mas uma vez Deus colocou a mão sobre ela.

HISTÓRIA DO GAROTO BETINHO
Recentemente conheci um garoto por nome Norberto (Betinho) como a chamamos, estou encantada com ele. Uma vez que ele é um menino muito especial. Nunca vi igual, ele é uma criança que parece gente grande, ele só tem nove anos, mas com cabeça de vinte. Ele disse que quer ser padre. Tudo indica que tem vocação. Rogo a Deus que ele continue perseverando em Deus.
E impressionante as coisas que ele diz, olha o que ele disse esses dias na procissão dos Mártires, o levei comigo, na hora da comunhão ele disse: “tia vou ajoelhar para a senhora, porque a senhora não pode ajoelhar”. Fiquei muito emocionada, ninguém havia feito isso por mim.
Ele é muito ligado às coisas de Deus, e está sempre perguntando e querendo saber sobre o Evangelho, a gente vê que ele tem prazer em saber da vida de Jesus Cristo, e isso deixa todo mundo admirado. Porque hoje em dia, ver pessoas assim, ainda mais criança, e muito difícil.
Estou apaixonada por ele, nunca vi uma criança assim, com essa idade e tão interessado nas coisas de Deus. Que o Senhor nunca o deixe sair do seu caminho.
Quero estar constantemente em oração por ele. E peço a Deus que me de forças para orar por ele e por todos aqueles não tem quem orem. Todas minhas amigas estão encantadas com as suas atitudes.
Minha confiança no Senhor é grande. Sei também que Jesus já esta fazendo a obra. O que posso fazer é louvar e agradecer a Deus por isso.
Descobri um desenho que o Betinho fez e achei muito curioso. O desenho tinha dois corações com flechas, um grande outro pequeno com um rosto dentro com nome dele e o outro com meu, os dois estavam com lagrimas nos olhos.
Meu Deus! Daí me força, não me deixe entrar em depressão, já sofri muito com este mal. Eu preciso de ajuda, Senhor. Ò Espírito Santo! Vem em meu auxilio, estou ficando apática, e nada para mim está bom.
Preciso alimentar na minha vida somente aquilo que vem de do espírito. Não quero me apegar mais em nada material e nem nas pessoas. O apego demais só nos faz sofrer.
Não posso me apegar assim nas pessoas, a ponto de achar que não posso viver sem elas. Preciso trabalhar isso em mim. Sou um tanto emotiva. Esse menino me faz lembrar do Marco quando pequeno, talvez por isso me apegasse tanto a ele. Às vezes acho que estou querendo compensar o tempo que fiquei longe do meu filho.
Passamos uma semana maravilhosa, o Betinho veio passar o fim de semana aqui em casa, fomos à missa no sábado, a celebração foi linda! No domingo passamos o dia inteiro no Anuncia-me, foi um dia de benção o Betinho se vestiu de anjo e estava radiante de felicidade. E eu estava contente por ele estar conosco.
Hoje à tarde tive a visita de dois seminaristas do Frei Leodir, Manuel e João Luiz, gostei muito deles, eles são muito simpáticos. Eles vieram a pedido do Frei, para falar sobre o Betinho e também sobre a Pastoral Familiar. Eu estava um pouco deprimida com o problema do Betinho.
Todos estão preocupados com o drama que estamos passando. Porém sei que tudo vai se resolver, para Deus tudo é possível. Tenho fé e sei que Jesus já está agindo.

Estou sempre procurando alguma coisa para fazer e nada me satisfaz. Deixei de fazer tricô, por mais que me esforço não consigo voltar a trabalhar.
Estou fazendo pinturas sobre telas, porém, sinto que não é bem isso que quero. Jesus eu sei que estais comigo e vai tirar-me desta abatia, não posso continuar assim. Preciso desabafar estou passando por um momento difícil e escrevendo me ajuda a por para fora o que me angustia. Querido Jesus venha em meu auxilio! Preciso urgente de Ti, sei que estais comigo.
“Sei que sou uma serva do Senhor, Ele me escolheu, e não me rejeitou nada temo porque sei que estais comigo.
Não preciso me desesperar, pois Ele é o meu Deus. E Ele me fortalece e vem sempre em meu auxilio.
O Senhor e o meu Deus e me segura pela mão e me diz: nada tema, eu venho em seu socorro. Portanto nada de medo, eu sou como Jacó um pobre vermezinho uma miserável criatura.”
Esse é um texto Bíblico Is 41, mas é muito parecido comigo. Lendo a Bíblia me da segurança e me faz lembrar que sou amada por Deus. Ele nos dá forças e nos torna ágeis como a corsa e nos faz andar sobre cimos. Apesar de todos os problemas.
Por mais que estamos com Deus, sempre tem o inimigo tentando nos derrubar. Esses dias eu estava passando por problemas de saúde e fui me deprimindo, estava quase entrando em depressão. Nem sair de casa eu conseguia. Com muito sacrifício fui à casa de minha irmã Jorgina, e ela percebeu e ficou preocupada e disse:
- O que está acontecendo com você minha irmã? Você não é assim. Chamou o André, amigo dela, ele faz oração pelas pessoas e juntamente com minhas amigas oraram por mim diante do santíssimo.
O André disse que me viu coordenando um cargo importante na minha comunidade, eu disse que já coordenava o bazar da pechincha, ele disse que seria outra coisa, era como uma catequese ou coisa parecida. Ele é um rapaz abençoado e tem esse dom de profecia que vem de Deus. Que Jesus de a ele tudo que merece. E que ele continue sendo um fiel servo do Senhor.
Não demorou muito comecei a freqüentar o grupo da Pastoral Familiar que estava no início, só tinha tido duas reuniões. E assim tudo mudou. Fui saindo aos poucos da depressão em que me encontrava e fui também ao medico melhorei também de saúde.
Logo depois tive que assumir a coordenação do grupo, o certo seria um casal, até que não conseguíssemos um, fui ajudando frei Leodir juntamente com minhas amigas. Em seguida ele teve que sair de férias, quase fiquei doente tamanho à responsabilidade.
Ainda bem que sempre eu ligava ou ele dando-me forças e orientando-me como fazer. Meu Deus, que seria de mim se não fosse sua ajuda e o apóio das pessoas amigas! Eu dizia para ele que estava com medo, ele dizia “confia em Deus e deixe o Espírito Santo agir em você”.

CHÁ DA TARDE COM MINHAS AMIGAS...
O dia hoje estava ótimo. O clima estava fresco, parecendo clima de inverno. Aproveitamos o ambiente climático agradável para tomar chá com bolo juntamente com minhas amigas. Colocamos as fofocas em dia, conversamos bastante e trocamos idéia e receitas. Minhas vizinhas são excelentes pessoas!
E esses momentos agradáveis de hoje também me fez recordar de uns tempos atrás quando eu morava na Avenida Bandeirante, eu e minhas amigas, Dona Filhinha, Bernadete e a Lourdes outra vizinha que tínhamos. Programamos um chá da tarde, cada dia seria em uma casa diferente.
Minhas amigas fizeram isso para que eu pudesse sair de casa porque nem na porta da frente eu não conseguia sair, por medo ou vergonha, tinha trauma de atravessar a rua. Graças a Deus consegui vencer esse obstáculo. Totalmente diferente de hoje que só não saiu quando não tem ninguém para sair comigo.
À tarde fui à novena da Semana Santa, o tema foi sobre a Paz. Jesus veio ao mundo para nos dar a Paz. “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-lo dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize!” João 14,27.
Nós temos que encontrar esta Paz que Jesus nos trouxe e passar essa Paz para todos, sem distinção de raça, clero ou qualquer outra coisa. Pois somos também seus herdeiros naturais.

PASTORAL FAMILIAR EM MINHA VIDA...
Nesta semana de agosto de 2005 estamos comemorando a semana da família, e todo o dia está tendo celebração. Estou muito orgulhosa e satisfeita por poder estar ajudando a nossa comunidade. E deram para o grupo Pastoral Familiar coordenar as novenas nas casas.
E como ainda não tem um casal para coordenar, eu e minhas amigas com ajuda do Espírito Santo, saímos muito bem. E, está nos ajudando muito, contudo não conseguiríamos falar para muitas pessoas sem a sua ajuda. E para nossa alegria e surpresa passamos a coordenar sozinhas as novenas, falando e explicando o objetivo das novenas e da Pastoral Familiar.
O objetivo é evangelizar as famílias que estão afastadas da igreja, e levar Jesus até elas. E sabemos que tudo isso não seria possível se não fosse com a ajuda do Senhor Nosso Deus e principalmente do Espírito Santo por que Ele nos dá forças. Eu mesma fiquei surpresa comigo, uma vez que eu nem conseguia ler perto dos outros, e me vi lendo e explicando as leituras.
Minhas amigas disseram a mesma coisa. Ficamos muito emocionadas. Foi muito gratificante para nós. Obrigada, Senhor por ter plantado esta sementinha em nosso coração. Que é evangelizar pessoas que estão precisando da água que dá Vida que é Cristo. “Assim, nem o que planta é alguma coisa nem o que faz crescer. O que planta ou que rega são iguais; cada um recebe a sua recompensa segundo o seu trabalho.” (1Cor 3,7-8).
O que fala na Bíblia é a maior verdade, que Deus não escolhe os capacitados, mas capacitam os escolhidos. Senti-me capaz de dirigir as reuniões, e foi natural. Como é bom Senhor! Poder servir. Estou sentindo uma discípula e missionária de Jesus Cristo.
Definitivamente somos pessoas privilegiadas, por ter pessoas de Deus para nos ajudar, que são minhas amigas e frei Leodir. Como elas são prestativas! Era tudo que precisávamos em nossa comunidade, de gente dedicada como elas. Essas amigas não posso deixa de citá-las aqui, que são Joana, Matilde, Maria Auxiliadora, Dona Santa, Dona Hosana, Dona Abadia e Dona Áurea. Elas e o frei estão sempre prontos a nos auxiliar e sempre incentivando na hora certa. Obrigado Senhor! Por ter nos dado um sacerdote de Deus e pessoas maravilhosas assim!
Passado um tempo que me recordei do que o André tinha me dito que eu ia estar à frente de um grupo de catequese. No começo fiquei preocupada e um pouco de medo, mais através da ajuda de minhas amigas fomos conduzindo o grupo.
Um dia conversando com minha vizinha e amiga Joana que também faz parte da Pastoral ela me falou a respeito do Sr. Antonio Carlos que é coordenador da Pastoral Familiar do São José Operário.
Pedimos umas orientações, e ele nos deu umas dicas e se prontificou a vir falar como funcionava o grupo deles. E disse que se quiséssemos ele viria nos dar uma palestra para nos esclarecer melhor na prática sobre a Pastoral Familiar. O frei já havia nos ensinado na teria agora precisamos aprender como praticar.
Conversei com frei Leodir e ele concordou e disse que seria bom para nós. E assim o Sr. Carlos veio dar a palestra. Foi ótima. E com isso mais pessoas começaram a participar do grupo. Devo isso tudo ao Frei. Ele quem nos incentivou e nos ensinou a evangelizar.
Com o passar do tempo comecei a gostar da vida e achar que as coisas tinham muito mais valor e que Deus precisava de mim para levar sua palavra até aqueles que não lhes conheciam. Fiquei mais tranqüila e cheguei e tenho chegado à conclusão a cada dia que passa que a vida é uma dádiva de Deus.
No grupo com a catequese que o Frei nos passou fui despertando ainda mais a importância de evangelizar, e fui tomando consciência da realidade e necessidade das famílias de nossa comunidade.
Tenho certeza muita gente desconhece a importância da fé, eu mesma era uma e agora tendo mais consciência e conhecimento quero levar aqueles não conhecem ainda. Talvez por isso muitas pessoas não ajudem por falta de informação. A igreja precisa e tem que ter mais atenção com as famílias carentes de nossa comunidade não só de nossa mais também das outras de nossa cidade.
Por isso vejo o quão importante é a Pastoral familiar, pois cada reunião que vou vejo a importância de levar a palavra de Deus àqueles que precisam. Precisamos nos doar mais para Deus e em benefícios dessas famílias. Sinto cada vez mais a necessidade de ajudá-las. E já não quero isso só para mim, quero que todos saibam a seriedade disso também.
Sinto-me também responsável por nossa comunidade e principalmente pelas famílias, entretanto às vezes pelas minhas condições me impossibilita de fazer mais por elas. Às vezes fico um pouco aborrecida em ver pessoas que poderiam nos ajudar, porém não fazem nada, portanto as compreendo e que elas ainda não descobriram a importância que é levar Cristo às pessoas.
Gostaria que todas as pessoas despertassem e vissem o valor de evangelizar, muito mais famílias seriam ajudadas, pois a partir do momento que você descobre que Jesus que é nossa única razão de viver, tudo se torna mais fácil.
Fico triste em ver essas pessoas acomodadas que não querem nem saber de ajudar e ainda criticam aqueles que assim o fazem. Mas também não posso culpá-los, talvez ainda não fossem tocados. Oxalá todos tivesse em suas comunidades um diretor espiritual como frei Leodir, uma vez que ele tem esse dom de fazer a gente perceber que o Reino de Deus está aqui próximo de nós, ao nosso alcance que só depende de cada um nós.
Enquanto não sentirmos a presença de Deus nas pessoas, não conseguiremos enxergar o quão grande importância tem. E por isso que temos que rezar muito, para que todos sintam o seu chamado.
No livro da Pastoral diz: que a Pastoral Familiar é um sinal bem forte de presença de e atuação junto às famílias.
Cada dia que passa vou me apaixonando pelo o plano de Deus e percebe e o Reino de Deus está aqui ao nosso alcance, portanto só depende de nós ajudarmos em sua construção.
“A família é imagem de Deus, porque o próprio Deus é família”.
“E na Pastoral Familiar devagar podemos ajudar a igreja a conscientizar as famílias da sua importância e mostrar a elas o seu verdadeiro lugar e o seu papel na sociedade e na própria igreja. E a Pastoral Familiar é para isso: para orientar, formar e promover as famílias de acordo com o projeto de Deus, a luz do Evangelho. Famílias evangelizadas para evangelizar outras famílias”. “Livro da Pastoral Familiar”
A Pastoral Familiar precisa de muitos agentes. Gostaria que todos os grupos e pessoas da comunidade se unissem a nós. E o melhor anuncio é sempre o testemunho e esse serviço integrado, sem competição ou pensamentos individualistas.
“A Pastoral Familiar não pode e não quer deixar ninguém de fora. Ela é como um trama de tecido: todos juntos, entrelaçados. E não apenas um ao lado do outro. Por isso ela entende que não deve trabalhar sem a colaboração de outras pastorais”,Livro da Pastoral Familiar”.
Percebo que cada dia que passa fico mais interessada em ajudá-las e vejo que minhas amigas também. Até os homens está descobrindo a importância de tudo isso também, para nossa alegria. Porque esse era o nosso objetivo, trazer os homens para participar conosco.
Senhor! Quando vamos ver todas as pessoas do mundo inteiro com um só pensamento um só objetivo que é seguir Jesus? Sei que essa é a sua vontade. E agora é o meu maior e principal sonho.
Reconheço que demorei muito para descobrir essa importância. Daí-me sabedoria Senhor, para saber levar conhecimento as pessoas e conscientizá-las que o Reino de Deus está bem próximo delas para que elas venham nos ajudar na construção do teu Reino.



SEMANA NACIONAL DA FAMILIA
Nessa Semana Nacional da Família, o Frei pediu para que fizéssemos uma oração do creio para a família. Senti-me responsável em fazer, pedi ao Espírito Santo que me iluminasse e orientasse. Tudo que pedirmos se pedirmos com fé tudo acontece, o Espírito Santo age em nós e não nos abandona!
A oração ficou assim:
Eu creio Senhor, que a família é sua criação e que somos feitos sua imagem e semelhança, que desde ventre de nossa mãe que o Senhor nos escolheu.
Creio Senhor, que a família foi consagrada por ti, e que fomos feitos para ajudar - ti na construção do mundo e promover a paz a todos.
Creio Também, Senhor, que a família e o seu santuário, e que somos o seu maior tesouro aqui na terra.
Creio Senhor, que se a família buscar a tua proteção, e tiver fé, terá a sua manifestação a cada momento de sua vida.
Por Crermos em ti, entregamos nossas famílias e tudo que há em nós, ao Senhor, e queremos que seja para sua gloria o que vive dentro de nosso lar.
Creio Senhor, que a família será eternamente abençoada por ti, e que nada neste mundo poderá destruí-la.
Creio Senhor, que a família é fonte de vida e construtora da Paz. Amém.
Obrigado Senhor, por ter me iluminado e me capacitado por está inspiração, se não fosse a sua ajuda eu não teria conseguido. Louvo-te e te agradeço por tudo! E na missa o Frei pediu que todos rezassem juntamente com ele a oração.
Neste ano de dois mil e cinco foi um ano de benção, e também o melhor ano de minha vida. Por que tenho vivido intensamente as coisas de Deus como nunca havido vivido. Sempre fui uma pessoa de igreja. Porém não muito atuante. E também não vivia e nem entendia muito os acontecimentos da igreja. Agora estou entendendo melhor e estou me aprofundando e indo a busca, portanto quero saber cada vez mais, pois tenho sede de saber.
Sempre fui muito de agir, queria sempre fazer alguma coisa, ensinar ou ajudar alguém. Agora quero ação e oração. Assim entendi que temos que ter as duas coisas e compreendi que sem oração não somos nada. Porque é com a oração que alimentamos nossa alma, assim como precisamos de alimento para o nosso corpo.
Quero aprender não só para mim, mais também preciso passar para as outras pessoas. E com a Pastoral Familiar estou me realizando, porque tem as duas coisas; ação e oração. E sinto que Jesus tem me capacitado cada vez mais. Agradeço a Deus por tudo isso que está acontecendo em minha vida.
“Eu me tornei serva deste Evangelho em virtude da graça que me foi dada pela onipotente ação divina.” ( Ef 3,7 )

TOQUE DE DEUS...
A partir do momento que tomamos consciência do que é cuidar das coisas de Deus nos faz pensar mais nas outras pessoas e deixamos de nos preocupar conosco mesmo.
Fiquei extremamente preocupada, em saber que frei tinha sido transferido, quase fiquei doente e ainda mais que no grupo havia varias pessoas com problemas de saúde e sem ele eu me sentia responsável por elas, acho eu, que era uma provação que eu tinha que passar.
E o mais difícil ainda, não tinha conseguido um casal para nos auxiliar e ajudar a coordenar o grupo. Ficava imaginando, que podia acontecer com aquelas pessoas? E o nosso grupo Pastoral Familiar como ia ficar?
A maioria queria que eu continuasse coordenando, mas, não achava certo, precisávamos mesmo de um casal, e não me sentia preparada. O frei disse para mim, que é para eu deixar que Deus me conduzisse que o Espírito Santo ia agir em mim. No entanto sempre tive medo de falar em publico por isso achava que não seria capaz.
Tenho lutado muito para me libertar deste medo. Mas tenho certeza que Deus já está agindo, e logo estarei liberta deste drama. Antes tinha medo de quase tudo, hoje não, me entreguei inteiramente para Deus. Se confiarmos no Senhor, nada podemos temer.
Como disse Paulo na Epístola aos Filipenses “cobrar nova confiança no Senhor e maior entusiasmo em anunciar sem temor a palavra de Deus”. ( Fil 1,14 ).
“Mas, como Deus nos julgou dignos de nos confiar o Evangelho, falamos, não para agradar aos homens, e sim a Deus, que sonda os nossos corações.” ( 1Tes2,4).
Teve um dia que acordei muito preocupada com o grupo da Pastoral Familiar, pois sem o Frei me sentia insegura, porém me sentia no dever e na obrigação de fazer alguma coisa. Assim que liguei a televisão, como sempre estava ligada na Canção Nova no programa da manhã “Sorrindo para a vida” ouvi uma leitura que me chamou atenção, e foi especialmente para mim.
“Se me é possível, pois, alguma consolação em Cristo, algum caridoso estimulo, alguma comunhão no Espírito, alguma ternura e compaixão, completai a minha alegria, permanecendo unidos. Tende um mesmo amor, uma só alma e os mesmos pensamentos. Nada façais por espírito de partida ou vangloria, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos. Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses, e sim os dos outros”. (Fil 2,1-4)
Como o Senhor nosso Deus é sábio, e vem a cada momento nos ensinar como devemos fazer nos momentos de dificuldades. E nos faz lembrar que não podemos fazer nada sozinho, precisamos e temos que nos unir as outras pessoas e confiar mais Nele.
O Eto disse: “Cada um do grupo precisa ter o mesmo compromisso, todos nós temos que apoiar no Senhor, não no coordenador e o que é Espírito Santo que vai nos conduzir”. Nossa! Com certeza o Senhor estava falando comigo, entretanto eu estava sentindo um peso muito grande, e isso não podia acontecer, e percebi que não somos nada sozinhos e que não são bem assim as coisas de Deus.
Não podemos deixar e nem sentir que as coisas de Deus se tornem peso para nós. Às vezes nós queremos fazer o papel de Deus, resolver tudo, e não é bem assim. Precisamos e temos que ter paciência e saber esperar a hora Dele. Da-me paciência Senhor!
Para mim foi um despertar, ou melhor, um toque de Deus, pois temos que nos entregar a Ele sem medo e deixar que o Espírito Santo haja em nós. E entendi que não era só eu responsável pelo grupo e sim todos nós que estávamos participando dele. Senti-me aliviada. E assim preparei a reunião, e mais tranqüila e fui para o grupo.
No grupo eu disse que precisava da ajuda de todos eles e que cada dia um de nós iria preparar a reunião, sem medo, pois é o Espírito Santo que vai nos orientar e ajudar. E que temos que dar testemunho de nossa vida e que não é por que o Frei foi embora que vamos deixar que o grupo acabe, estamos profundamente agradecidos ao frei Leodir por essa herança que ele nos deixou, que é evangelizar e por isso que não podemos parar.
Se herdarmos, temos que continuar e mantermos firmes que é isso que Jesus quer de nós. Por isso temos que perder o medo e enfrentarmos todos os desafios que aparecerem. E temos que nos fortalecermos em Jesus Cristo o nosso único Salvador. O medo nos atrapalha, mas amor de Deus ajuda a superar tudo. Sem um sacerdote nos acompanhado vai se um pouco difícil, mas, com certeza não será impossível. Esperamos que o outro que vir nos ajude também como o anterior.
O Frei é um sacerdote e missionário de Jesus Cristo e tem que seguir sua missão. E nós temos que continuar a nossa também. Portanto já somos herdeiros naturais de Jesus Cristo.
No entanto, agora é que temos que prosperar e perseverar mais. E disse também que eu contava com todos eles para coordenar o grupo e que precisávamos melhorar, e tínhamos que partilhar nossos problemas e saber ouvir mais o outro. E que nosso grupo teria que ser democrático e cada dia um ia comandar as reuniões. E que nós íamos aprender um com o outro e o Espírito Santo que ia nos conduzir.
Quando acabei de falar senti que não era eu que falava e sim o Espírito Santo estava agindo em mim, senti-me fortalecida e todos concordaram comigo. E depois dessa conversa, nossas reuniões foram só benção. Assim entendi o que o frei dizia para mim. Que era para eu deixar que o Espírito Santo me conduzisse que tudo daria certo.
“Quem crê em mim, como diz a escritura: Do seu interior manarão rios de água viva”. ( João 7,38 ). Precisamos nos render ao Senhor, e aprendermos a sermos obedientes para que ele possa agir em nós. Pedro foi um exemplo de obediência quando Jesus lhe pediu que lanchasse a rede novamente: “Mestre, esforçamos-nos à noite inteira e não pegamos nada. Mas, porque és tu quem está dizendo isto, vou lançar as redes”.
Quando rendemos ao nosso Deus totalmente sentimos mais seguros e passamos não nos preocuparmos com qualquer coisa e sentimos mais livres. E o que é melhor, nós passamos a experimentar o poder de Deus em nossa vida.
Fazer parte de uma comunidade ou de uma pastoral nos ajuda a desenvolver espiritualmente. Eu sou prova disso, sinto que venho crescendo e melhorado a minha maneira de ser. Jesus disse:
- “Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes ordeno”.
Tenho tentado ser mais obediente aos ensinamentos de Jesus Cristo. Quando a gente tem esse encontro com Jesus começamos a agir diferente, muitas coisas que gostávamos antes passamos a perceber que são fúteis.
Tenho sentido que preciso colaborar mais com minha comunidade e quero passar a minha família também. De nada adianta apenas freqüentarmos uma igreja sem ajudar na sua construção. Na Bíblia diz: “À medida que cada parte realiza o seu trabalho, ela coopera para o crescimento das outras partes, para que todo o corpo esteja saudável, crescendo e cheio de amor”.
Assim como diz o escritor Rick Warren: “Somos ordenados a amar uns aos outros, a orar uns pelos outros, a incentivar uns aos outros, a admoestar uns aos outros, a saudar uns aos outros, a servir uns aos outros, a ensinar uns aos outros, a aceitar uns aos outros, a honrar uns aos outros, a carregar os fardos uns dos outros, a perdoar uns aos outros, a nos submeter uns aos outros, a ser dedicados uns com os outros, além de muitas outras obrigações mutuas”.

Preciso mostrar aqui um pouco do meu velho diário como eu era antes de me encontrar com Deus. É muito dramático, porém era assim que me sentia.

UM PEQUENO TRECHO DO MEU VELHO DIÁRIO
Dez de setembro de 80 –
Meu Deus, do que adianta viver uma vida tão inútil e vazia. Eu já não suporto mais viver assim! Estou cansada e decepcionada com a vida e com o mundo inteiro! Se Deus não tirar logo a minha vida, eu não sei se vou suportar tantos sofrimentos!
Eu amava muita a vida, hoje não, pelo contrario, detesto está droga de vida! Às vezes pergunto a mim mesma, até quando vou suportar tudo isso?
Hoje eu tive com a gilete na mão para me cortar, me tranquei no banheiro e estava decidida a cometer este ato. Tiveram que ir atrás de minha família. Minha irmã Jorgina veio e insistiu para que eu abrisse a porta.
Falou sobre o meu filho, a importância dele na minha vida, comecei a refletir e percebi a loucura que estava preste a fazer. Então abri a porta pelo meu filho que precisa de mim e eu o adoro. Também chamaram o Doutor Fausto, que veio e conversou muito comigo, ele me disse muitas coisas que eu precisava ouvir. E assim fiquei mais tranqüila e percebi que estava fazendo as pessoas que me amam sofrerem. E não era essa a minha intenção.

Vinte e oito de Setembro de 80
Estou aqui encima desta cama, como sempre sentindo um vazio imenso dentro de mim, que vocês nem podem imaginar. Estes três domingos atrás eu tenho me divertido muito. Contudo, somente através da bebida que me sinto feliz. Conseqüentemente quando passa o efeito, fico mal, entro em depressão e fico muito dias ruim.
Tenho que parar de beber, se continuar assim vou me tornar uma alcoólatra. Não quero que isso aconteça. Vou me controlar, portanto já vi que não adianta me afundar na bebida para esquecer meu sofrimento.
Meu maior problema e que agora, apenas agora notei que tenho sido egoísta e muito exigente para com os outros, talvez, não sei, porque ainda não consegui me conhecer totalmente. Eu necessito e preciso receber muito calor humano para voltar viver uma vida normal.
Talvez eu esteja me iludindo. Eu não pertenço a este mundo mais. Ninguém gosta verdadeiramente de ninguém. No final é cada um para si. Temos que nos acostumar a ficar sozinhos.

Vinte e cinco de junho de 81
Depois de algum tempo volto a escrever. Estou muito deprimida, ainda mais que assisti um filme de uma mulher que estava com câncer no joelho, e era preciso amputar a perna. Entretanto ela preferiu a morte, e foi merendo aos poucos.
E eu me senti no lugar dela. Porque também sou uma condenada a nunca mais andar, e não ter uma vida normal como os outros. Ela ainda teve o privilégio de morrer logo, e nem isso tenho. E também tinha o marido que a amava muito. Quanto a mim não, pelo contrario, o meu me odeia.
O filme foi muito emocionante! Chorei muito, durante todo o ele. E ainda senti inveja dela, por ter um marido carinhoso e compreensivo, por aquentar todas suas revoltas com a maior calma.
Vinte e três de outubro de 81
Estou me sentindo cada vez pior, mais desesperada, mais abandonada e vazia. Todo mundo traz consigo desesperança e agonia. Somente existe uma coisa sobre a qual eu posso falar, porque conheço muito bem, sofrimento e solidão. A solidão que enraizou dentro de mim, esse tormento que me acompanha. Sinto ódio da solidão, medo de ficar só. Eu tenho pavor até de pronunciar estas palavras.
Talvez eu não seja tão sozinha como imagino, entretanto experimento a solidão dentro de mim. Às vezes estou no meio de uma multidão, mas mesmo assim me sinto só. A solidão me faz reviver momentos passados de minha vida que agora são apenas recordações... e nada mais.
Vinte e cinco de outubro de 81
Antes o suicídio para mim era a única solução. Acabar com vinha vida e me libertar desta desdita. Hoje meu pensamento mudou, penso mais em viver, não sei se vou permanecer pensando assim, ou se é só momento.
O mar de lágrimas que me cegavam aos olhos, finalmente secou. O que interessa, agora, é que eu raciocino. Minhas preocupações não diminuíram, porém, melhoraram bastante.
Estou um pouco mais animada, cuidando melhor de meu filho. Sinto às vezes que estou sendo muito egoísta pensando somente em mim, preciso entender que tenho um filho lindo que depende de mim.

Vinte e oito de outubro de 81
O sentimento que tenho pelo o Ari está se acabando aos poucos, sendo morto assassinado! Só que eu não queria perceber, mas esta é a verdade. Estou exausta e profundamente desiludida e decepcionada com ele. Eu quero me curar totalmente desta doença! Porque acho que e uma doença ou obsessão que tenho por ele. Entretanto, acho eu, que estou conseguindo, e vou conseguir com a graças a Deus!
As aparências, portanto estamos tentando manter, por exigências dele, porque se dependesse de mim já não estaríamos morando no mesmo teto. Acredito que não há palavras capazes de descrever a desventura infortúnio e que tenho experimentado, estou perdendo o equilíbrio e tenho feito coisas que até eu mesma me surpreendo. Senhor preciso de Ti! Ajude-me.

Trinta de Janeiro de 82
Fui passar uns dias na casa de minha mãe. Cheguei ontem, lá passei momentos agradáveis. Até aprendi a jogar bozó, e um jogo gostoso e divertido. Cheguei mesmo a pensar que as minhas aflições e preocupações tinham acabado. Entretanto quando volto para casa tudo volta à tona. Enquanto não mudar desta casa, não vou ser feliz, feliz mesmo não digo, mas talvez menos triste. O meu sonho e ter uma casa só para mim e meu filho, no entanto vejo que nunca realizarei este sonho.
Hoje estive pensando em fazer uma loucura, estava tão desesperada e comecei a chorar. Meu filho Marco chegou perto de mim e disse: “mãe porque você está chorando? É porque meu pai brigou com a senhora? Mãe esqueça o meu pai, pensa só em mim! Porque eu não quero que você morra, eu quero que você viva pra mim!” Eu o abracei e disse: “está bem filho, me perdoe por ter me esquecido de você”.
Depois desta conversa que tive com meu filho senti mais aliviada. De uma coisa tenho certeza, a felicidade para mim acabou só vou viver porque tenho um filho e sinto que ele precisa de mim.

Senhor perdoe-me por ter pensado em tirar minha vida, como pude ser tão infantil e vazia e não perceber o quanto estava fazendo mal ao meu filho.

Trinta e um de Janeiro de 82
Hoje e domingo, como todos os outros, estou só. Eu não sei por que, mas não gosto de domingo. Acho que é porque todos saem, vão passear, e eu como sempre tenho que ficar sozinha com a sensação de solidão e de angustia que aumenta à medida que as horas passam.
Estou desnorteada e infeliz e cheia de amargura, contra mim e o mundo inteiro, e o que sinto ultimamente. Um dia, não sei quando, Deus vai lembrar de mim e acabar de uma vez com meu sofrimento.

Doze de Fevereiro de 82
O silêncio da noite me deixa melancólica! Sinto saudades de tudo, ao mesmo tempo sinto raiva e ódio de tudo e de mim mesma. Ódio por não poder tomar uma atitude e aceitar a minha vida como está. E raiva às vezes por tomar atitude errada.
Sempre faço uma pergunta a Deus. Porque tenho que passar por tudo isso? Por que eu? Talvez um dia, quem sabe, eu tenha uma resposta para tudo isso.
Não tenho mais direito de dizer o que gosto ou o que sinto. Sempre tenho que ficar calada, controlando meus sentimentos, sem poder desabafar-me. E escrevendo é que consigo arrancar um pouco desta consternação que sinto!
São quatro horas da manhã, até agora não consegui dormir um minuto se quer. Já amanheço o dia com raiva do mundo inteiro! Como posso estar bem durante o dia? Se passo a noite em claro!
E já me levanto com os nervos a flor da pele, agora pergunto: ”Como pode alguém assim ser feliz?” Meu Deus, eu já não suporto mais essa vida! Estou cansada de ficar presa nesta cadeira. Isto para mim é pior que morte.
E a minha revolta cresce à medida que o tempo passa. Eu não sei até quando vou agüentar tudo isso. Certamente nunca vou me acostumar com essa vida inútil.
Eu converso brinco, rio, mas só eu sei o que esta acontecendo dentro de mim. A minha vontade é me fechar como um casulo e não me abrir com ninguém. Contudo, estou sempre ferindo as pessoas por causa da minha revolta.
Hoje mesmo magoei três pessoas que quero bem. Depois que os magoou que vem o arrependendo e nem sempre as pessoas entendem o que sinto. Sei que não tenho direito de magoar os outros para descarregar minha revolta. Mas o que eu posso fazer? Quando vejo já falei coisas que não devia falar.
Meu Deus, porque que eu não posso voltar a ser perfeita como antes?Por que tenho que continuar assim? Por que meu Deus? Por quê? Parece que até Deus esqueceu de mim.
Quando passa dias sem vir gente em minha casa ou a minha família também. Já fico pensando, será que estão magoados comigo? Será que falei alguma coisa para magoá-los? Este sentimento de culpa vai me corroendo e me martirizo com isso.
Nove de maio, dia das mães. Graças a Deus passei junto com a minha. Passamos um domingo agradável, com a família toda reunida e juntamente com amigos. Só assim não me sinto tão desprezada.

Antes eu achava que a felicidade estava nos outros, graças a Deus descobri que ela está dentro de cada um.

Vinte e oito de Janeiro de 82
Ultimamente estou mais calma e menos angustiada. Acho que estou me libertando deste mal que sofro que e a angustia e depressão. Entretanto não deixo de me sentir abandonada e rejeitada, porque essa é a realidade.
Uma coisa que preciso aprender é perdoar, preciso e quero perdoar este homem. Infelizmente não consigo. Todas as vezes que a vejo, sinto vontade de magoá-lo, maltratá-lo com palavras. Acho que enquanto eu não perdoá-lo não vou estar bem comigo mesma.

Enquanto não aprendermos perdoar não seremos completamente felizes. Só em Deus para nos libertamos das magoas e ressentimentos.
Quinze de maio de 82
Tem momentos de minha vida que eu penso que não vou suportar tanta tristeza e sofrimentos. Só há uma coisa que me faz esquecer um pouco desta vida, o meu filhinho. E ele que me consola, quando estou triste e está sempre perto de mim me cariando e me fazendo lembrar que ele existe e que é a razão de minha existência.
Vinte e cinco de agosto 82
Por favor, deixe-me em paz! Eu não quero mais sair de casa. Não é que não quero, e porque tenho vergonha do meu corpo. Estou completamente arrasada, quero ficar no meu canto, fechada no meu mundo. Quero me tornar uma eremita e isolar do resto do mundo. Tenho pavor da solidão, não só pavor, mas sim ódio. Mas, no entanto mesmo assim quero me isolar. Porque não gosto de ser centro de atenção. Pois basta sair de na porta da rua, que todos param para me olhar. Eu não suporto isso! Não gosto que tenham pena de mim.
Será que um dia vou conseguir me reencontrar? Para saber o que quero realmente? Talvez agora com a ajuda da psicóloga Elisabeth eu consigo descobrir alguma coisa boa dentro de mim. E me ajudar a tirar um pouco desta amargura que me acompanha há muito tempo.
Até quando...
Até quando vou suportar tudo isso?
Até quando vou ter que esperar pelos outros?
Até quando vou ser infeliz?
Até quando vou estar revoltada e envolta a ódio e desengano?
Até quando a está depressão e me acompanhará?
Até quando vou agüentar a traição?
Até quando vou de deu em deu sem ter um lar ou um céu para morar?
Até quando Deus vai lembrar que eu existo?
Até quando eu não sei, só sei que estou morrendo aos poucos.

Dois de Fevereiro de 82
A amizade é muito importante em nossa vida! Eu tenho poucas amigas, No entanto essas poucas sei que posso contar com elas. Vou citar essas raras amigas, porque sei que são amigas de verdade.

AMIGA E ANTIGA VIZINHA
A Noélia e uma amiga de muito tempo. Ela é uma pessoa maravilhosa com ela confidencio todos os meus segredos. Tem também a Alaíde, ela é uma pessoa muito prestativa, sabe toda minha vida, sempre me ajuda com o Marco, quando tem reunião no colégio e é ela que vai para mim. A Bernadete também e uma vizinha muito querida, é ela que preenche um pouco do vazio que sinto. É uma pessoa muito agradável de se conviver, todas as tardes ela vem me fazer companhia e para nos distrair jogamos bozó.
Tenho também um amigo, o Sávio cunhado de minha irmã Jorgina, com ele me sinto bem, posso estar triste, quando ele chega fico contente. Ele tem uma capacidade incrível de irradiar alegria.
No começo eu pensava que ele tinha amizade comigo só porque tinha pena de mim. Entretanto vi que não era só comigo que ele agia assim. E com todos, crianças e pessoas de idade, enfim com todo mundo ele age da mesma maneira.
A Leide é prima do Ari, no entanto é como se fosse minha prima também, ela é uma pessoa muito simpática. E com essas pessoas que me sinto bem. Posso passar o dia inteiro com elas que não me canso. Eu acho que é porque eles me tratam bem, fazem com que eu me sinta humana.
A Dona Filhinha também é uma pessoa maravilhosa, está sempre me dando conselho. (Shakespere) aconselhava-nos a “prender nossos amigos a nós com anéis de aço.” Se pudesse eu as prendia a mim.
Rôo 23 fevereiro de 1982
Ás 21,15h nasceu o meu sobrinho. Já estávamos todos ansiosos esperando por ele, por que a mãe dele a “Jorgina” começou a sentir dores às 11h da manhã e só veio nascer ás 21; 15h.
Estávamos eu e o futuro tio e padrinho que é o Sávio e a futura madrinha a Nete e a Lucia jogando bozó para diminuir a tensão, quando de repente escutamos o choro do Jorge Antonio ficamos tão felizes que até esquecemos que estávamos jogando.
E eu mais que depressa, corri para ver a cara do meu sobrinho, não é por ser meu sobrinho, más é um lindo garoto! Foi uma alegria imensa para todos nós. O pai dele então, não coube de tantos contentamentos, por que veio o que ele queria um garotão. Não sei por que, mais geralmente os pais preferem menino. As duas avós assistiram o parto, e ficaram felizes com o lindo neto. Eu como tia coruja foi a primeira a pega-lo.
Imagino o que minha irmã Jorgina se sentiu, porque também sou mãe. E foi o dia mais feliz de minha vida quando o meu filho nasceu. A gente tem uma vida, e quando sabemos que é sangue e carne da gente, então é mais uma razão para vivermos. Por isso eu acho que a mulher só se torna realizada quando é mãe.


O ESPIRITO SANTO VEM ME CAPACITANDO...
Senhor, meu Deus, lhe agradeço por ter preservado minha vida! Hoje sei que Deus tinha um propósito para mim. Já passei por tantos sofrimentos e depois de ter ficado quase trinta anos numa cadeira de rodas e passado por varias aprovações, me vejo hoje uma pessoa feliz e agradeço ao Senhor por poder fazer alguma coisa pelo meu próximo. Louvo e agradeço a Deus por tudo. Hoje sinto a presença Dele constante em minha vida.
Agora entendo melhor a vida e o que diz Jó 12,9-10 “Entre todos esses seres quem não sabe que a mão de Deus fez tudo isso, ele que tem em mãos à alma de tudo o que vive, e o sopro de vida de todos os homens?” Então não podemos duvidar que a vida de todas as criaturas esteja na mão de Deus e é ele quem nos mantém vivos. Nós somos feitas por Deus e para Deus, enquanto não entendermos isso não daremos sentido em nossas vidas.
Deus não salvou minha vida por acaso, eu tinha e tenho muito a melhorar e precisava conhecer sua palavra para edificar-me e dar sentido a minha vida. “É em Cristo que descobrimos quem somos e o propósito de nossa vida. Muito antes de termos ouvido falar de Cristo e de termos erguido nossas esperanças, ele já tinha seus olhos sobre nós; já havia planejado para nós uma vida gloriosa, parte do projeto global que está elaborando para tudo e para todos” Rick Warren.
Ainda bem que o Senhor me deu outra oportunidade para que pudesse fazer parte da sua família. Sei que sua misericórdia é grande e tenho procurado me moldar para ser uma eleita à eternidade. “Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provem de vossos méritos, mas é puro dom de Deus”. (Efésios 2, 8)
O grupo da Pastoral Familiar, foi Senhor Jesus que o colocou em meu caminho, sempre quis ajudar as pessoas, contudo às vezes não sabia como. Tenho sede de saber das coisas de Deus. Na Pastoral estou me realizando, tanto em aprender como ensinar.
Deus através do E o Espírito Santo tem me capacitado para ajudar a coordenar o grupo. Uma coisa que eu me achava incapaz, pois sempre tive muito medo e vergonha e de falar em público, só que sinto que não estou só, o Espírito Santo tem me iluminado e vem me capacitando cada dia.
Com isso eu só tenho a agradecer a Ele por essa graça. Eu estava sentindo incapaz quando me pediram para eu coordenar o grupo, quase entrei em pânico, senti uma responsabilidade muito grande. Obrigado Senhor! Por mais esta graça. Agora sei que isso é obra do Senhor e quero assumir com o maior amor e carinho.
E fazer parte da igreja nos ajuda a crescer e desenvolver espiritualmente, me arrependo de não ter entendido isso há mais tempo. Talvez seja por eu ter perdido tanto tempo que hoje tenho sede que todos entendam isso que de nada adianta se apenas freqüentarmos uma igreja sem ajudar na sua construção. À medida que fazemos a nossa parte estamos cooperando com o crescimento do outro, por que somos os membros e Cristo é a cabeça, se todo o corpo estiver saudável, a igreja desenvolve em harmonia e cheio de amor.
Somos a igreja que é o corpo de Cristo e ele precisa muito de nós. Além de sermos seus membros somos também seus olhos e seu coração. Jesus Cristo precisa de nós para trabalhar por ele.
Deus tem uma função para cada um de nós que se chama “ministério”, e Deus nos beneficia com os talentos para essa missão. Cada um de nós tem um dom diferente para ajudarmos uns aos outros. Somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, por isso temos que dedicar nossa vida em benefício um do outro. Somos igrejas e a igreja é instrumento de Deus aqui na terra.
Assim como diz o escritor Rick Warren em seu livro Uma vida com propósito: “Somos ordenados a amar uns aos outros, a orar uns pelos outros, a incentivar uns aos outros, a admoestar uns aos outros, a saudar uns aos outros, a servir uns aos outros, a ensinar uns aos outros, a aceitar uns aos outros, a honrar uns aos outros, a carregar os fardos uns dos outros, a perdoar uns aos outros, a nos submeter uns aos outros, a ser dedicados uns com os outros, além de muitas outras obrigações mutuas”.
Confiar em Deus completamente significa acreditar que Ele sabe o que é melhor para nossa vida! Agora compreendo que tudo passou em minha vida foi um propósito Deus, sobretudo Ele provou e tem provado a cada instante de minha vida que me ama!
“Não fostes vos que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais frutos, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros”.(João 15, 16-17 ).
E Deus não espera que sejamos perfeitos, mas que sejamos sinceras e perseverantes em nossas ações e orções. Quero e procuro dedicar minha vida inteiramente a Ele. Não importa o quanto me criticam, por passar o tempo todo ligado nas coisas de Deus. Como diz a musica: “Não importa o que vão falar de mim eu quero é Deus.”!
Hoje tenho certeza que Deus tinha um plano para mim. Sempre venho trabalhando com pessoas, coordenei o grupo de deficientes, grupo da terceira idade, ajudei no grupo do Amor Exigente e agora da Pastoral Familiar. Não tenho o dom da palavra, portanto, acredito que tenho jeito para servir e quero servir principalmente ao meu Senhor.
Com a Pastoral Familiar tenho me sentido realizado. E o que gosto de fazer, ajudar pessoas, e na Pastoral Familiar à gente vai de encontro às famílias ou elas vem ao nosso, pedindo ajuda, e quando a gente consegue ajudar uma família é muito gratificante.
Graças a Deus conseguimos um casal para coordenar o grupo. A Elisângela e o Olmir, eles são exemplo de pessoas, talvez por isso que estava demorando, tinha que ser enviado por Deus. E acredito que foi o Espírito Santo quem os escolheu. Obrigado Senhor, por tudo que tem nos dado!


MAIS UM PEQUENO TRECHO DO MEU VELHO DIÁRIO.
Vinte de março de 83
Agora em diante, não quero, não devo e não posso pensar no passado. Quero enterrá-lo e viver o presente. E encarar a vida com mais naturalidade, enfrentando esta cruz que Deus me deu, vejo que não posso fugir dela. Eu sei que é difícil, entretanto tenho que encarar a realidade. Porque estou sempre me martirizando remoendo o passado. E com isso estou me tornando a numa pessoa amarga e uma tanto chata. Meu Deus é preciso tirar esta obsessão da minha cabeça, senão vou acabar ficando louca.
Vinte e seis de abril de 83
Meu velho diário aqui estou eu outra vez há desabafar. E você é o meu único refugio fiel amigo, quando estou deprimida. Quando penso que estou curada desta doença que me tormenta, tudo volta à tona. Eu estava tão animada e disposta e com vontade de viver e enfrentar a vida com mais otimismo. Mas de repente tudo volta a desmoronar. A angustia e a depressão me impede de pensar coisas boas. Preciso e deve mudar, graças a Deus estou percebendo esta mudança para melhor. E espero continuar pensando assim. Tire Senhor qualquer pensamento ruim!
Vinte e oito de abril de 83
Meu Deus! Sei que não adianta pensar neste homem, pensar nele só me deixa deprimida e completamente arrasada e sem forças para continuar a viver, preciso agir, talvez encontrar forças sem lá onde. Sei que Deus está comigo, mas às vezes o sinto tão distante. Deus perdoe-me, por dizer isso, preciso me agarrar a ti.
Até amigas penso que não tenho mais. Ainda bem que não é verdadeiro o que tenho pensado. Porque agora a pouco terminei de ler uma crônica que uma amiga escreveu para mim, ela se chama Aparecida.
Hoje eu estava triste e desabafei com ela. Sempre faço isso, e ela foi muito compreensiva comigo, como das outras vezes, me disse tantas coisas bonitas, no entanto acho que ela pensou que não tinha feito nada por mim, e foi embora voltando logo em seguida com um caderno e pediu que eu lesse o que estava escrito.
Li, fiquei muito emocionada com que ela escreveu, ela dizia:
Gostaria muito de te ajudar e que Jesus Cristo também está sempre pronto a ajudar todos que precisam.
Que eu não pensasse mais em morrer. Porque se Deus não quis que eu morresse, então que eu fizesse a sua vontade.
E pediu para eu ser forte e viver com amor e sem angustia e tristeza. E disse também que Deus basta a si mesmo, mais que Ele preferiu contar comigo.
Quero dizer a minha amiga Cida, que ela me ajudou muito naquele momento de desabafo. Só por ela ter me ouvido, já tinha ajudado.
E ainda mais agora com que me escreveu me incentivou e me confortou com suas palavras maravilhosas, tenho certeza veio de Deus. Nem sei como agradecê-la.
Fique contente minha amiga, você conseguiu me levantar a moral e por que não dizer me fez feliz também.
30 - 11 – 83
MINHA AMIGA CIDA ESCREVEU ESTÁ CRÔNICA BASEADA EM MINHA VIDA.
“Ontem eu poderia dizer: hoje eu você e a felicidade.
E hoje: Eu e a saudade.
Saudade de um passado não muito distante, mas tudo acontecia. Nós nos amávamos de verdade. Puxa! Como era maravilhoso. Eu ouvia os contos dos pássaros, o balançarem das arvores, o sino tocando, enfim tudo era maravilhoso. O nosso amor removia montanhas.
Com o passar do tempo veio um pequenino cravo, esse cravinho foi para preencher aquele vazio que estava dentro de mim e você. Puxa! Como foi maravilhoso saber que este pequenino ser era carne da minha carne e sangue meu e dele.
E nós teríamos que lhe ensinar tudo, andar, falar e até mesmo dizer: mamãe, papai. Eu sentia que tudo ia se encaixando, o mesmo amor, o nosso filho e a nossa vida. Eu não poderia dizer que era um mar de rosas, mas tinha um porque de continuarmos juntos, para o que desse e viesse.
Eu você e nosso pequenino cravo indefeso, nós três juntos formávamos um trio, um trio de amor, de compreensão e de felicidade é o que não faltava dentro de cada um de nós.
Nos sempre brigávamos, mas só naquela hora, depois tudo voltava ao seu normal para recomeçarmos tudo de novo. Nossa vida era um vai e vem sem fim. E isso me fazia crescer, ser mais mulher mais mãe e amada por você”.
VELHO DIÁRIO
13 – 08 – 87
Escrever é a melhor maneira que temos de expressar os nossos sentimentos. Só assim conseguimos nos libertarmos das feras que existem em nós. Desabafando nossas magoas e sentimento ruins que vão ficando e se enraizando dentro da gente. Sinto livre como um pássaro quando estou escrevendo. É como se pudesse andar, minha mente viaja é como se saísse de mim mesma.
20 – 03 – 88
Todos nós se tivermos um sonho, simplesmente temos que lutar por ele. Porque tudo depende de nós. Se alguém tiver um ideal, lute por ele, sem medo. Lute com toda garra, com esperança e muita força de vontade, entretanto, tudo depende de querer. Deus já nos deu a vida, só temos que saber usufruir tudo que Ele nos deixou. Porém nem sempre sabemos aproveitar, eu mesma preciso descobrir com fazer isso.
12 – 04 – 88
Antes me desesperava, sofria e reclamava. No entanto aumentava ainda mais o meu sofrimento, vivia deprimida e não me trazia beneficio algum pelo contrario só me afundava ainda mais. Depois que passei há aceitar-me, recomecei a viver e dar mais valor a vida. E com a graça de Deus hoje estou feliz e modestamente muito bem.
29 – 05 – 88
Sou muito feliz por ter tido um filho como o Marco. Ele é um menino especial, tem um coração imenso e é muito educado. Todos que o conhece gostam dele. Acho que nem posso chamá-lo de menino, já está um belo rapaz e está até dirigindo. Sempre me leva para dar umas voltas ou na casa de alguma amiga e isso me deixa contente, pois nunca saio de casa. Obrigada meu Deus por esse filho maravilhoso que me deste!
06 – 12 – 88
Meu periquitinho verde.
O meu periquitinho verde levantou asas e voou para longe. Fiquei muito triste, no entanto já tem três anos e três meses que ele vive comigo, e eu me apeguei muito a ele. Ele tem sido o meu amigo e companheiro de todas as horas. Passa o dia inteiro comigo.
Ah! Que alivio graças a Deus a Lucia a encontrou numa arvore bem distante daqui. Obrigada Lucia por encontrá-lo. O Marco mais que depressa subiu na arvore e o pegou. E assim que chegou cortamos as asas dele. Que pena! Porque fizemos isso? Tiramos sua liberdade, não temos o direito de fazer isso com meu pequeno periquito. Todos têm o direito de ser livre, sobretudo Deus nos criou todas as criaturas para a liberdade.
Hoje com o que aconteceu lembrei de um outro que tive que infelizmente teve um fim trágico. Este outro também era muito apegado a mim, se eu estivesse deitada ali estava ele, na cabeceira da minha cama mexendo em meus cabelos, fazendo carinho em mim. E também ninguém tinha o direito de chegar perto que ele atacava como se estivesse me protegendo.
Minha mãe sentava na cama apenas para vê-lo brigar com ela, parecia uma criança ciumenta protegendo sua mãe.
Porém um dia eu minha mãe e minha irmã Jorgina estávamos conversando na cozinha e ele estava na janela comendo, e ele estava muito agitado e gritando, no entanto, pensamos que ele estava assim porque estávamos conversando um pouco alto.
Certamente ele já estava vendo um gato do outro lado da janela e nós não tínhamos visto. E de repente e desgraçadamente este gato quase que selvagem pulou pela janela e abocanhou o meu pequenino Kito, e o levou para bem longe a devorá-lo.
Eu chorei desesperada, porém, sem poder fazer nada. Como correr atrás? Eu me senti impotente. A minha mãe e minha irmã ainda foram atrás, mas, infelizmente não puderam fazer nada, o felino já o havia devorado.
Senti profundamente, era como se fosse uma pessoa da minha família, eu havia me acostumado com ele. E assim fiz uma promessa de não me apegar mais em animal nenhum. Agora tenho este, portanto não deixei me apegar tanto quanto ao outro, contudo sei que um dia poderei perdê-lo. Assim como tudo vai, e nada temos definitivamente.
02 – 05 – 89
Hoje fiquei triste pelo meu filho, ele terminou o namoro com sua namorada Vanda. Ela foi o seu primeiro Amor. E como todos sabem o primeiro amor marca muito. E como machuca! Eles tinham se desentendido, porém o Marco achou que era coisa passageira e logo se entenderiam, no entanto ela veio devolver as coisas que ele tinha dado a ela e pegar as que ele lhe deu. Assim ele percebeu que era definitivo e chateado sentou-se na minha cama e contou-me, quase chorando, perguntou:
Mãe será que um dia vou conseguir esquecê-la? E o que estou sentindo, será que vai passar? Mãe está doendo muito.
Conversei muito com ele, e disse que tudo isso iria passar, e que fatos deste tipo é que fazem à gente amadurecer, e que o primeiro amor é assim mesmo.
Rôo -27 – 07 – 91
Hoje foi um dia decisivo na vida do meu filho. Desde o ano passado eu queria que ele fosse estudar em São Paulo, contudo o pai não quis que ele fosse. Agora ele mesmo sentiu necessidade de ir. Por que aqui não consegue estudar, falta aula, uma vez que tem muitos amigos e estes não o deixa em paz. Todos os dias têm uma festa para ir e o estudo fica sempre em segundo plano. Eu sei que vou sofrer sem ele. Mas sei que será para o bem dele. E com a graça de Deus e a intercessão Virgem Maria sua Madrinha, vai dar tudo certo.
Nesta data o Marco foi para São Paulo, passei o dia, angustiada, esperando um telefonema e só à noite ele ligou e dizendo que tinha chegado bem, Graças a Deus. Mesmo assim fico com o coração apertado e já sentindo saudades. Eu sei que vai ser muito difícil me acostumar sem ele aqui. É meu único filho e sou muito apegada a ele. O que mais me alivia é pensar que lá que está o futuro dele.
1-10-83
Dormir como posso dormir se estou tão emocionada!
Porque até que em fim consegui realizar um sonho que eu tinha, graças ao meu bom Deus. Este sonho era ter uma casa. A casa não é minha mesmo, é de minha mãe. E o Ari reformou a mesma juntamente com minha mãe para eu morar. Hoje terminou a reforma e estou muito feliz. Pois era tudo que eu mais queria. Hoje vejo o quanto Deus tem sido bom comigo. E tenho percebido que temos que lutas por aquilo que sonhamos.
Já tem sete anos que não tenho um lugar só meu para morar. Sempre estou na casa de alguém. Ultimamente estava com minha mãe. Porém, casa dos pais só é boa enquanto a estamos solteira, depois que a gente sai só serve para passear.

09 – 11 – 83
Na noite de nove de novembro de oitenta e três, eu tive uma inspiração e escrevi uma peça de teatro para apresentarmos na noite de natal em nossa comunidade. Estou muito ansiosa para que chegue logo o dia, para ver como vai ficar. Se Deus quiser vai dar certo!
PEÇA DE TEATRO QUE ESCREVI
1ª Parte:
Fala da mãe: mãe nervosa arrumando a casa.
A mãe diz: Crianças vão para o colégio!
Os meninos: Mamãe, já vamos.
Mãe: Crianças o seu pai falou quem tirar a melhor nota ganhará um presente.
Mãe: Meu Deus! Tanto serviço, e ainda tenho que arrumar as malas para a viagem.
O pai entra: Oi, tudo bem? Cadê as crianças?
Mãe: Estão para o colégio, Hoje é o ultimo dia de aulas, eles foram buscar os boletins.
Crianças entram correndo, e diz: Pai, mãe eu passei de ano.
Pai: Calma, um de cada vez.
Pai: Deixa-me ver os boletinho
Pai diz: A melhor nota é do Paulo. Então o presente e seu Paulo. E parabéns!
Mãe: Meus filhos vão arrumar suas coisas, nós vamos para casa do tio Miguel.
Paulo: Eu vou andar de cavalo.
Rita: Vou brincar com a Vera.
Kátia: Oba! Eu vou comer manga.
Fernanda: Vou tomar banho no rio.
Fábio: Vou jogar bola com o Pedrinho.
Só que aconteceu um acidente, Paulo estava andando a cavalo e caiu.
Estão todos preocupados, pois não sabem o que ouve.

2ª Parte:
Á volta da viagem. A família reunida.
O pai chega do hospital.
Mãe e filhos: Como está o Paulo?
Pai: Os médicos disseram que ele nunca mais vai andar. Só por um milagre para ele andar novamente.
Todos estão preocupados.
Mãe: Meu Deus! Isso não pode estar acontecendo. O Paulo estava tão feliz.

3º Parte:
Á volta de Paulo para casa.
Paulo sentado na cadeira de rodas.
Rita: Paulo brincar de vídeo game?
Paulo: Sim, quero.
Kátia: Pode me dar isso aí é meu, minha mãe comprou para mim.
Claudia: entra comendo
Paulo: Claudia me da um pedaço.
Claudia: Eu não vou dar não.
Fernanda: Que coisa, esse menino fica só me atrapalhando, sai da frente.
Mãe: Parem com isso.
Rita: Paulo pode deixar eu vou buscar para você.
Mãe: Recebi o décimo terceiro, vai dar de pagar o hospital, vou guardar aqui.
Fabio pega o dinheiro.
Mãe: Meninos quem pegou o dinheiro que guardei aqui?
Fabio: Eu não peguei mãe!
Mãe: Se não aparecer eu vou ter que contar para o pai de vocês.
Fabio: Foi o Paulo que pegou mãe.

5º Parte:
Aparece o Paulo triste.
Rita: Porque você está triste, Paulo?
Paulo: E por causa do dinheiro.
Rita: Eu sei quem pegou o dinheiro, posso contar para o papai que foi o Fabio quem pegou?
Paulo: Não, pode deixar, senão ele vai apanhar.
Aparece o Paulo chorando.
A virgem Maria aparece.
Paulo porque você está chorando?
Paulo: Quem é a senhora?
Virgem: Eu sou a Virgem Maria.
Paulo: Mãe de Jesus Cristo?
Virgem: Sim, sou eu mesma.
Paulo: A Senhora queria saber por que eu estou chorando?
Virgem: Sim, quero.
Paulo: Não é por nada, é só porque eu não posso andar.
Virgem: Eu sei que não é só por isso, eu sei de tudo que se passa na sua casa, e também o que aconteceu hoje, e achei sua atitude muito bonita, você deixou que acusasse você para que seu irmão não apanhasse.
Mas não fique triste, um dia você terá recompensa e todos se orgulharão de você.
Paulo: Nossa Senhora, os médicos disseram que eu nunca mais vou andar.
Virgem: Eu sei que para a medicina você não vai andar, mas através dos poderes de meu filho você andará.

6ºParte:
Paulo: Conta tudo para Rita
Paulo: Eu vi a Nossa Senhora.
Rita: A mãe de Jesus?
Paulo: É verdade.
Rita: Eu acredito em você.
Segundo encontro:
Virgem: Paulo não se preocupe você vai passar no vestibular e também vai ter uma grande surpresa.
Paulo: Qual é surpresa?
Virgem: Aguarde, tenha paciência, no dia certo você saberá. Você já passou por muitas aprovações, tenha calma que o seu dia chegará, e em breve sua família se orgulhará de você.
A família reunida.
Paulo: Estou ansioso para que saia logo o resultado do vestibular.
Rita: Já deve ter saído pela Internet, vou procurar.
Paulo: Será que eu passei?
Rita: Tenha calma Paulo você passou em primeiro lugar. (Rita abraça Paulo).
Paulo: sem perceber se levanta.
Rita: Paulo você está andando!
Mãe: Obrigada meu Deus, foi um milagre.
Rita: Bem que ele me disse, foi a virgem.
Paulo: Obrigado Nossa Senhora por ter intercedido a teu filho por mim. Estou andado e por que acreditei que a Senhora tinha poder junto a seu filho Jesus.
Fim.

Esta peça de teatro que escrevi, alguma coisa foi baseada em minha vida. Porque é o que realmente acontece com as pessoas deficientes. Eu não digo todas, mas a maioria no começo dá muito carinho ao deficiente, às vezes até em excesso. E com o passar do tempo o abandonam.
Há tantos casos de homens que largam suas esposas ou mulheres os seus maridos. Só porque o uma fatalidade os deixou deficientes. Isto faz com que eles se revoltam contra tudo e todos, até mesmo do mundo inteiro. Porque na hora que eles mais precisam de carinho e compreensão, todos os desprezam.
Eles passam a ver as pessoas “normais” como inimigas. Então passam a ter medo de sair de casa e se fecham consigo mesmo. Ficam num mundo só deles. E só quando encontram pessoas boas e dispostas a ajudá-los, que conseguem se recuperarem.
Eu por exemplo, fui uma pessoa privilegiada e abençoada por Deus, encontrei pessoas que me deram à mão. E é com muito orgulho que cito aqui os nomes dessas pessoas maravilhosas. Elas são Maria do Bosco João Klimanchesk, D. Olívia, Elza e Cida, e também Dona Filhinha se falar minha família também. Essas pessoas abençoadas que conseguiu me tirar do casulo em que me encontrava. Quero agradecê-las de coração e dizer que nunca vou esquecer o que fizeram por mim.
Agora quero deixar aqui neste humilde diário um pequeno conselho para as pessoas, que nunca despreze o deficiente nem o trate como se sentisse pena ou dó. Trate-o com carinho e como gente. Porque antes de tudo ele é um ser humano que precisa de carinho e atenção como qualquer outra pessoa.

Dezesseis de novembro de 1983 faleceu uma grande escritora Janete Clair. Foi uma perca muito grande para os assíduos das novelas dela. E esses dias atrás, eu estava ainda brincando. Um dia, quem sabe, eu serei famosa como a Janete Clair! Oh! Quem sou eu, para igualar a uma escritora tão reconhecida quanto ela.

Dia dois de fevereiro de 99 foi à formatura do Marco, como ele estava feliz! E eu não preciso nem dizer, estava radiante. Na colação de grau então, chorei muito, era como se um filme passasse pela minha mente. Fiquei relembrando de toda a vida dele, desde o nascimento até aquele momento.

A TRANSFERENCIA DO FREI DE NOSSA COMUNIDADE...
Frei Leodir infelizmente foi transferido, estamos tristes por isso, só que não podemos nos abater, pois temos compromisso com Cristo e somos seus herdeiros naturais. E é Ele que vai nos manter animado para continuar está nossa missão.
O grupo da Pastoral Familiar vai estar sempre lembrando que o Espírito Santo através do Frei Leodir quem nos despertou e ensinou a levar Cristo aos nossos irmãos.
Obrigada Frei, por nos deixar uma herança tão rica como esta somente Deus pode lhe pagar por tudo que fez por nossa comunidade. E como seus herdeiros, prometemos e queremos continuar sempre em busca do reino de Deus!
O ultimo dia do ano de dois mil e cinco, frei Leodir fez sua a ultima celebração aqui na em nossa comunidade, fizemos sua despedida com tristeza por saber que não mais o teríamos nas outras celebrações. Mas, também sabemos que ele tem sua missão para cumprir. E como bom Pastor ele cumpriu sua obrigação aqui nessa comunidade e plantou a sementinha do amor, agora só temos que cultivá-las para dar bons frutos.
Domingo dia do Senhor, acordei às cinco da manhã para assistir a missa do padre Marcelo, estava linda. A primeira leitura me chamou atenção, sobre o chamado de Samuel. Nós também temos que escutar o chamado de Deus. Eu tenho sentido isso na minha vida e tento passar para a minha comunidade. Estou tentando fazer o melhor que posso.
Sinto necessidade de fazer mais. Peço a Deus que este ano Ele me capacite cada vez mais, para que eu possa ajudar cada vez melhor.
Conversando com minha prima Vanessa que é filha do primo Hermes do qual já citei no começo da escrita, que por sinal é um amor de pessoa. Ela estava me dando umas aulas de computação. E têm me passado muitas dicas. Estou como uma criança cada dia aprendo uma coisas e fico feliz por isso.
E com ela descobri que se eu estivesse trabalhando com computador a, mas tempo eu teria desenvolvido a coordenação motora de minha mão com mais facilidade. Quisera a Deus eu tivesse descoberto isso há mais tempo.
Se assim que sofri o acidente, eu estivesse usando o computador com certeza eu estaria bem melhor até o raciocínio percebi que desenvolveu mais. E através dele tenho conseguido colocar minhas idéias com mais facilidade. E por isso também me ajudou a digitar o meu livro e meus trabalhos e até os da comunidade. Fico imaginando quantas escritas eu teria feito! Mas nunca é tarde quem sabe ainda consigo alguma coisa.

DESPERTANDO PARA DEUS...
Um dos meus sobrinhos esteve aqui em casa e estivemos conversando sobre religião. Eu senti que ele está interessado e com sede de saber das coisas Deus. Fiquei muito feliz, isso é maravilhoso, quando percebemos que tem alguém com sede de saber as coisas de Deus.
Estou me sentindo na obrigação de passar o pouco que sei para ele. Sobretudo esse é o nosso dever como cristão. E faço isso com maior prazer. Tenho passado mensagem para ele desperte ainda mais, e também tenho dado umas dicas para ele ir procurando na bíblia. Pois é nela que está à verdade. Tenho rezado por ele, para que o Espírito Santo venha tocá-lo. Tenho certeza que isso já está acontecendo.
O meu irmão Salvino também, esta começando a despertar, Senhor que bom à gente ver as pessoas, principalmente as que amamos se despertar para Deus. Nós católicos somos balizados desde pequeno, mas infelizmente não temos o hábito de ler a Bíblia.
E as pessoas por ficarem afastados da família e da igreja, eles acabam ficando um pouco ateu. O Salvino disse que lê muito livro Espírita, e estava meio envolvido com isso, eu e a Jorgina tentamos mostrar para ele que o espiritismo Deus não aprova. E que ele tem que se apegar ao Nosso Senhor Jesus Cristo e ler mais a Bíblia porque é nela que esta a verdade e não na doutrina Espírita. Percebi que ele ficou um pouco pensativo, espero e rogo a Deus que tenha entendido.
Graças a Deus que os meninos da irmã Jorgina estão bem envolvidos com a igreja, tenho certeza que logo eles estarão completamente convertidos. Tenho fé que logo a Família inteira estará inteiramente nos caminhos do Senhor. Obrigada meu Deus por isso estar acontecendo!
No ano passado em fevereiro de 2005, Jorge e a Fernanda foram ao acampamento de jovem da RCC (Renovação Carismática Católica), e voltaram renovados, foi uma benção.
Escrevi uma cartinha para ele.
Estou muito feliz, Jorge, por você ter aceitado fazer parte deste retiro, pois isso é um chamado de Deus. E Ele tem muitas coisas reservadas para nós. Estarei sempre orando por você, para que enriqueça em Amor, Caridade, Compreensão e Critérios para que possais discernir o que é melhor para você e continuar perseverante nos cominhos de Jesus Cristo.
Tenho certeza que você será capacitado por Deus de toda inteligência e haverá de guardar em seu coração e pensamento o Cristo Vivo. Pois tudo que aprender e ouvir colocará em prática, e o Deus da paz estará contigo!
Anunciar o Evangelho não é gloria; é uma obrigação de todos nós. Medite: ( l Cor 9,16 ).”Anunciar o Evangelho não é gloria para mim; é uma obrigação que se me impõe. Aí de mim, se eu não anunciar o Evangelho!”
Jorge, Poe sua confiança em Deus, de ouvidos e acolha as palavras de sabedoria, espera com paciência que sua misericórdia vos será fonte de alegria. Ele é protetor de todos os que verdadeiramente o buscam.
“Todo aquele que está em Cristo é uma Nova Criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo”! II Cor ( 5,17 ). Eu tenho certeza que você hoje é esta Nova Criatura, pois você se abriu para Cristo!
Jorge, você é uma benção em nossa vida!
De sua madrinha que lhe quer muito bem!
Plá

Esses dias estamos ajudando na Campanha da Fraternidade de 2006, o tema é “Levante-te, vem para o meio”! Estou gostando muito, pois eu preciso ocupar minha mente e isso me faz bem. E, além disso, o tema fala do meu problema, que além de me ajudar sinto que posso ajudar os outros também. Uma vez que deficiência não está apenas em quem tem um problema físico, mas no ser humano. Somos perfeitos por sermos filhos de Deus, mas temos nossas imperfeições e limitações. Cada ser humano tem a sua limitação. Aprendi muito com tudo isso.
“A campanha da Fraternidade de 2006 quer estender os braços para toda pessoa com qualquer tipo de deficiência. Na verdade, muitos e muitas de nós têm algum tipo deficiência. Principalmente, em períodos de doença ou na velhice, todos nós ficamos com algum tipo de deficiência”.
“A Igreja, nascida dos ensinamentos e da vida de Jesus, é uma comunidade voltada para os mais pobres e necessitada. Jesus está presente onde se constrói seu Reino de amor, justiça e paz.” “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí no meio deles” ( Mt 18,20).
Quando trazemos para o nosso meio pessoas excluídas e discriminadas, estamos trazendo o mesmo Jesus que disse: “tudo que fizer ao menor de meus irmãos foi a mim que o fizeram”.
Esta Campanha da Fraternidade quer conhecer bem a realidade das pessoas com deficiência e refletir sobre sua situação. Quer fazer isto sob a luz da Palavra de Deus. Queremos estender nossos laços de fraternidade e solidariedade com pessoas excluídas de nossa sociedade. Queremos nos unir a estas pessoas promovendo e defendendo seus direitos de viver com dignidade. (Livro da CF 2006)

Neste sábado fizemos o encerramento da Campanha da Fraternidade, foi ótimo! Os catequistas fizeram apresentações com as crianças, apresentaram também uma dinâmica e por fim tivemos também o testemunho do meu amigo Wanderley que é deficiente visual que falou como ser deficiente, que não é bom, mas que também não é o fim. Se tivermos Deus conosco tudo se torna mais fácil.
Eu escrevi o meu testemunho, como ainda não consegui me libertar do medo de falar em publico não me arrisquei, apenas agradeci as pessoas que vieram. Assim pedi para a Marta ler para mim, apenas consegui agradecer as pessoas que vieram e também ao Wanderlei por ter vindo nos ajudar na Campanha com seu lindo testemunho de vida. Uma vez que ele voltou a estudar e conseguir vencer mesmo sem a visão, e fez uma faculdade e hoje ele é um ótimo professor de Historia na Universidade Federal de Mato Grosso e da aula em Rondonópolis.
Ele é um exemplo de ser humano para todos nós. Como ele disse nenhum dos irmãos dele tem faculdade. E ele apesar da sua deficiência e com muito sacrifício conseguiu.

O Marco foi muito prestativo, falou que viu a força que o grupo tem em um dia que ele foi me levar em uma reunião na casa da Dona Santa. Disse que viu tanta gente a pé e todas animadas e ficou pensando que poder é esse que consegue reunir e tantas pessoas assim? E disse:
- Fico contente em saber que minha mãe está à frente de um grupo assim. E vejo o poder desse grupo de fazer com que todos se envolvem com dedicação e principalmente muito amor.
Tenho certeza que é obra do Espírito Santo.
Todos estavam felizes. Só de ver as pessoas reunidas isso já é uma grande vitória de Deus em nossas vidas, Pois é o objetivo da Pastoral reunir as famílias. E acho eu, que estamos conseguindo. Queremos e vamos fazer muito mais, com a ajuda de Deus e Nossa Senhora do nosso lado. Se nós plantarmos coisas boas vamos colher coisas boas também.

NÃO QUERO PERDER TEMPO...
Meu Deus! Perdão por perder tanto tempo sem conhecer direito seu filho Jesus Cristo! Confesso que era uma católica muito relaxada. Apenas participava da missa e mal entendia o que estava celebrando. Saia de lá vazia tal qual entrei.
Hoje não quero perder tempo, tenho cede de saber e necessidade de passar para os outros que ainda não descobriram Jesus. Ele é minha maior alegria! E quero dividir ela com todos, pois Jesus é nosso único caminho de Salvação.
Capacite-me Senhor Jesus, para que eu possa cada vez mais levar pessoas para ti. Demorei muito para perceber que Cristo vive no meio de nós. Eu o via muito distante. Sinto-me como um vaso que passou por uma restauração ou como uma pedra que foi sendo lapidada.
Relendo o meu diário percebo quanto mudei, eu era uma pessoa rancorosa, sentia muito ódio até de mim mesma. Graças a Deus sinto-me praticamente curada. Jesus tem este poder de curar as feridas e nos libertar de todos nossos defeitos. Só que para isso temos que lutar dia a dia. Ainda estou lutando para melhorar ainda mais.
Preciso e quero ser uma seguidora de Jesus Cristo, fazer como Ele fazia orar se estiver feliz ou triste, não importa. Orar sempre. Se Ele assim o fazia, imagine a nós. Qual a nossa maior necessidade?
Hoje vinte e um de junho quarta-feira de 2006, convidei o meu filho Marco e sua namorada Lidiany para irmos ao grupo de oração da Igreja Matriz, e para minha surpresa eles aceitaram.
No caminho da igreja ele disse que hoje era o primeiro dia do resto da vida dele, que era como se ele tivesse no útero, estava se preparando para nascer para Deus. Por que ele vai fazer trinta e três anos e que essa é idade de Cristo e havia percebido que precisava viver mais para Deus. E que ele queria viver diferente, dedicar sua para as coisas do alto. Eu falei amém e considerei isto foi uma profecia.
E para completar a minha alegria quando terminou a oração Lidyane também disse que gostou da oração e falou que tudo que a mulher que estava falando na pregação foi como se tivesse falado direto para ela. E que ela sentiu que precisava orar mais. Senhor como Tu és bom! Obrigada por essa benção! Como eu sempre digo: “sonho com Deus se torna realidade”.
Há tempo que não os chamavam mais para irem a Igreja, só vinha orando por eles e sabia que este dia ia chegar. Como diz em Eclesiastes três, para tudo há um tempo. Acho não, tenho certeza que o tempo dele chegou.
O evangelho de hoje foi Lucas 8, 16-18 fala sobre a lâmpada acesa.
“Ninguém acende uma lâmpada e a cobre com um vaso ou a põe debaixo da cama; mas a põe sobre um castiçal, para iluminar os que entram. Porque não há coisa oculta que não acabe por se manifestar, nem secreta que não venha a ser descoberta. Vede, pois, como é que será dado; e ao que não tiver, até aquilo que julga ter lhe será tirado.”
Deus quer nos dizer, que Ele é luz para o mundo e nós como fomos feito sua imagem e semelhança temos que ser luz também uns para os outros. Se não fizermos isso essa luz nos será tirada. E isso que temos que ser para nosso irmão, mostrar o caminho certo a seguir. E também nada nesse mundo fica oculto, se fizermos algo achando que vai ficar encoberto estamos enganados.
Senhor nos ajuda ser luz para o nosso irmão.

SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA...
Estamos na semana da Nacional da Família, e nossa comunidade programou uma semana de palestras e celebrações.
Na segunda-feira tivemos celebração com frei Valtei que falou sobre a educação dos filhos foi muito bom. Ele tem o dom de pregar e é muito carismático. E prega com muita autoridade. Que Jesus abençoe que o capacite cada vez mais.
E seu José Zelito ministro de eucaristia deu seu testemunho como pai de família. E na terça-feira foi uma palestra com o Romão coordenador da RCC (Renovação Carismática Católica) que falou sobre a família nos dias de hoje.
Que o sentido da vida da família de hoje é a televisão e o consumismo, só valorizam o “ter” e nunca o “ser”. Ele tentou mostrar que o nosso sentido é Deus em tudo. Visto como só existimos por que Deus nos criou e tudo que somos ou temos o sentido sempre é e será sempre Deus.
Hoje infelizmente as pessoas dão sentindo em coisas materiais e esquecem de Deus. E isso é uma pena! A gente tenta levar benção para as pessoas, no entanto nem sempre elas querem receber.
Palestras como essas que aconteceram na nesta semana era para a igreja estar lotada, infelizmente poucas pessoas entendem isso. Às vezes ficamos tristes com vontade desistir, só que não podemos pensar nisso, se uma só pessoa despertar já valeu a pena o nosso trabalho.
Na quarta-feira foi a Jorgina minha irmã, falou sobre a presença de Deus na Família e o dialogo familiar, eu estava um pouco preocupada, uma vez que é a primeira pregação dela, entretanto ela se deixou conduzir pelo o Espírito Santo e Ele a capacitou para que ocorresse tudo bem. Eu sempre disse que ela tinha o dom da palavra e tinha que usar para evangelizar.
E agora que estamos coordenando a Semana Nacional da Família, pedi a ela que preparasse uma pregação para um dia da semana e ela toda animada passou a se preparar.
Ela fez acampamento de oração para Jovens dias atrás e ainda está com o fogo do Espírito Santo que a deixou muito mais preparada. E assim ela fez a palestra, e foi maravilhoso! Todos que estavam lá gostaram. Espero que ela continue pregando, pois se entrarmos no barco, não podemos deixar de remar, senão afunda.
Só senti por não ter indo mais pessoas. Eu me senti realizada, ha tempo que esperava vê-la pregar, mas como tudo tem sua hora. Obrigado Senhor! Por ter dado tudo certo!
Na quinta-feira tivemos uma palestra com a Doutora Divina Delegada da Mulher, a Dona Julia mãe dela esteve aqui em casa e pedi para ele perguntar a ela se podia nos dar uma palestra sobre a violência no lar.
Ela foi muito gentil e se prontificou dizendo que tinha coisas novas para passar para a população. Assim ela nos falou sobre a Lei Maria da Penha que foi criado, que é sobre os direitos da Mulher. E será vigorada no dia vinte e dois de setembro de 2006
A Doutora Divina nos informou que a lei ficou um pouco pesada, todavia, de certa forma é bom, o homem que ameaça ou espanca mulher agora vai para a cadeia publica. Ela disse que em um minuto quatro mulheres são espancadas no Brasil. Não só as mulheres, mas também crianças.
Com essa lei, muitos homens vão pensar um pouco mais antes de tomar uma atitude covarde dessa. No entanto a pessoa que anda direito não há o que temer.
Já na sexta-feira foi à dona Judi, ela nos falou sobre a violência e as drogas nos dias de hoje. Que em quase toda família brasileira hoje em dia tem um viciado em bebida ou drogas. Como ela também é ministra de eucaristia terminou com o santíssimo exposto para adorarmos e nos deu a comunhão.
A Semana da Família encerrou no sábado com a missa e os jovens apresentaram uma peça que conseguimos através do grupo RCC (Renovação Carismática Católica), fala sobre a família e o drama que vive hoje, que são os vícios da bebida e da droga.
Os jovens representaram muito bem, todos ficaram emocionados. Retratou muito bem a realidade de nossas famílias nos dias de hoje.
Fico preocupada com o que esta acontecendo com nossas famílias. Agora a pouco esteve uma amiga minha veio pedir ajuda para a mulher de seu neto, que está para ganhar nenê e ela tem apenas treze anos de idade. A criança está atravessada na barriga e a menina tem útero infantil e não tem como o bebe nascer. Imaginem criança parindo outra criança. Isso é de ter pena. O medico a mandou para Cuiabá e os pais não têm condições financeiras para costear as passagens e muito menos sustentar uma família.
Eu fico preocupada e até um pouco indignada, porque fazemos palestras para levar conhecimento para os pais e ninguém aparece. Eles não dão importância. Só se preocupam quando aparece às conseqüências, aí eles vêm pedir ajuda. No entanto às vezes é um pouco tarde.
Isso poderia ser evitado, se os pais tivessem um pouco mais de conhecimento, ou procurassem se informar melhor e não deixassem seus filhos ainda criança ter um relacionamento sexual, pois disseram que eles já estão juntos ha dois anos, isso quer dizer que aos onze anos eles já tinham relacionamento ativo, eu acho tudo isso um absurdo.
Talvez eu seja um pouco antiquada, mas acho que os pais de hoje estão deixando seus filhos, muito à vontade. Não ensina o que é certo e o que é errado. Tudo pode e tudo é permitido. Depois todos sofrem com as conseqüências.
Oh, Senhor tenha misericórdia do nosso povo! Por percebemos que a maioria não leva a serio os seus ensinamentos. O que possamos fazer para que essas pessoas abram à mente? Às vezes fico decepcionada comigo mesma, por não conseguir levar Cristo para todas as pessoas como gostaria de levar.
Sinto impotente e às vezes sem forças. Se mais pessoas se unissem a nós, talvez pudéssemos ajudar mais famílias e talvez evitar esse tipo de coisa ou pelo menos amenizar um pouco. Gostaria de poder ir nesses lugares onde tem pessoas sem conhecimento para instruí-las para que isso não viesse acontecer. Meu Deus! O que podemos fazer para evitar tudo isso?
Imagino que deve ter sido difícil para Cristo, orientar tanta gente. E coloca-los no caminho certo. Oh! Espírito Santo dái-me conhecimento e capacita-me para que eu possa ajudar os mais necessitados e os que estão precisando de Ti Senhor!
Gostaria de ter a sabedoria de Salomão a perseverança de Moises a paciência de Jó a fidelidade de Davi
Tenho sede Senhor, de saber mais sobre Ti para poder passar a aqueles que ainda não lhe conhecem. Como eu gostaria de ter o dom da palavra para poder proclamá-la para os quatro cantos do mundo.
Estou fazendo o curso de pregação, tenho tentado aprender pregar, mais infelizmente ainda não consegui. Embora essa palavra “não consigo”, não está em meu vocabulário. Sei que com meu testemunho de vida eu levo pessoas para Deus, mas eu queria muito mais.
Esse é mais um dos motivos pelo qual estou tentando escrever este livro. Mostrar que todos podem fazer alguma coisa, só depende de quer. E eu quero e preciso fazer mais.
Acho que por eu ter tido uma lesão cerebral tenho esse bloqueio, quando vou falar para muitas pessoas minha voz some e minhas idéias ficam desordenadas não consigo falar nada, senão chorar. E também fiquei com problema na dicção.
Isso me deixa deprimida e angustiada, pois gostaria de anunciar o evangelho como Jesus disse “Ide, fazei que todas as nações se tornem discípulos batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28.19,20).
Mas quero me fortalecer cada fez mais e pedir a Jesus que me capacite para que eu possa levar sua palavra mesmo não sabendo falar direito. Fazer como Moises, ter alguém para falar por mim. Assim como ele usava seu irmão quero usar deste livro para levar conhecimento a todos aqueles que precisam.
Por isso também tenho lutado para que o Marco seja um pregador, para que juntos possamos fazer muitas coisas pelo o Reino de Deus. Sei que um dia ele vai despertar e acolher o chamado de Deus e impulsionado pelo amor de Cristo vai a anunciar por todas as partes as maravilhas que Jesus fez e continua fazendo pelo do mundo inteiro.
Arrependo-me de não ter estudado mais e não ter tido mais conhecimento das coisas de minha igreja Católica Apostólica Romana. Pois a doutrina da nossa igreja é muito rica. Hoje tenho procurado me informar melhor. E descobri que como cristã tenho o dever de anunciar o evangelho. “Orai também por mim, para que me seja dado anunciar corajosamente o mistério do Evangelho do qual eu sou embaixador, prisioneiro. E que com desassombro, como é o meu dever” (Fl 6,19).
Vejo que as pessoas têm muita dificuldade de entender as coisas de Deus, só depois que lhes acontecem algo de anormal que muitos passam a dar valor a Cristo. E uma pena que seja assim, quantas coisas boas eles estão perdendo. Jesus é nossa fonte de saber nossa razão de ser e nossa única Salvação.
As pessoas ficam apegadas às coisas visíveis e nas coisas mundanas e esquece a principal que é Jesus Cristo. O homem facilmente se apega às coisas mundanas e a falsas realidades. E prefere viver iludido pelas coisas do mundo a ir à busca da verdade que é Cristo. Ninguém quer sacrifico, estamos acostumados, as coisas fáceis e com efeito imediato e também do controle remoto. E não damos muita importância ao “ser” e sim ao “ter”.
Sinto que nossa igreja ainda deixa muita a desejar no ensino religioso. Temos que procurar ensinar melhores os nossos filhos e catequizando, saber passar melhor amor puro e verdadeiro de Jesus Cristo. Falo isso por mim, sei que não soube passar como deveria ser para o meu filho assim como os meus pais não souberam passar também para nós.
Deus nos chama todos os momentos para a conversão e para a unidade de nossas famílias. O que fazer para que eles despertem? Ajude-nos Senhor a encontrar uma solução.

PADRE LÉO UM GRANDE PREGADOR.
Hoje tive a confirmação de um milagre, que e ver o PE Léo de volta na televisão. Oh! Senhor como tu és maravilhoso, por nos conceder essa graça. Pois o PE Léo é um homem de Deus e tem levado muitas pessoas para o Senhor com seu jeito de ser e a maneira alegre de pregar o Evangelho.
O Brasil inteiro rezou pela sua recuperação. Ele está sendo considerado o melhor pregador da Canção Nova e talvez do Brasil. É muito ungido pelo o Espírito Santo e prega com sabedoria e muita autoridade.
Quando eu e minha irmã Jorgina o vimos pela a televisão ficamos emocionadas. Uma vez que ele esta tendo uma luta muito grande contra o câncer. Mas, com a graças a Deus ele esta conseguindo vencer esta batalha. Esperamos em Ti Senhor, para que ele se restabeleça totalmente, para continuar sua missão de evangelizador.
Nessa sexta-feira dia oito de dezembro de dois mil e seis começou o Hosana Brasil na Canção Nova. E um acontecimento lindo! Eles comemoram as Vitórias de Jesus Cristo em nossas vidas. Quem não pode ir até lá assiste pela televisão. E eu sou um delas e não perco nada.
Uma das vitórias que todos celebráramos foi à recuperação do padre Léo. Nossa! Como a gente vê a presença de Deus vivo nas pessoas como o padre Léo, mesmo doente, quase sem poder andar, marcou sua presença no Hosana Brasil dando o seu testemunho.
Todos ficaram admirados e emocionados com sua força, que tenho certeza não era dele e sim de Deus. Pois quanto mais fraco estamos mais o Espírito Santos agi em nós. Todos que estavam presentes sentiram a fortaleza e a presença de Deus nele.
Quando terminou a pregação ele disse que pensou que não seria capaz de pregar sentado. Em seguida disse que na hora que ele estava pregando lembrou que Jesus quando reunia o povo para falar ou realizar curas a maioria das vezes ele estava sentado. Então teve mais coragem para falar e ainda fim conseguiu cantar. O povo ficou extremamente encantado com sua garra, todos chorando oraram por ele. E eu aqui em casa chorei muito e pedi a Deus também que lhe de mais uma chance, contudo ele tem muita coisa para fazer ainda.
Tenho certeza Jesus usou daquela multidão para currá-lo naquele momento, sobretudo Padre Léo é um homem de muita fé. Acredito e confio plenamente nos poderes de Deus Pai e Nosso Senhor Jesus Cristo e pela interseção de Nossa Senhora que logo teremos noticias da cura dele.
Agora a pouco fique sabendo da morte do padre Léo, é uma pena, ele vai nos fazer muita falta, mais como ele disse estamos aqui de passagem que o nosso lugar é o céu. E ele simplesmente mudou para o andar do alto. E fica para nós a certeza que para Deus ele está curado.
Jesus quer nossa pequenez, nossa santidade, por isso sejamos santos e procuremos fazer o bem a todos mesmo àqueles que não nos amam.
Há tempo tenho pensado em escrever sobre a segunda vinda de Jesus. E por providencia de Deus sonhei com o fim do mundo nesta noite. Foi bem parecido com o que diz no evangelho.
Era dia e na mesma hora transformou-se em noite e começou uma tempestade violenta com chuva de granizo e relâmpagos. E como se o mundo estivesse desabando, tudo sendo destruído. Foi horrível! As pessoas apavoradas gritando.
Havia angustia e todos horrorizados e perplexos. Era gente correndo por todo lado, uns indo e outros vindo. Outros ficavam sentados na frente de suas casas sem nada fazer, como se nada estivessem acontecendo. Eu estava desesperada correndo nas ruas a procura do Marco que era pequeno ainda e de minha família também.
Posteriormente a escuridão veio uma claridade e o céu se abriu e os raios formavam anjos tocando trombetas anunciando a vinda de Jesus, Nossa! Era como se eu realmente estivesse vivendo tudo àquilo, era muito real! E logo tudo foi se acalmando e se transformando em um Éden infinitamente belo e uma paz serena reinava naquele lugar. As pessoas estavam felizes e nada as incomodavam. Foi deslumbrante estar naquele lugar! Imaginem viver assim. Fiquei fascinada e radiante diante de tanta beleza e disse:
- Aqui é um verdadeiro Paraíso! Acordei dizendo isso.
O meu sonho foi muito real e fiquei imaginando que será mais ou menos assim como o meu sonho, quando Jesus voltar uns estarão preocupados, outros não estão nem aí com que está acontecendo ou que com está por vir há acontecer.
Muitos não estão dando muita importância para as coisas do alto, outros não acreditam ou não tem conhecimento.
Senhor talvez eu esteja preocupando demais com tudo, ou as pessoas que não estão percebendo a gravidade do que pode acontecer. Se Jesus disse que virá então temos que nos preparar. Contudo na Bíblia diz para vigiarmos sempre.
“Vigiai, pois, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor. Sabei que se o pai de família soubesse em que hora da noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria arrombar a sua casa. Por isso, estai também vós preparados porque o Filho do homem virá numa hora em que menos pensardes”. (Mt 24,42-44).
Portanto meu irmão está bem claro que temos que estarmos atentos, pois não sabemos a hora nem o dia que Jesus virá. Vamos nos preparar, vamos limpar o nosso coração tirando as magoas rancores e ressentimentos. E ajudar o nosso vizinho, dar pão a quem tem fome e levar a palavra a quem tem sede de Deus.
Quantas pessoas precisam apenas de uma palavra de incentivo para despertar. E nós como cristão temos o dever de alertar e anunciar sua vinda. Vem Senhor Jesus! Resgatar-nos e nos tirar de nosso egoísmo e de nosso comodismo. Compadeça de nós com o seu poder e sua misericórdia. Sei Senhor Jesus, que com seu preciossíssimo sangue que derramaste na cruz por nós vai nos salvar. Só Jesus tem o poder e a graça de nos libertar de tudo que nos prendem. O mundo tem que saber que Jesus Cristo ressuscitou. Precisamos e temos nos preparar para a vida eterna.
Nós estamos aqui na terra apenas por uns tempos, por que é para eternidade que fomos feitos. Quando procuramos a viver mais as coisas de Deus, nossos valores mudam, ficamos mais exigentes com os outros e até conosco mesmo. Passamos a nos preocuparmos menos e aproveitar mais o tempo e dar mais sabor as pequenas coisas que antes não dávamos.
Passamos a dar mais valor em nossas amizades enfim nas pessoas e as coisas supérfluas vão perdendo o sentido. Se refletirmos bem sobre nossa existência aqui na terra vamos entender porque nunca somos totalmente felizes, Deus nos fez para Ele por isso o nosso lugar é o céu a eternidade. Estamos de passagem neste mundo! Somos peregrinos nesta terra! "Peregrino sou na terra." (Salmo 118,19).
Se assim não fosse Jesus não teria dito a Pedro: “Não perturbe o vosso coração. Credes em Deus crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também" (João 14.2,3).
A maioria das pessoas pensa na morte somente quando more alguém ou quando vão a um velório, e não deveria ser assim, por que a morte é inevitável. Pois é a única certeza absoluta que temos é que um dia iremos morrer. Por isso temos que nos preparar melhor para esse encontro com Deus.
“Se você possui um relacionamento com Deus por meio de Jesus Cristo, não é preciso temer a morte”. Assim disse: (Rick Warren). Porque é através da morte que encontramos a vida eterna. A bíblia nos diz: “Que ao desfazer a tenda que habitamos neste mundo, recebemos uma casa preparada por Deus e não por mãos humanas, uma habitação eterna no céu”. ( 2Cor 5,1)
Senhor, talvez eu esteja preocupando demais com tudo, ou seja, as pessoas que não estão dando muita importância para as coisas do alto, contudo na Bíblia diz para vigiarmos sempre.
“Vigiai, pois, porque não sabeis à hora em que virá o Senhor. Sabei que se o pai de família soubesse em que hora da noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria arrombar a sua casa. Por isso, estai também vós preparados porque o Filho do homem virá numa hora em que menos pensardes”. (Mt 24,42-44)
Estive pensando em escrever sobre a segunda vinda de Jesus Cristo, no entanto me detive. Passei a imaginar que poderia causar polemica, e eu não estaria preparada para enfrentar este assunto tão serio. Então peço ao Senhor que me capacite para que eu possa falar e fazer que as pessoas entendam que Ele virá um dia, só não sabemos quando nem a hora.
Mas, como Jesus é maravilhoso, um tempo depois vi o deputado Miguel Martini um homem de Deus na Canção Nova falando sobre o livro que escrevera. O titulo: “A segunda vinda de Cristo”. Em seguida comprei e é tudo aquilo que gostaria de ter escrito. Por isso recomendo que leiam é fantástico. E um verdadeiro despertar para nós cristão que não estamos acostumados a ler a Bíblia.
O Senhor escolheu João Batista para preparar os seus caminhos: “Eu sou a voz daquele que clama no deserto”: “Endireitai o caminho do Senhor” (João 1, 23). E agora na sua segunda e ultima vinda, nosso Senhor escolheu sua igreja para anunciar e preparar seu povo, eu quero e tento ser uma destas vozes que clama e gostaria que mais pessoas se unissem a nós para levar a Boa Nova a todos que precisarem.
Assim como disse Paulo de Tarso estamos aqui neste mundo como “embaixadores” e sendo assim precisamos cumprir nossa missão. E cada um de nós tem uma linda missão e ser desvendada e a ser cumprida aqui na terra!
Eu quero desvendar a minha, talvez seja estudando e lendo tudo sobre a vida de Jesus Cristo por quem estou perdidamente apaixonada por Ele. E cada vez mais me deparo com trecho da bíblia que me deixa ainda mais envolvida e querendo saber tudo sobre este Homem Fascinante que horas chego a duvidar, outras aumentam ainda mais a minha fé.
Agora lendo um livro do Augusto Cury “O Mestre dos Mestres” ele fez uma analise da inteligência Jesus Cristo, achei “Fantástico” assim como ele disse: “um projeto espetacular”. “Jesus Cristo foi real ou fruto da imaginação de alguns galileus?” A analise que ele fez foi maravilhosa gostaria que este livro chegasse a conhecimento de muitos que não conhece direito a vida de Cristo.
O psicólogo Augusto Cury disse que estudar a mente de Jesus Cristo é incomparavelmente mais complexo do que estudar a mente de qualquer pensador da psicologia e da filosofia. Ele escreveu cinco livros para tentar explicar as varias facetas de Cristo e descobriu que Jesus é o Mestre dos Mestres, o maior educador da historia humana. E disse também que Jesus Cristo conseguiu atingir com delicadeza, sabedoria e perspicácia as regiões mais profundas do inconsciente de seus complicados discípulos.
O autor ainda revela que investigar Jesus Cristo a vez descobrir a sua pequenez e dessecou suas mazelas psíquicas. E este livro ainda nos leva a ler os evangelhos com mais atenção e analisando o jeito deste Divino e humano que deu sua vida para Salvar quem os assassinaram. Então por que não ler a Bíblia para conhecê-lo melhor?
Eu tenho aprendido muito com Jesus Cristo como a usar as minhas dores para fazer ou criar alguma coisa. Preciso me interiorizar e lapidar a minha alma, para que eu possa chegar diante o meu senhor e me sentir digna de morar com ele no paraíso.
Dia 17 de Junho de 2007 a nossa comunidade São Francisco também saiu em missão, estávamos em vinte e oito pessoas, eu mesmo nesta cadeira não fiquei de fora.
Estávamos todos apreensivos e ansiosos e até um pouco de medo sem saber o que íamos encontrar pela frente, mas graças a Deus deu tudo certo, retornamos todos mais confiantes, porém, sabendo que ainda temos muita que aprender e também muitas coisas para serem feitas.
Esses dias atrás estive sem inspiração para escrever, parecia que estava seca por dentro, parei um pouco e tive uma conversa com Jesus pedi a Ele que me mandasse o seu Espírito Santo para me dar numa luz, porque eu precisava terminar esse livro. Agradeci e aguardei.
À noite ao deitar-me lembrei de um livro de Padre Léo que tenho na minha cabaceira “O Espírito sopra onde quer” qual foi à surpresa, logo em seguida foi me aflorando às idéias em minha mente e recomecei a escrever tudo por obra do Senhor Nosso Deus. Assim aconteceu com o outro livro que escrevi para criança: “Aninha e o Peixe Dourado” quando comecei a escrevê-lo pedi ao Espírito Santo que me ajudasse a escrever um livro voltado ao publico juvenil com poucos meses a idéia estava digitada, depois com a ajuda do Marco foi colocando-o em ordem.
Se todas as pessoas tivessem oportunidade de escrever um livro sobre suas vidas seria ótimo, pois assim colocariam seus sofrimentos e decepções. E assim saberiam quanto são felizes e veriam que alcançaram muito mais bênção do que sofrimentos.
Às vezes temos tudo e não damos valor. E a partir do momento que perdemos tudo aquilo que achávamos que era essencial em nossas vidas, e que percebemos que tudo isso não bastava para nossa felicidade. Às vezes “temos que descobrir as cicatrizes da alma” como diz o padre Fabio. Só assim saberemos que somos felizes, por que não é pela dor que somos infelizes. Vemos muitas pessoas que tem tudo e são infelizes, quando passamos pela dor é que descobrimos o essencial de tudo e assim passamos a valorizar cada minuto de nossas vidas.
RESSURGIR DAS CINZAS
Terminou a quaresma passou a semana santa chegou a Páscoa, assim aconteceu comigo, ressuscitei com Cristo e ressurgi das cinzas após passar praticamente um ano sem escrever. Por causa de exercícios repetitivos tive o nervo do braço esquerdo rompido e por conseqüência disso tive que passar por uma cirurgia, e coincidentemente foi no braço que mais uso para todas as atividades.
Decorrente disso eu tive que me abster de tudo, até de tocar a minha cadeira de rodas. Confesso que quase retornei a velha depressão, isso só não aconteceu por que hoje tenho Jesus Vivo comigo e nada mais me abate, nem a morte, porque morrendo sei que estarei com Ele.
Como se não bastasse, assim que já estava começando a me tornar independente nas minhas atividades pessoais, quebrei a tíbia e tive que ficar de castigo por mais uns dias, mas nem por isso me deprimi. Quando me sentia triste ligava a televisão ou lia a bíblia onde sempre tiro forças para minha vida. E logo a tristeza vai embora e fica a força de Deus em mim.
Quando comecei a escrever o meu velho diário, eu era uma pessoa amarga e rancorosa, no livro “ANINHA E O PEIXE DOURADO” eu estava literalmente em processo de andamento ou como aluvião nas mãos de Deus. E agora terminando este segundo livro “SONHO COM DEUS TORNA-SE REALIDADE” tenho certeza que sou outra.
Graças a Deus hoje, sou uma pessoa bem melhor, porque Jesus tem o poder de transformar um vaso velho em um novo. Posso dizer “sou muito mais humana”, portanto preciso ser muito mais, quero ser Santa e para isso tenho que melhorar muito, mas com fé eu chego lá. Por isso tenho me colocado nas mãos do meu Senhor.
“Mas agora, ó SENHOR, tu és nosso Pai, nós somos o barro, e tu, o nosso oleiro; e todos nós, obra das tuas mãos.” Isaias 64, 8

PROVIDENCIA DIVINA

Ao corrigir este livro “SONHO COM DEUS TORNA-SE REALIDADE” para o seu termino me bateu uma saudades de minhas amigas e colegas de quarto as quais relatos no livro, por isso senti vontade de procurá-las, então conversando com o meu filho Marco ele disse:
- Mãe porque a senhora não entra na internet e digita o nome delas que vai encontrá-las.
Assim eu fiz, procurei a Maria do Carmo e a Rose, mas nada encontrei, quando foi na semana seguida liguei o computador encontrei um recado da Rose no Menseger dizendo assim: - Oi Plá! É você mesmo? Placidina, não estou acreditando que é você? Você lembra da Rose sua colega de quarto no hospital Santa Mônica no ano de 1978?
Nossa! Como não lembrar? Fiquei tão feliz que quase não conseguia digitar de tanta emoção. Conversamos por um tempo, ela pediu o numero de meu telefone e não contentando em só digitar, ligou para mim e assim percebi que ela também estava emocionada.
Neste dia era o primeiro domingo após a Páscoa onde celebramos a Divina Misericórdia, e por uma feliz coincidência, ou melhor, Providencia Divina mesmo encontrei minha amiga e colega de quarto Rose sobre a qual falo nela no começo do livro.
Tivemos uma grande amizade, por isso fizemos uma promessa quando estávamos ainda no hospital, que quando uma de nós morresse era para vir avisar a outra. Ela disse que sempre lembrava de mim e recordava dessa promessa e, pensava:
- Ela deve estar viva, porque ainda não veio me avisar.

Nota da autora
Sou filha do Antonio Jacob Chagas com Sebastiana Chagas Correia, pioneiros na cidade de Rondonópolis, chegamos ao ano 1958 meus tios Pedro Jacob Chagas e Jerônimo Jacob Chagas chegaram bem antes de nós. Nascida de família católica, confesso não tão praticante, mas, graças a Deus hoje sou uma Católica Apostólica Romana e missionária de Jesus Cristo com muita honra. De família grande, treze irmãos, cinco já falecidos. Um filho: Marco Antonio hoje formado em direito uma filha emprestada Lucia que é mais que uma filha.
Comecei escrevendo um diário desde 1979 por fim fui gostando de escrever e assim passei a escrever sobre minha vida, que talvez não tenha nada de tão interessante, porém, talvez possa servir de exemplo a outras pessoas que por ventura vir acontecer um acidente ou coisa parecida, e também saber que com o tempo tudo se ajeita. E que Jesus jamais nos abandona.
Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamentou? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas?
E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca. És que estás gravado na palma de minhas mãos, tenho sempre sob os olhos tuas muralhas. (Isa 49,15)
Este livro não é uma biografia é mais um testemunho de minha vida, por eu ter dificuldades de falar quis escrever o que passei depois do acidente e também as graças que recebi e tenho recebido. E sendo assim aproveitei para contar sobre minha feliz infância e falar da minha maravilhosa família só me faz bem.
Tudo que passei sofrimentos e perdas só serviu para o meu crescimento espiritual. Hoje sou uma nova pessoa. “Todo aquele que esta em cristo é uma nova criatura. Passou que era velho és que tudo se fez novo”! (II Cor 5,17



PLÁ